Conheça o Muriqui, o maior primata das Américas

Você sabia que hoje, 27 de agosto, é celebrado o Dia do Muriqui? A data foi instituída em 2018, no Diário Oficial da União, com o objetivo de conservar a espécie e proteger sua ocorrência na Mata Atlântica. O primata, que é uma espécie endêmica aqui do Brasil, ou seja, só pode ser encontrado dentro das matas brasileiras, está ameaçado de extinção e, segundo alguns especialistas, pode estar completamente extinto dentro de 50 anos.

Muriqui, o maior primata das Américas. (Foto: Leonardo Desordi Lobo/Creative Commons)

 

FICHA ANIMAL

Apresentando cerca de 1,5 metros e aproximadamente 15 quilos, o Muriqui, também conhecido como mono-carvoeiro, é considerado o maior primata de todo o continente americano!  A espécie é dividida em duas sub-espécies: muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides), que além de diferentes características físicas, também estão separados geograficamente.

 

Características Físicas

Os muriquis possuem o maior tamanho corporal, além do maior índice cérebro/corpo dentre os primatas neotropicais, e por conta disso, recebem o título de “maior primata das Américas”. 

Uma curiosidade, é que possuem uma cauda muito longa e preensil, sendo que o terço final atua como uma superfície tátil. Ou seja, a cauda é como se fosse um braço, podendo até mesmo sustentá-los nas árvores.

Muriqui sustentando o peso do corpo com a cauda preensil. (Foto: Fernanda P. Tabacow)

 

Detalhes da cauda do muriqui. (Foto: Braz Antonio Pereira Cosenza)

 

Hábitos 

Esses animais possuem hábitos diurnos e, no geral, diferem bastante dos primatas que vivem no Brasil, já que não brigam entre si e evitam disputas por alimento ou pela fêmea. Além do mais, costumam permanecer em núcleos familiares, aproveitando o dia para cochilar (passam cerca de 50% do seu tempo descansando), socializar com seu bando e claro, se alimentar: no cardápio não faltam frutas, folhas, sementes, flores e cascas de árvores.

Na questão da alimentação, o muriqui-do-sul costuma incorporar mais frutos em sua dieta do que muriqui-do-norte, por conta das variações e disponibilidade sazonal do tipo de alimento em cada habitat. 

 

Comportamento 

O mais curioso dos muriquis é que, apesar de não terem o hábito de catação (afagar a pele para catar piolhos) como a maioria dos primatas, o “abraço” é uma prática muito presente no comportamento dos grupos. Os “abraços de mono” afiliativos, podem ser vistos como uma forma de demonstração de afeto.

Grupo de machos em abraço coletivo. (Foto: Daniel da Silva Ferraz)

 

Distribuição

Com ocorrência desde o sul da Bahia até o Paraná, os dois grupos têm, provavelmente, a Serra da Mantiqueira como principal barreira geográfica. No entanto, por conta das ameaças de extinção, suas populações foram reduzidas aos poucos fragmentos de floresta em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro.

 

DIFERENÇAS ENTRE NORTE E SUL

 

A face contém as diferenças mais notáveis entre os muriqui. (Foto: TG)

 

Muriquis-do-norte

Nome científico: Brachyteles hypoxanthus

Status de conservação: Criticamente ameaçado 

População: Diminuindo 

Área de ocorrência: Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais

Muriqui-do-norte registrado no Brasil. (Foto: Creative Commons)

Com uma pelagem visivelmente mais clara, quase amarelada, o muriqui-do-norte também apresenta uma face singular: parte inferior, como o nariz e a boca, em tons rosados e mais claros, graças a uma despigmentação que ocorre na fase adulta.

 

Muriquis-do-sul

Nome científico: Brachyteles arachnoides

Status de conservação: Criticamente ameaçado 

População: Diminuindo 

Área de ocorrência: São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná

Muriqui-do-sul registrado em São Miguel Arcanjo/SP. (Foto: Creative Commons)

Diferente do citado anteriormente, o muriqui-do-sul possui os pelos predominantemente beges, que geralmente apresentam tons mais escuros, e a face é negra.

 

MURIQUIS CAPTURADOS PELOS USUÁRIOS DO BIOFACES

 

Foto: Guilherme Rodrigues Guadalupe
Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
Foto: José Augusto Rondon Ribeiro
Foto: Gustavo Pedro de Paula
Foto: Alysson Fonseca

 

Gostou? Para informações mais técnicas sobre os muriquis, confira o Plano de Ação idealizado pelo ICMBio. 

Share your thoughts