Animais polinizadores: a harmoniosa relação entre fauna e flora

Todos os processos presentes na natureza acontecem de forma perfeita, quase como se tivessem sido cuidadosamente planejados há milhões de anos. Alguns ajustes aqui, outros ali – o que chamamos de Teoria da Evolução – e pronto, a engrenagem continua rodando de maneira impecável. A interação, principalmente entre plantas e animais, é um dos fatores que mantém a natureza funcionando bem. E hoje, no Dia Nacional da Botânica, é sobre isso que vamos falar: sobre a relação entre plantas e animais. Mais especificamente sobre a importância das espécies vegetais na conservação dos animais, abordando um dos fatores existentes, a polinização.

Abelha-européia (Apis mellifera) | Foto: Lilian Tomazelli

 

ANIMAIS POLINIZADORES

A polinização nada mais é que do que o processo de “reprodução” das espécies vegetais. O grão de pólen, presente nas gimnospermas e angiospermas, contém o gameta masculino que é levado até o gameta feminino das plantas, possibilitando a fecundação. Como esse transporte de um ser para o outro não ocorre espontaneamente, alguns agentes como vento, água e animais auxiliam no processo. 

Na natureza, insetos, aves e alguns mamíferos assumem o papel de polinizadores. A relação acontece naturalmente e traz benefícios a todos os envolvidos. Para as espécies vegetais: reprodução. Para as espécies animais: alimento.

Os bichos que se alimentam de pólen são conhecidos como polinívoros. Alguns realizam uma dieta com outras substâncias complementares, mas o pólen já é suficiente para fornecer suplementos minerais, vitaminas e proteínas. 

 

Insetos

Entomofilia: esse é o nome dado à fecundação vegetal proporcionada pelos insetos. As plantas que necessitam dos “serviços prestados” pelos invertebrados apresentam área de pouso menor e néctar em quantidade moderada. Os principais agentes são: vespas, moscas, mariposas, besouros e, principalmente, as abelhas.

Besouro-quinquepunctatus (Scaphidomorphus quinquepunctatus) | Foto: Lindolfo Souto

 

Aves

Ornitofilia: assim chama o processo de polinização proporcionado pelas aves. Para chamar a atenção dos animais, que possuem visão sensível e olfato pouco desenvolvido, essas plantas costumam apresentar cores vivas, principalmente em tons de vermelho. A área de pouso é um pouco mais rígida e oferecem néctar em abundância. 

Beija-flor-dourado (Hylocharis chrysura) | Foto: Claudio Souza

Mamíferos 

No grupo dos mamíferos, uma espécie chama mais a atenção quando falamos sobre polinização: os morcegos. A interação recebe o nome de quiropterofilia e possui características específicas. Por tratar-se de uma animal com o olfato bastante desenvolvido e hábitos noturnos, as plantas apresentam forte odor durante a noite, além de coloração mais esbranquiçada e néctar em quantidades ainda maiores que as anteriores.

Morcego-de-língua-longa-de-pallas (Glossophaga soricina) | Foto: Lindolfo Souto

 

Independente da espécie animal que age durante esse tipo de interação, o importante é entender que sem um, ou outro, a natureza não funciona de forma tão perfeita. Hoje, exploramos apenas uma das interações presentes, mas existem milhares! Seja para conseguir alimento, para se reproduzir ou para morar, a relação animal-planta é fundamental ao ecossistema. Por isso, julgamos tão importante existir uma data com o Dia Nacional da Botânica. Ele alerta para a necessidade de conservação das plantas, para a valorização dos profissionais da área e o principal: para promover uma reflexão sobre o descaso que o nosso verde vem sofrendo. 

Sem mata não há vida. Não há vida para a fauna e nem para os seres humanos. Como foi dito no começo do texto, tudo funciona perfeitamente se estiver cada elemento em seu lugar. Então, lutemos pela conservação da natureza! Viva a fauna, a flora, a polinização e cada processo delicadamente estabelecido.

 

Referências: ANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Polinizadores”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/polinizadores.htm. Acesso em 14 de abril de 2020.

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