Ciência Cidadã: a chave para a preservação da biodiversidade

Você não precisa ser um cientista profissional para fazer ciência. Essa é a premissa da Ciência Cidadã. O movimento cresceu bastante nos últimos anos, reforçando a importância de engajamento da população em ações de pesquisa e captura multimídia de vida selvagem, para fornecer dados importantes sobre a biodiversidade local. 

Além de aproximar os cidadãos de causas ambientais e aumentar a produção de conhecimento, esta forma popular de fazer ciência também pode originar avanços científicos importantes. É devido ao empenho de amadores, por exemplo, que são descobertos, diariamente, dezenas de possíveis exoplanetas, espécies animais descritas com a ajuda de relatos no Facebook e até mesmo novos remédios que podem ser testados, graças à sugestões vindas de pessoas leigas.

 

(Foto de Orangotango registrada no Biofaces pelo biólogo Gustavo Figueirôa.)

O QUE FAZ UM CIENTISTA CIDADÃO? 

A ciência cidadã é uma vertente da ciência baseada na participação informada, consciente e voluntária, de milhares de cidadãos que produzem e analisam grandes quantidades de dados, partilham o seu conhecimento, discutem e apresentam resultados. Qualquer pessoa pode dedicar a sua inteligência e/ou os seus recursos tecnológicos para encontrar informações de utilidade social, seja com uma foto, uma gravação de som ou até mesmo uma ideia proposta. Para tal, não é necessário ter conhecimento científico prévio e você pode fazer em qualquer lugar, a qualquer momento. 

 

A EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO

Apesar de parecer inovador, o conceito não é recente. Acredita-se que o movimento teve origem nos anos 1900, por meio da contagem coletiva de pássaros. Já em 1989, 225 voluntários norte-americanos reuniram amostras para uma campanha sobre chuva ácida, concebida pela National Audubon Society, ONG de conservação de Nova York. 

Desde então, os métodos de ciência cidadã têm ficado cada vez mais elaborados e efetivos, graças ao avanço das telecomunicações e uso da Internet. Hoje, os pesquisadores buscam novas formas de explorar os smartphones, já que o dispositivo tornou-se um recurso chave para esta prática. Os estudiosos recrutam cientistas cidadãos que usam seus próprios smartphones para coletar dados difíceis de obter de maneiras convencionais. Os celulares transportam diversos sensores internos, como câmeras, microfones, acelerômetros e medidores de pressão, juntamente com aplicativos de fácil utilização, que oferecem maior facilidade para o público contribuir com dados de alta qualidade. 

 

CIÊNCIA FEITA POR CIDADÃOS BRASILEIROS 

No Brasil, destacam-se algumas plataformas como eBird e WikiAves, que são mais nichados e utilizados em grande parte por observadores de aves. Além deles, também estão disponíveis o Táxeus e o Biofaces, que são mais abrangentes e armazenam registros de aves, mamíferos, anfíbios, répteis, entre outros exemplares da fauna. 

As plataformas online são 100% colaborativas e oferecem um extenso acervo de fauna nativa, contendo fotos, vídeos, mapa de incidência e sons originais! Os dados ali armazenados são analisados por especialistas e/ou membros mais experientes e podem contribuir consideravelmente para a conservação das espécies. 

 

(Foto de Lobo-guará registrada no Biofaces pelo biólogo Gustavo Figueirôa.)

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