Tuiuiú: conheça a ave símbolo do Pantanal

O tuiuiú (Jabiru mycteria) é uma cegonha reconhecida como símbolo do Pantanal. A espécie está na categoria pouco preocupante da Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês) – Foto: José Miranda/ Biofaces

*Por Fábio Paschoal

Com quase 3 metros de envergadura e 1,60 de altura, o tuiuiú é a maior ave da maior planície inundável do mundo com a capacidade de voar e é considera símbolo do Pantanal, segundo a Lei 5950/1992. Como habita diferentes partes do Brasil, recebeu diversas denominações: jaburu, jabiru, jaburru, tuim-de-papo-vermelho, tuiuguaçu, tuiú-quarteleiro, tuiupara, rei-dos-tuinins, cauauá, etc. Mas todos esses nomes pertencem à mesma ave: Jabiru mycteria.

Essa cegonha tricolor é encontrada desde o sul do México até o norte da Argentina, mas 50% da população está no Brasil (a maioria na planície pantaneira). Com pernas longas, bico comprido, cabeça preta, corpo branco e uma faixa vermelha no pescoço, é uma ave versátil, com uma dieta composta por peixes, moluscos, répteis, insetos e até pequenos mamíferos. Além disso, ele também consome peixes mortos que morrem por falta de oxigênio na época de seca.

Os ninhos dos tuiuiús são as maiores estruturas construídas por aves no Pantanal. Em média possuem 1,85 metros de diâmetro, mas podem chegar a até 3 metros – Foto: Guillermo Menéndez/ Biofaces

Quando chega o período de baixa das águas no Pantanal, os adultos começam os rituais de acasalamento. A pele vermelha do pescoço fica ressaltada – devido ao aumento da irrigação sanguínea – e os casais começam a parear, batendo seus longos bicos e dançando em dueto para fortalecer seus laços.

Os filhotes nascem na época em que peixes ficam presos em baías e corixos, o que facilita a pesca. Os pais se revezam no cuidado, levando alimento e água para os pequenos. Quando o sol está forte e a temperatura fica muito alta, os adultos abrem as asas para fazer sombra nos tuiuiuzinhos.

Com 3 meses os filhotes começam a sair dos ninhos para acompanhar os pais e assim que as poças começam a secar, e a comida fica escassa, as aves migram para algum lugar onde possam pescar novamente. Mas o casal irá voltar ao mesmo local, para reforçar os laços e usar o mesmo ninho no ano seguinte.

*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo da Biofaces e da GreenBond

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