Animais fantásticos e onde habitam: Boto-cor-de-rosa
Todo mês um post novo trazendo os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. No blog de hoje falaremos sobre um animal dono de uma dos folclores mais popular entre os brasileiros: O boto-cor-de-rosa. (Inia geoffrensis).
Quer saber mais sobre a história por trás da espécie e as dicas de onde encontrá-la? Então divirta-se com o texto abaixo!
A lenda do boto
A lenda do boto-cor-de-rosa tem origem indígena e é uma das mais populares do folclore brasileiro. Ela surgiu na região amazônica e até hoje está na boca do povo.
Reza a lenda que o boto cor-de-rosa, em noites de lua cheia, se transforma num belo rapaz galanteador. Vestido de branco e sempre usando um chapéu, para esconder suas narinas, costuma aparecer nas festividades juninas. Sem perder muito tempo, escolhe uma linda donzela solteira e a leva para o fundo do rio. Lá a engravida e na manhã seguinte se transforma em boto novamente.
Essa lenda é usada muitas vezes para justificar uma gravidez fora do casamento e foi através dela que surgiu a expressão ¨Filho de boto”, utilizada quando a criança tem pai desconhecido.
Características
Também conhecido como boto da Amazônia, boto-vermelho ou simplesmente boto, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) é o maior dos golfinhos de água-doce. Os machos atingem cerca de 2,55m de comprimento e 185kg e as fêmeas cerca de 2,15m pesando aproximadamente 150kg.
Possui olhos bem pequenos e focinho alongado que abriga uma grande quantidade de dentes pequenos e cônicos. Seu nome popular se dá principalmente devido a cor do corpo que varia entre o rosado e o acinzentado em função da idade do animal, características da água e localização geográfica.
Os filhotes são da cor cinza-escuro, essa pigmentação diminui em intensidade durante a adolescência para cinza mais claro. Juvenis e subadultos são cinza-médio uniforme e rosados. Botos mais velhos são totalmente cor-de-rosa ou cinza manchados de rosa. Os machos são mais rosas que as fêmeas. Uma outra curiosidade é que em rios de águas mais turvas, os animais são mais rosados
Hábitos
O boto-cor-de-rosa é predominantemente solitário, embora também possam ser observados em pares ou em pequenos grupos de dois a três indivíduos. Sua alimentação se baseia basicamente em peixes de tamanhos médios.
Por possuir pescoço e corpo flexível é capaz de navegar usando seu sonar dentro das florestas alagadas com destreza.
Os botos mais velhos registrados foram uma fêmea de 21 anos e um macho de 36 anos.
Distribuição geográfica
O boto-cor-de-rosa é encontrado no norte da América do Sul, nas bacias do rio Amazonas e do rio Orinoco. Pelos menos três populações geograficamente distintas são reconhecidas: na bacia Amazônica (com exceção de parte do rio Madeira), no alto rio Madeira (parte de Rondônia e Bolívia), e na bacia do rio Orinoco.
Principais ameaças
No Brasil, a pesca da piracatinga (Callophysus macropterus), ou urubu d’água, tem chamado atenção dos cientistas por ter sido responsável por uma grande mortandade de botos. Os pescadores utilizam o boto como isca e isso tem causado um grande desequilíbrio das populações. Apesar da piracatinga não ser consumida no Brasil, toneladas são exportadas para a Colômbia.
Outra grande ameaça para a espécie são as construções de hidrelétricas. Essas hidroelétricas, além de isolar populações de botos, afetam os peixes da região, sua principal fonte de alimentação.
Quer encontrar e fotografar botos-cor-de-rosa? Saiba onde.
Localizado no estado do Amazonas, entre as cidades de Manaus e Novo Airão, onde fica sua sede, se encontra o maravilhoso Parque Nacional de Anavilhanas.
O Parque Nacional de Anavilhanas é composto por ilhas fluviais permanentes que se alteram de acordo com o nível das águas, transformando totalmente a paisagem local.
O parque é um ótimo local para o avistamento da espécie e realiza um programa de ordenamento, pesquisa e monitoramento da atividade turística de interação, com o objetivo de sensibilizar a população local e os visitantes para a conservação desta espécie.
Ficou com vontade de ver com seus próprios olhos esses simpáticos mamíferos? Claro né… Só não esquece de postar os seus registros no nosso site da Biofaces.
Texto por Fernanda Sá
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