Hoje é o Dia Mundial dos Pinguins
*Por Fábio Paschoal
25 de abril é o Dia Mundial dos Pinguins (World Penguin Day). De acordo com a Ian Somehalder Foundation, tudo começou quando pesquisadores da estação McMurdo, na Antártida, notaram que alguns pinguins-de-adélia (foto acima) retornavam – após meses em alto mar – para o mesmo local, todos os anos, no dia 25 de abril, para iniciar os rituais de acasalamento. Então, eles decidiram criar a data para celebrar essa chegada. Com o passar do tempo, os fãs de pinguins começaram a celebrá-la no mundo inteiro. Assim, a lembrança desse dia tem o objetivo de destacar a importância de proteger todas as espécies de pinguins e obter apoio para a conservação de algumas das aves mais simpáticas do planeta.
Pinguins são encontrados desde a congelante Antártida, no polo sul, até as praias ensolaradas das Ilhas Galápagos, no Equador. Eles são desajeitados em terra e parecem que vão cair a qualquer momento quando estão andando. Mas é só entrar na água que as aves se transformam em verdadeiros torpedos. Com o bater das asas, como se estivessem voando de baixo d’água, se deslocam rapidamente e conseguem capturar peixes com extrema velocidade.
A plumagem, que parece com um traje para uma festa de gala, tem uma função crucial: ajuda na camuflagem. O preto das costas se confunde com o fundo oceânico escuro quando o pinguim é avistado de cima. Já o branco da barriga se mescla com o brilho da superfície da água quando a ave é avistada de baixo. Assim os pinguins se escondem de predadores e se aproximam de presas com maior facilidade.
Infelizmente, de acordo com a ONG BirdLife International, 15 das 18 espécies de pinguins estão ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção. Os principais problemas vêm de atividades humanas. No mar eles se afogam ao serem capturados por redes de pesca ou sofrem com derramamento de óleo. Em terra, sofrem com espécies invasoras que caçam adultos e filhotes e perdem locais de nidificação devido a degradação de seu habitat e às mudanças climáticas. E não é só isso, a pesca predatória reduz o estoque de peixes e fica cada vez mais difícil para as aves conseguirem alimento. Nada mais justo do que um dia para lembrar da importância dessas simpáticas aves para o planeta.
Como ajudar
Muitos pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) podem ser vistos no litoral brasileiro em busca de alimento durante o inverno. As vezes encalham nas praias e podem sofrer com desnutrição, desidratação e hipotermia.
Muitas pessoas associam a ave a um ambiente frio e gelado. Porém, a maioria das espécies, incluindo os pinguins-de-magalhães, vive em praias e dificilmente enfrentam temperaturas abaixo de zero. Colocá-los no gelo pode levar a morte por hipotermia. Ao encontrar um pinguim na praia, o Aquário de São Paulo recomenda:
- Entrar em contato o mais rápido possível com a Polícia Ambiental, o Ibama ou a Defesa Civil de sua cidade. Em alguns locais os bombeiros também fazem o resgate das aves
- Coloque o pinguim em uma caixa de papelão forrada com jornal ou pano, mantenha-o seco, aquecido e longe dos curiosos. Nunca coloque o pinguim no gelo
- Não tente brincar com o pinguim nem tente manipulá-lo. Provavelmente ele está cansado e debilitado. Qualquer gesto, mesmo de carinho, pode agravar o quadro
- Não alimente o pinguim. O processo de dar comida ao animal pode aumentar o estresse
- Não molhe o pinguim. Ele pode ter perdido a capacidade de isolamento térmico e impermeabilidade.
Para saber mais acesse o site do Aquário de São Paulo.
No Brasil existem instituições como o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), que tem como principal atividade a reabilitação e soltura dos pinguins-de-magalhães que encalham no Espírito Santo. O Ipram também recebe pinguins do litoral norte do Rio de Janeiro, da Bahia e de Alagoas. As aves são avaliadas, tratadas e agrupadas em lotes para serem soltas na natureza. Para saber mais acesse o site do Ipram.
A BirdLife International criou a campanha Protect a Penguin Now (Proteja um Pinguim Agora). O objetivo é trabalhar com pescadores para cessar as mortes acidentais em redes de pesca, pressionar governos em diferentes países para criar Áreas de Proteção Ambiental Marinha e proteger os locais de nidificação em terra. Para saber mais, acesse o site da BirdLife.
*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo da Biofaces e da GreenBond