Dia Internacional da Anta: as jardineiras das florestas!
O dia 27 de abril é inteiramente dedicado às jardineiras das florestas: as antas. A data promove a necessidade de conservação do animal, que é muito mais inteligente e importante para natureza do que o senso comum nos diz. A partir de hoje, quando alguém te chamar de “anta”, você vai receber como um elogio. Combinado?
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ESPÉCIES DE ANTA
Você sabia que, na antiguidade, as antas eram consideradas um tipo de hipopótamo? A primeira vez na história da evolução que se teve o registro de uma anta (ou tapirus) foi em 1762. Quem a descreveu e identificou foi zoólogo e físico francês Mathurin Jacques Brisson.
Hoje, são registradas cinco espécies do gênero Tapirus (família Tapiridae e ordem dos mamíferos terrestres ungulados). Dentre essas espécies, a mais recente (T. kabomani) foi identificada em 2013 – é uma criança, rs!
Anta de Baird –Tapirus bairdii
Ocorre entre a Costa Rica, Belize, Colômbia, Guatemala, Honduras, México, El Salvador, Panamá e Nicarágua. De acordo com a IUCN, está ameaçada de extinção.
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Anta malaia – Tapirus indicus
Ocorre no Myanmar, Indonésia, Tailândia e Malásia. De acordo com a IUCN, também encontra-se ameaçada de extinção.
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Anta pretinha – Tapirus kabomani
Pode ocorrer no Brasil, na Guiana Francesa e Colômbia. Seu status de conservação ainda é desconhecido.
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Anta da montanha – Tapirus pinchaque
Sua área de ocorrência envolve a Venezuela, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia. Segundo a IUCN, também está ameaçada de extinção.
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Anta brasileira – Tapirus terrestris
Espécie mais comum, a anta brasileira pode ser encontrada no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Argentina, Colômbia, Bolívia, Suriname, Paraguai, Equador, Venezuela e Peru. A IUCN classifica o animal como vulnerável.
A ANTA BRASILEIRA
Maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta (Tapirus terrestris) é um ícone da fauna brasileira. Normalmente, as fêmeas são maiores os machos, pesando entre 180 e 300 kg! Medem aproximadamente 1 metro e podem ter até 2 metros de comprimento. Possuem dentes fortes e apresentam um couro resistente, que auxilia na proteção contra predadores e vegetações mais densas.
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As antas brasileiras são solitárias, possuem hábitos noturnos e costumam viver próximas de rios e lagos. Podem ser facilmente avistadas dentro da água, atravessando longas distâncias aquáticas sem problemas. São exímias nadadoras!
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Os dados sobre a reprodução do animal são escassos. No entanto, o mais provável é que sejam polígamas – o macho procria com várias fêmeas, enquanto a fêmea fica com um único macho. Sua gestação dura cerca de 14 meses e nasce apenas um filhote.
Seus filhotes possuem uma estética bem diferente! Apresentam manchas brancas no corpo, que ajudam na camuflagem e proteção contra predadores. Quando chegam aos 6 meses, as manchas começam a desaparecer. São chamados carinhosamente de “melancias” por pesquisadores conservacionistas, pela semelhança de suas manchas com as de uma melancia.
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A dieta desses mamíferos é herbívora. Suas refeições são compostas por plantas, flores, frutas, cascas e até mesmo galhos. A digestão é rápida e muitas sementes passam pelo trato digestivo sem grandes danos. Dessa forma, possuem maior capacidade de germinar longe das plantas-mãe.
Por essa razão as antas são conhecidas como jardineiras das florestas. Os animais ajudam na dispersão de diferentes sementes pela mata, demonstrando grande importância ecológica para a natureza.
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Totalmente injustiçada pelo idioma brasileiro, “anta” tornou-se um apelido pejorativo, que julga pessoas ou atitudes pouco inteligentes. No entanto, o senso comum enganou-se ao assimilar o animal à falta de inteligência. No geral, as antas são muito espertas e extremamente importantes para o meio ambiente. #AntaÉElogio
Gostou de saber mais sobre esse símbolo icônico da biodiversidade brasileira? Compartilhe as informações com os amigos e ajude na propagação de conhecimento científico! Essa é uma das melhores formas de promover a conservação do animal. E, claro, não esqueça de publicar todos os registros que conseguir no Biofaces. 🙂