Bons lugares para fotografar vida selvagem: Parque Nacional do Itatiaia

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros! 

Uma vez por mês nós vamos abordar um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os Parques podem te surpreender com espécies, vegetações, cores, cheiros e paisagens distintas, fazendo de cada espaço um lugar único. 

Para começar com chave de ouro, nós escolhemos o primeiro Parque Nacional oficializado no Brasil e um dos mais famosos: o Parque Nacional do Itatiaia.

PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA 

Situado na Serra da Mantiqueira, o Parque Nacional do Itatiaia abrange os municípios de Itatiaia e Resende (Rio de Janeiro), além das cidades de Bocaina de Minas e Itamonte (Minas Gerais). Ele faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO, e também está classificado pelo Ministério do Meio Ambiente como área de prioridade extremamente alta para a conservação da biodiversidade. 

 

Parque fica na região da Serra da Mantiqueira e compreende municípios do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. (Foto: G1/Arquivo Pessoal)

 

Inaugurado em 1937 pelo presidente Getúlio Vargas, o Parque é o mais antigo do país! Está aberto para o público todos os dias do ano, oferecendo atividades para amantes da natureza de todas as idades. 

Os principais objetivos dessa UC (Unidade de Conservação) são: proporcionar recreação, turismo ecológico e proteção da diversidade ambiental, assim como fornecer educação ambiental, controle de erosão e conservação dos recursos hídricos ali presentes. 

 

Parque Nacional de Itatiaia possui diversos pontos apropriados para banho. (Foto: WikiParques)

 

Características naturais 

A importância geológica da região se dá pelas elevações do planalto do Itatiaia, onde o Pico das Agulhas Negras, com 2.787m de altitude, é o sétimo ponto mais alto do Brasil! Outros picos, como a Pedra do Couto, com 2.682m, e as Prateleiras, com 2.515m, também destacam-se no planalto.

O Parque é caracterizado por relevos de montanhas e elevações rochosas, com altitudes de 650 a 2.780 m, que se destacam sobre o planalto do Alto Rio Grande, nivelado a 1.900 – 2.100m; ao sul, e formam as escarpas da Serra da Mantiqueira.

 

O Parque recebe milhares de turistas durante todo o ano. (Foto: Carla Guaitanele/ICMBio)

 

Seu território abrange nascentes de 12 importantes bacias hidrográficas regionais, que drenam para duas bacias principais: a do rio Grande, afluente do rio Paraná, e a do rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de Janeiro.

A parte baixa caracteriza-se principalmente por sua vegetação exuberante e generosos cursos d’água, com diversas áreas apropriadas para banho.

 

Fauna e flora 

O Parque Nacional do Itatiaia se distribui em: Floresta Ombrófila Densa Montana, nas áreas onde a altitude varia de 650 a 1.500 m; Floresta Ombrófila Densa Alto Montana, acima de 1.500 m de altitude; Floresta Ombrófila Mista Montana em altitudes de cerca de 1.200 m com a presença de Araucaria angustifolia e Floresta Estacional Semidecidual Montana na vertente continental do parque, acima dos 500 m de altitude. Na parte mais acidentada e elevada do planalto, acima de 1.600 m de altitude, começam a surgir os Campos de Altitude.

Para os observadores de aves, o Parque pode ser um verdadeiro paraíso! Com mais de 360 espécies já registradas, os 28 mil hectares do local viram palco para concertos da natureza durante todo o dia. Ao percorrer as trilhas mata adentro, é possível ouvir e observar algumas aves como: tuque (Elaenia mesoleuca), verdinho-coroado (Hylophilus poicilotis), sabiá-do-banhado (Embernagra platensis), tico-tico (Zonotrichia capensis), tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), maria-ferrugem (Casiornis rufus), etc . No fim do dia, os observadores ainda podem se despedir com a saudade (Lipaugus ater), ave de canto melancólico, difícil de ser observada. Para mais informações, acesse a página do Parque no WikiAves

 

Saudade (Lipaugus ater) // Foto: Claudio Souza

 

Outro destaque são as 51 espécies de répteis já registradas no Parque, sendo 9 espécies de lagartos e 42 espécies de serpentes! A fauna de lagartos deve ter, pelo menos, o dobro da riqueza apresentada e as serpentes poderão ser mais numerosas, alcançando 60 espécies. Além do mais, o Parque abriga um número significativo de animais que constam na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção. 

 

Teiú (Tupinambis merianae) // Foto: Diogo Luiz – Repertório Animal

 

Como chegar

Para a sede do parque: saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, o visitante deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até a cidade de Itatiaia, na altura do km 318. A viagem dura aproximadamente 2h 30min vindo do Rio de Janeiro e 3 horas saindo de São Paulo.

Para a parte alta: saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, o visitante deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até o povoado de Engenheiro Passos, 12 Km depois de Itatiaia. E seguir pela BR 354, na estrada Rio-Caxambú (Circuito da Águas) por 23 Km, até o local conhecido como Garganta do Registro, a 1.669 metros de altitude. A partir daí começa a subida de 14 km até o Posto Marcão e mais 3 km até o Abrigo Rebouças.

 

ALGUNS REGISTROS DE BIOFACERS NO PARQUE 

 

Teiú (Tupinambis merianae) // Foto: Diogo Luiz – Repertório Animal

 

Sapo pingo-de-ouro (Brachycephalus ephippium) // Foto: Diogo Luiz – Repertório Animal

 

Sapo-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus moreirae) // Foto: Norton Santos

 

Macaco-prego (Sapajus nigritus) // Foto: Paulo Couto

 

Cobra-espada (Tomodon dorsatus) // Foto: Paulo Couto

 

Irara (Eira barbara) // Foto: Alysson Fonseca

 

Se interessou? Acesse a página do Parque Nacional de Itatiaia no WikiParques e saiba mais informações! Não esqueça de fotografar os animais que encontrar pelo caminho e publicar no Biofaces. 🙂  

 

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