Dia Mundial das Girafas: saiba mais sobre o mamífero mais alto do mundo

Hoje, dia 21 de junho, é comemorado o Dia Mundial da Girafa. Para homenagear e conscientizar sobre as donas do maior pescoço do Reino Animal, foi escolhido o dia mais longo do ano no hemisfério norte, ou a noite mais longa, no caso do hemisfério sul – o solstício de inverno.

Durante muito tempo, as girafas foram consideradas parte de uma única espécie, a Giraffa camelopardalis. Os povos da antiguidade a nomearam assim pois acreditavam que este animal na verdade se tratava de um híbrido entre o camelo e o leopardo.

 

Foto: Leonardo Merçon – Biofaces

 

As manchas das girafas

O pelo das girafas é característico: amarelo com manchas marrons. Mas o que tem por trás dessas manchas? Assim como o dos tigres, esse padrão é único para cada indivíduo, ou seja, cada girafa tem seu próprio padrão de cores.

As manchas auxiliam na camuflagem dos indivíduos nas sombras das árvores e , além disso, cada uma dessas manchas concentra, abaixo da pele, uma rede sofisticada de vasos sanguíneos que auxilia na liberação de calor do corpo.

 

Hábitos

As girafas são animais exploradores, normalmente mais ativos durante as horas mais frescas do dia. Mas não se engane, elas não passam muito tempo descansando. Dormem por volta de apenas 2 horas por dia, divididas em intervalos de cerca de 10 minutos por vez. Acreditava-se que esses animais passavam toda a sua vida em pé, até mesmo para dormir, mas pesquisas recentes mostraram que elas podem deitar com sua cabeça descansando em seu próprio corpo. Por se tratar de uma posição extremamente vulnerável, esse comportamento dificilmente é observado.

 

A altura elevada permite que as girafas alimentem-se de folhas inacessíveis a qualquer outro ruminante. Elas passam cerca de 2 minutos vasculhando cada árvore, mas alimentam-se entre 11 e 20 horas por dia. Durante a alimentação é possível distinguir machos e fêmeas pelos seus diferentes hábitos. Os machos normalmente se esticam ao máximo de seus quase 6 metros de altura, explorando as partes mais altas das árvores, enquanto as fêmeas se alimentam das partes mais baixas, podendo chegar a curvar seu pescoço. 

Esse registro incrível do Andre Siade mostra a posição em que comumente encontramos fêmeas se alimentando.

 

Foto: Andre Siade – Biofaces

 

Estritamente herbívoras, as girafas obtêm suas necessidades nutricionais de uma dieta quase inteiramente de folhas. Ocasionalmente, ingerem terra, rica em sais minerais, ou chupam ossos de carcaças, como forma de obter fósforo e cálcio. A água necessária também é praticamente toda obtida das folhas, mas as girafas também a ingerem caso haja disponibilidade. Nestes casos, a girafa precisa abrir suas pernas anteriores, dobrar seus joelhos para, finalmente, abaixar sua cabeça e alcançar o nível do chão. Mas imagine como é complicado para um animal com essa altura toda e um coração que pesa 11 kg e que bombeia cerca de 60 litros de sangue por minuto, abaixar sua cabeça repentinamente sem prejudicar seu cérebro com a súbita mudança de pressão. Para isto, seu corpo desenvolveu uma adaptação.  Seus vasos possuem válvulas que interrompem o refluxo de sangue, e têm paredes elásticas que se ajustam para controlar o seu fluxo. Estes mecanismos foram, inclusive, inspiração para a NASA para melhor equipar seus trajes espaciais. A natureza é incrível, né?

 

Foto: Cássia Bars Hering – Biofaces

 

 

Interações sociais

As girafas não são animais territoriais, mas possuem relações especiais com certos locais.  Na hora de dar à luz, por exemplo, costumam voltar para onde nasceram, assim como as tartarugas. 

O nascimento dos filhotes já começa com um choque inicial: Uma queda de quase 2 metros durante o parto. Feitos para passar por isso, os filhotes já são capazes de se levantar e correr com apenas uma hora de vida.

Apesar dessa “esperteza”, os primeiros meses são os mais vulneráveis na vida de um girafa, devido a grande diversidade de predadores em seu encalço. Nas tristes ocasiões em que um filhote não sobrevive, são relatados casos em que a mãe e seus companheiros de bando permanecem ao lado do filhote morto, podendo até cobrir seu corpo com galhos.

Nos casos de sucesso, a mãe apresenta seu filhote ao resto do bando, onde é normal a existência de um “berçário”, onde uma mãe vigia os filhotes do grupo enquanto os outros indivíduos exploram o ambiente em busca de comida.

As girafas vivem em bandos pouco numerosos com fêmeas e machos de variadas idades, geralmente com parentesco entre si. Dentro dos bandos, as fêmeas e os machos estabelecem relações de hierarquia distintas. 

A forma de interação mais comumente observada nas girafas é chamada de necking, na qual seus longos pescoços se entrelaçam. O necking entre um macho cortejador e uma fêmea é quase uma carícia, mas entre jovens adultos é um teste de força, onde um tenta tirar o equilíbrio do outro. Em lutas sérias por dominância entre adultos, os machos usam toda a sua força neste contato, levando a um impacto que pode ser ouvido a 100 metros de distância. Essas lutas são raras, mas podem durar mais de 30 minutos e podem ter como consequências, fraturas nas costelas, pernas e pescoço.

 

Foto: John Janzen – Biofaces

 

Espécies e onde encontrar

São identificadas 4 espécies de girafas, algumas delas com subespécies, todas localizadas no continente africano. Atualmente, estão extintas em 7 países africanos, mas ainda podemos encontrá-las em:

 

 

  • Girafa-núbia (Giraffa camelopardalis): Níger, Chade, Camarões, República Centro-Africana, Quênia, Uganda, Etiópia e Sudão do Sul; 
  • Girafa-sul-africana (Giraffa giraffa): África do Sul, Namíbia, Botsuana, Zimbábue e Moçambique;
  • Girafa-da-somália (Giraffa reticulata): Etiópia, Quênia e Somália;
  • Girafa-masai (Giraffa tippelskirchi): Quênia, Tanzânia e Zâmbia.

 

 

E hoje, no dia ou noite (dependendo de qual hemisfério você está) mais longo do ano, que tal celebrar esses animais incríveis compartilhando esse texto para disseminar mais conhecimento sobre eles?

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

Share your thoughts