Conheça o simpático cateto (Pecari tajacu): O porco-do mato
Também conhecidos como caititus, os catetos pertencem a família Tayassuidae, mesma família dos queixadas, com os quais são bastante confundidos.
Embora lembrem porcos domésticos e sejam chamados de tal não pertencem a mesma família. Os porcos domésticos e os javalis pertencem a família Suiidae e não são nativos das Américas.
Tanto o cateto quanto o queixada possuem no nome o ¨pecari¨, palavra de origem indígena tupi-guarani que remete ao hábito dessas espécies de andar em bandos dentro das matas fechadas. Pecari significa ¨animal que faz muitos caminhos na mata¨.
Realmente as duas espécies são bem parecidas, tanto em morfologia, quanto em hábito.
Qual a diferença então entre um cateto (Pecari tajacu) de um queixada (Tayassu pecari)? Você sabe?
Vamos colocar a foto dois para facilitar.
Agora ficou fácil, né? Conseguiu perceber algumas diferenças?
A diferença mais notável entre os catetos e os queixadas é que os catetos possuem uma mancha clara em volta do pescoço que lembra um colar e o queixada possui uma macha branca no queixo.
Apesar de difícil de comparar pela foto, os catetos são menores do que os queixadas.
Agora que já sabemos quem é quem, vamos deixar o queixada para outra hora e focar nos catetos.
Características morfológicas
Os catetos atingem de 84 a 106 cm de comprimento em média e têm entre 30 e 50 cm de altura. Podem pesar de 15 a 30 kg. O coloração dos pelos varia de entre tons castanhos e acinzentados com faixa branca no pescoço bem visível. A visão desses bichinhos não é lá grandes coisas, mas em contrapartida, possuem um olfato bem apurado.
Distribuição
Como podemos perceber pela imagem abaixo, os catetos são amplamente distribuídos, o sul dos Estados Unidos até a região central da Argentina. No Brasil, ocupam todos os Biomas, com exceção do extremo sul do país.
Hábitos
Os caititus variam os seus horários de maior atividade de acordo com o clima da região. Normalmente ficam mais ativos nos horários de calor menos intenso e até durante a noite, na Caatinga, Pantanal e Cerrado.
Frequentemente são encontrados procurando por alimentos, uma atividade na qual se ocupam em boa parte de seu dia. Possuem uma alimentação bastante generalista. Isso quer dizer que se alimentam de vários tipos de alimentos diferentes, desde tubérculos, brotos e frutas a até aves e pequenos invertebrados. São importantes dispersores de sementes, por isso, excelentes para a manutenção do ecossistema.
Vivem em grupos grandes que podem chegar a até 50 indivíduos, provocando uma grande confusão e barulheira quando se deslocam nas matas.
Os grupos normalmente são territorialistas e os indivíduos, através de glândulas que possuem no dorso, produzem uma secreção de cheiro bem característico que esfregam em troncos para demarcar seus territórios.
Utilizam buracos no chão, que até eles mesmos cavam, ou ocos de árvores para se esconder do calor e para ter seus filhotes. Normalmente nascem dois filhotes de cada gestação, que, logo após o nascimento já seguem a mãe constantemente na tentativa de dar uma mamadinha.
As vocalizações que produzem são inúmeras e cada uma delas tem a sua função. Brincadeira, chamado, alimento, perigo e por ai vai.
Um barulho que produzem que pode causar arrepios em quem topar com um bando de catetos no mato são os do bater dos dentes de maneira rápida e repetitiva. Eles fazem esses barulhos como forma de defesa, avisando o possível predador ou p humano intruso, para sair de perto e deixar o grupo em paz.
Principais ameaças
Embora sejam considerados como “pouco preocupante” tanto pela lista nacional do ICMBio quanto pela IUCN, esses animais vêm sofrendo imensamente com a perda de habitat, se tornando extintos localmente em várias regiões.
São ou não simpáticos? Quem falar que não é porque ainda não viu um filhotinho e, para mudar a opinião deste pequeno grupo contrário, termino esse texto com uma foto de uma família de catetos na hora do lanchinho.
Texto por: Fernanda Sá?