Bons lugares para fotografar vida selvagem: Parque Nacional Marinho de Abrolhos

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!

Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores, cheiros e paisagens distintas, o que faz cada espaço um lugar único.

Hoje vamos falar de um parque que representa um marco para a conservação marinha no país. O Parque Nacional Marinho de Abrolhos, administrado pelo Instituto Chico Mendes. 

Criado em 6 de abril de 1983, o PARNA MAR Abrolhos conta com 87.943 hectares desta Unidade de Conservação (UC) para a proteção da região com a maior biodiversidade marinha do Brasil e do Atlântico Sul. 

 

Após fechar por causa da chegada do óleo, Parque Nacional de Abrolhos é reaberto para visitação | Bahia | G1
Parque Nacional de Abrolhos. Foto: G1

 

Parque Nacional Marinho de Abrolhos

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é dividido em duas regiões.

A primeira é uma  área a 70 km costeiras em Caravelas-BA, que engloba o Parcel dos Abrolhos, um complexo de milhares de chapeirões (estruturas recifais únicas encontradas somente na região do Banco dos Abrolhos) e o Arquipélago dos Abrolhos, composto por cinco ilhas: Ilha Redonda, Ilha Siriba, Ilha Sueste, Ilha Guarita e Ilha Santa Bárbara (excluída dos limites do parque e sob jurisdição da Marinha do Brasil)

A segunda área engloba parte do arco recifal costeiro, localizada entre os municípios de Alcobaça e Prado (BA), abrangendo o Recife de Timbebas.

 

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos - Mar Sem Fim
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Foto: Mar Sem Fim

 

Contexto histórico

O arquipélago de Abrolhos foi visitado por ninguém mais ninguém menos que o grande naturalista inglês Charles Darwin, em 1832. Como se não bastasse, ele ainda nos deixou uma relato sobre a região na obra: “Aventuras e Descobertas de Darwin a bordo do Beagle”.

“As ilhas dos Abrolhos, vistas de uma certa distância, são de um verde brilhante. A vegetação consiste em plantas suculentas e gramina, entremeadas com alguns arbustos e cactos. Embora pequena, minha coleção de plantas de Abrolhos contém quase todas as espécies que ali florescem, acho eu. Pássaros da família dos totipalmados são extremamente abundantes, tais como atobás, rabos-de-palha e fragatas. Talvez o mais surpreendente seja o número de sáurios; quase todas as pedras têm o seu lagarto correspondente; aranhas em grande número; o mesmo com ratos. O fundo do mar em volta é densamente coberto por enormes corais cerebriformes (corais pedrentos, solitários, de aparência semelhante ao cérebro); muitos tinham mais de uma jarda (90 cm) de diâmetro.” 

Além desse fato histórico já incrível por si só, um outro fato faz com que Abrolhos tenha relevante importância. Abrolhos foi a primeira UC marinha a ser criada no Brasil e protege a região que registra a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

Darwin - A Bordo do Beagle - YouTube
Darwin – A Bordo do Beagle- Imagem: Internet

 

Biodiversidade

Abrolhos detém a maior biodiversidade marinha do Brasil. O PARNA MAR Abrolhos protege uma grande parte do maior banco de corais e mais importante berçário das baleias jubartes (Megaptera novaeangliae) do Atlântico Sul.

 

Baleia jubarte (Megaptera novaeangliae). Foto: Fernanda Abra- Biofaces

 

Isso sem contar as inúmeras espécies de tartarugas marinhas, aves marinhas, peixes, invertebrados e por aí vai. Estima-se que existam cerca de 1300 espécies de animais na região, sendo 45 delas ameaçadas de extinção. 

 

Atobá-grande ou atobá-branco (Sula dactylatra). Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios- Biofaces.

 

Abrolhos é a única região do planeta, por exemplo, onde é possível encontrar o peculiar coral-cérebro (Mussismilia braziliensis).

 

Bodião-vermelho (Scarus zelindae) e Coral (Mussismilia braziliensis). Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios- Biofaces

 

Principais atrativos

São diversos os atrativos no parque, sendo a grande maioria deles embarcados. A visita ao Parna de Abrolhos pode incluir mergulhos, observação de aves, caminhadas e avistamento de baleias Jubarte.

Só é permitido o desembarque de visitantes em uma das cinco ilhas, a Siriba, onde o é possível percorrer uma trilha de  1.600 metros que circunda a ilha. 

O mergulho livre é uma das práticas mais procuradas, realizada em profundidades de até cinco metros. Nessa modalidade é possível visualizar diversas espécies de peixes, corais, algas, tartarugas marinhas, dentre outras maravilhas. O mergulho autônomo, por sua vez, permite que o visitante explore um pouco mais outros universos como naufrágios e cavernas. Lembrando que todo mergulho no parque só é autorizado em locais pré-estabelecidos e acompanhado de um condutor

Mergulho em Abrolhos. Fonte: ICMBio

 

Para os amantes dos gigantes, a melhor época para visitar o parque é entre julho e novembro. Temporada em que as baleias jubartes (Megaptera novaeangliae) aproveitam as águas quentes, tranquilas e rasas para procriar.  

 

Observação de baleias deve atrair até 15 mil turistas à Bahia |
Observação de baleias. Foto: Destinos

 

Ameaças

Apesar da atividade de turismo ser economicamente benéfica para a região, pesquisadores têm percebido que o excesso de turistas e mergulhadores têm causado danos aos corais e modificado as características da água. Além disso, a navegação constante traz poluição e risco de acidentes. 

 

Como chegar

A cidade mais próxima ao Parque é Caravelas, no extremo sul da Bahia, onde fica a sede do parque. Também em Caravelas você vai encontrar o Centro de Visitantes e todas as operadoras de turismo autorizadas a promover atividades de turismo na região.

São cobrados valores de visitação ao parque. Consulte aqui.

 

Para os amantes da fotografia

Estão abertas as inscrições para o Concurso Biomar de FotoSub e nesta edição, adivinhem onde será realizado? Isso mesmo… Em Abrolhos.  As fotos devem conter seres marinhos encontrados na região e que fazem parte da Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (BIOMAR) – projetos patrocinados pela Petrobras. 

Vale foto de tartarugas-marinhas, baleias-jubarte, meros, recifes de corais, chapeirões e/ou organismos de ambientes coralíneos. 

Esse concurso é realizado pela Rede BIOMAR e tem apoio do Parque Nacional Marinho de Abrolhos e da Associação Brasileira de Imagens Subaquáticas (Abisub), que busca o desenvolvimento das atividades de fotografia e videografia subaquática incentivando as pessoas a preservarem esse ambiente. 

Link para inscricao: https://www.abisub.com.br/concurso-biomar-de-fotosub

 

Agora você já tem motivos de sobra para conhecer o Parque Nacional Marinho de Abrolhos. Queremos ver a sua foto no Biofaces e vencedora do concurso!

 

Texto por Fernanda Sá

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