Dia Mundial das Tartarugas reforça a importância de proteger as diversas espécies existentes

O Dia Mundial das Tartarugas é promovido anualmente no dia 23 de maio! A data foi idealizada pela American Tortoise Rescue e celebrada pela primeira vez no ano de 2000. Desde então, defende a importância de conservar esses animais, que apresentam diversas espécies diferentes e são fundamentais para o equilíbrio do meio ambiente.

 

Tartaruga-verde (Chelonia mydas) | Foto: Luiz Souza

 

Apesar do nome específico, o Dia Mundial das Tartarugas também fomenta a necessidade de conservação das espécies de jabutis (terrestres) e cágados (semiaquáticos), além, é claro, das tartarugas aquáticas (marinhas ou de água doce). No texto abaixo, você aprende um pouco mais sobre cada uma delas e observa incríveis imagens dos animais registrados no Biofaces! Bora?

 

IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DAS TARTARUGAS

Você sabia que existem aproximadamente 250 espécies de tartarugas no mundo? Mas não se preocupe, é bem fácil reconhecer os répteis da ordem Testudinata. De acordo com o ecólogo e pesquisador da U.S. Geological Survey, Jeffrey Lovich, “Todos os animais com coluna e casco são tartarugas. São os únicos que possuem seus quadris e ombros dentro da caixa torácica.”

 

Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) | Foto: João Vicente Loss De Toni

 

No geral, os répteis também demonstram um comportamento bastante calmo, com movimentação mais lenta. Aparentemente, a “rotina tranquila” os proporciona alguns anos a mais de vida, visto que a longevidade também é uma característica comum entre eles. No entanto, por trás da calmaria, as tartarugas representam importantes atores ecológicos. Por conta das escavações profundas e deslocamento entre ecossistemas – como oceano e praia – elas possuem um papel importante na natureza.

Os buracos cavados por tartarugas gopher (Gopherus polyphemus), por exemplo, servem de abrigo para mais de 350 espécies, entre elas as corujas-buraqueiras (Athene cunicularia), lebres e linces.

Algumas espécies de tartaruga podem atuar até mesmo como jardineiras das florestas! A tartaruga-de-caixa (Terrapene coahuila), que se alimenta de frutas, pode caminhar longas distâncias e dispensar sementes por meio de suas fezes. Dessa forma, o animal auxilia na manutenção de um terreno saudável e variado. 

Esses são apenas alguns exemplos do quão relevantes as tartarugas são para o meio ambiente. Por isso, a importância de promover uma data como o Dia Mundial das Tartarugas. 

 

SOBRE OS JABUTIS 

A principal diferença dos jabutis para as demais espécies é que são animais estritamente terrestres. Movimentam-se bem lentamente e quando sentem-se ameaçados, costumam recolher suas patas e cabeça para dentro do casco, fingindo-se de mortos. Esse é seu mecanismo de defesa mais eficiente. 

Fisicamente, possuem cascos altos e arredondados, além das patas robustas – como de elefantes. A cabeça é relativamente pequena e os olhos são grandes. Podem apresentar manchas coloridas no corpo. 

 

Jabuti (Chelonoidis carbonaria) | Foto: Allex Durão Martins

 

Na América do Sul, ocorrem 4 espécies diferentes: Chelonoidis chilensis, Chelonoidis nigra, Chelonoidis carbonaria e Chelonoidis denticulata. Se analisarmos apenas a ocorrência no Brasil, podemos encontrar o jabuti-vermelho (Chelonoidis carbonária) – facilmente avistado em campos mais abertos – e o jabuti-amarelo (Chelonoidis denticulata) – observado com maior facilidade em áreas de florestas densas.

 

SOBRE OS CÁGADOS

Conhecidos como “tartarugas do pescoço de cobra”, por conta de seu pescoço fino e alongado, os cágados são répteis considerados semiaquáticos. As espécies podem desenvolver atividades tanto na água doce quanto em ambientes terrestres. 

Cágado-de-barbicha (Phrynops geoffroanus) | Foto: Kennedy Borges – Road

 

Para adaptar-se bem aos diferentes ambientes, os cágados possuem cascos hidrodinâmicos. Ou seja, mais leve e achatado (diferente dos jabutis), o que lhes garante maior agilidade e flutuabilidade na água. Suas patas também possuem membranas entre os dedos, que ajudam na movimentação aquática. 

A distribuição geográfica desses animais inclui a América do Sul, Austrália e Nova Guiné. Falando apenas sobre o Brasil, este grupo é representado por 25 espécies divididas em nove diferentes gêneros.

 

SOBRE AS TARTARUGAS AQUÁTICAS 

As tartarugas aquáticas são quelônios que vivem o tempo inteiro dentro da água. Esses animais costumam sair apenas para desovar ou tomar sol. Dentre as muitas espécies incluídas nesta categoria, existem as marinhas e as de água doce, como a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), a irapuca (Podocnemis erythrocephala), o tracajá (Podocnemis unifilis) e a iaça (Podocnemis sextuberculata).

Tracajá (Podocnemis unifilis) | Foto: Antonino Gonçalves Medina

 

Apesar das semelhanças físicas com os cágados, boa parte das tartarugas possuem patas no formato de pá, aproveitadas como remos para nadar. Sobre as espécies marinhas, podemos dizer que os machos e fêmeas são muito semelhantes entre si. É necessário esperar chegarem na fase adulta para conseguir diferenciá-los a olho nu: nesse período, os machos já apresentam rabo e unhas bastante desenvolvidos.

As tartarugas marinhas existem há mais de 180 milhões de anos! A principal hipótese é que tenham evoluído das tartarugas de água doce, mas para adaptar-se ao ambiente diferenciado, desenvolveram glândulas de sal próximas aos olhos. Grande parte das espécies marinhas são migratórias e costumam se orientar a partir das correntes oceânicas, auxiliadas por um campo magnético terrestre. 

 

Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) | Foto: Leonardo Souza

 

LONGAS VIDAS AMEAÇADAS 

Infelizmente, muitas rainhas (e reis) da longevidade estão sob risco de extinção. A tartaruga da espécie Rafetus swinhoei, por exemplo, conta com apenas quatro indivíduos restantes no mundo. Entre 2004 e 2014, algumas populações de jabutis que habitam o deserto da Califórnia, Nevada e sul do Utah, nos Estados Unidos, diminuíram em 37%. Como se não bastasse, um estudo realizado pela revista Bioscience, sobre o declínio das tartarugas, mostrou que 61% das 356 espécies de tartarugas foram extintas ou ameaçadas na era moderna. Esses são dados muito tristes e preocupantes, visto o quão importantes esses animais são para a natureza. 

Por isso, reforçamos a importância de aproveitar o Dia Mundial das Tartarugas para refletir sobre a necessidade de conservação desses bichos. Se possível, admire-os apenas de longe, sem interferir em suas vidas, sem impactar o estado selvagem de cada um deles e, principalmente, com todo o respeito do mundo! Você pode fotografar, filmar, desenhar e contribuir como um verdadeiro cientista cidadão por meio do Biofaces. Estamos juntos na luta pela conservação das tartarugas e todos os outros animais presentes na natureza!

 

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