Austrália: um pedido de socorro

Desde setembro de 2019, a Austrália vem sofrendo com um intenso incêndio florestal. O caso mais grave acontece na costa leste do país, na Nova Gales do Sul. Além da vegetação devastada, milhares de espécie de animais foram mortos. Isso se deu devido ao clima extremamente seco que atingiu a região durante o ano, à onda de calor acima de 50º e ventos fortes, intensificando as chamas.

No texto abaixo, você confere o impacto deste fenômeno natural na fauna nativa. 

Principais animais que compõem a fauna australiana

Pelo fato de ser uma região isolada, a Austrália é composta por animais muito diferentes e exóticos. Cerca de 80% dos mamíferos, répteis, peixes, insetos e anfíbios só existem naquela região, ou seja, são considerados endêmicos.

Cangurus

O mais conhecido animal da região é o Canguru (Macropus rufus), que é típico da fauna australiana. Os cangurus são marsupiais, ou seja, o filhote nasce muito cedo e termina o desenvolvimento em bolsas abdominais, existentes nas mães.

Coalas

Outro animal típico da região é o Coala (Phascolarctos cinereus), que é um mamífero marsupial da espécie arbórea que se alimenta das folhas de eucaliptos. Como se alimenta de folhas, não precisa beber, pois aproveita para se hidratar com o próprio eucalipto. Muito procurado por conta de sua pele, desde a colonização inglesa na Austrália, encontram-se em risco de extinção, considerados vulneráveis pela IUCN.

Emu

O terceiro animal que não podemos deixar de fora quando falamos sobre a fauna australiana é o Emu (Dromaius novaehollandiae), que é a segunda maior espécie de ave no mundo e a maior na Austrália. É muito comum encontrar um emu nas áreas menos povoadas do continente e por ser do grupo Ratitas, apesar de ter pequenas asas escondidas nas penas, não pode voar. 

Ornitorrinco

O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é também um animal comum na Austrália. É um mamífero ovíparo, preferencialmente carnívoro e a sua dieta baseia-se em crustáceos de água doce, insetos e vermes. Tem hábitos crepusculares e/ou noturnos. Atualmente, é considerado um ícone nacional, como um mascote.

Wombat

Outro animal típico da região é o Wombat (Vombatus ursinus), que é um marsupial com aproximadamente 1 metro de comprimento e são encontrados em áreas florestais, montanhosas e em vegetações rasteiras, no sul da Austrália. São herbívoros e sua dieta resume em gramíneas, ciperáceas, ervas, cascas de árvore e raízes.

Como estão os animais em meio ao caos? 

Os incêndios na Austrália já mataram mais de 500 milhões de animais, extinguiram 30% da população de coalas e já dizimaram mais de 8 milhões de hectares de florestas nativas.

Diferente do Brasil, a maioria dos incêndios na Austrália são provocados por causas naturais, surgindo da combinação de temperaturas acima dos 40 graus, ventos fortes e tempo muito seco. Lá, os incêndios são comuns e acontecem todos os anos. Porém, a situação tem ficado mais complicada com o passar dos anos, devido ao efeito direto das mudanças climáticas do aquecimento global.

O animal que mais tem sofrido com as queimadas é o coala, sendo que quase um terço da população da espécie morreu na costa leste, que é o habitat natural deles. Por se moverem muito devagar, têm mais dificuldade para fugir dos focos de incêndio. Além do mais, se alimentam de eucalipto, que são cobertos por óleo. O que acaba agravando o quadro, pois é extremamente inflamável e ainda mais fácil do fogo se alastrar.

Enquanto estão no subsolo, os Wombats conseguem sobreviver. Porém, acabam morrendo de fome, pois não há comida em uma paisagem queimada.

Além de todo o estrago, os incêndios matam os animais queimados e de fome. Árvores são destruídas e com isso, os pássaros perdem frutos e invertebrados que se alimentam. Os mamíferos que conseguem sobreviver, acabam ficando expostos para gatos e raposas, em uma paisagem aberta e descampada.

Impacto no futuro

Com os incêndios, inúmeras espécies podem ser extintas, além do aumento da temperatura do planeta, que pode acontecer nos próximos anos. Com a perda da flora também, a região tende a ficar mais árida que o de costume e dificultando a vida animal.

Assim como disse o professor John Woinarski, da Universidade Charles Darwin ao The Guardian: “Os incêndios são de tal magnitude e extensão que altas proporções de muitas espécies, incluindo espécies ameaçadas, serão eliminadas imediatamente”.

Apesar de diversos esforços, já podemos analisar e entender que o futuro não será fácil. Além da extinção de espécies, o clima e a região já estão e serão ainda mais impactados. É preciso agir e se conscientizar o quanto antes!