Dia Mundial do Leão

Todo mês um post novo trazendo os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. Hoje, dia 10 de agosto, é celebrado o Dia Mundial do Leão, o nosso escolhido do mês.

O rei da selva tem mais características impressionantes a seu respeito do que somente sua juba exuberante. Vem com a gente conhecer curiosidades fascinantes sobre esses animais e, de quebra, descobrir onde fazer registros incríveis.

 

Foto: Werner Schmaeing – Biofaces

 

Características

Segundo maior felino do mundo, perdendo apenas para o tigre, o leão (Panthera leo) pode chegar aos 3,5 m de comprimento e aos 235 kg. Os leões são os únicos felinos que vivem em bando, que podem chegar a ter 40 indivíduos. Dentro de um mesmo grupo, no máximo, 4 indivíduos são machos, enquanto a grande maioria é composta por fêmeas com algum parentesco.

Os leões são responsáveis por demarcar e defender o território, usando sua urina ou seu rugido ameaçador, que pode ser ouvido a uma distância de até 8 quilômetros! Já as fêmeas, mais velozes, ficam por conta da caça, que geralmente é feita em grupo. 

Apesar de ocuparem o topo da cadeia, os leões não são tão bons caçadores, com taxa de sucesso menor que 30%. Isso porque suas presas costumam ser muito mais velozes, como gnus, zebras, búfalos e antílopes. Por isso torna-se tão importante agirem em grupo.

Fêmeas no comando

A Disney pode até ter uma grande reputação por seus filmes de animais, mas muitos deles, não passam de ficção. A realidade do reino animal é totalmente diferente da retratada em Rei Leão, por exemplo. Simba, Mufasa e Scar são nomes que vêm facilmente à mente. Mas e a mãe de Simba? Confesso que pesquisei para lembrar o nome de Sarabi. Ao contrário do filme, no reino animal, se tem uma fêmea que merece ser lembrada, é a leoa.

As leoas sempre são as líderes dos bandos, fazendo a maior parte das caçadas e proteção do território. Os poucos machos que fazem parte do bando são escolhidos rigorosamente, mas nunca são os nascidos ali. E o porquê disso? A resposta está na variabilidade genética. O macho do bando acasala com as fêmeas e, se tivesse nascido ali, estaria acasalando com suas parentes e criando descendentes com pouca diversidade genética. Ou seja, o romance entre Simba e Nala nunca teria acontecido.

 

Foto: Werner Schmaeing – Biofaces

 

Há uma grande competição por bandos entre os machos, por isso, quando crescidos, os leões deixam seu bando e vivem como nômades. Costumam andar em grupos de dois ou mais machos, para aumentar as suas chances de sobrevivência e costumam atingir em média apenas 3 anos.

E as fêmeas? Elas comandam a sociedade matriarcal dos leões, definindo seu próprio território. As fêmeas que nascem no bando permanecem e ali, se reproduzem com os machos, que não duram tanto. É estimado que 99% de um bando sejam compostos por leoas aparentadas. E se o bando ficar grande demais para o território, também não é problema: essas fêmeas poderosas conquistarão um novo território que suas filhas possam assumir e iniciar seu próprio bando.

 

Foto: Jair Moreira – Biofaces 

 

A famosa juba

E se eu te falar que a leoa também influencia na juba tão característica do “rei da selva”? É isso mesmo, a juba é uma característica de seleção sexual. Isso significa que as fêmeas escolhem com o macho mais atraente baseadas em características como a juba.

E aí vem mais uma falácia de Rei Leão: as leoas preferem jubas com pelagem mais escura. O Scar faria mais sucesso entre as fêmeas, afinal, a juba escura apesar de não ser uma resposta genética, está relacionada a uma condição física melhor. Isto porque a juba preta costuma ser mais pesada e absorve mais calor que jubas mais claras e, como os leões são animais musculosos e peludos, estão propensos a superaquecer e manter a juba escura é mais custoso energeticamente. Resultado: a juba escura significa uma maior resistência e condições de saúde melhores.

Dependendo do estado de saúde do leão, sua juba varia de cor durante a vida, podendo ser mais escura, clara ou, se a coisa estiver feia, cair completamente.

 

Foto: Shivaram Subramaniam – Biofaces

 

E sabiam que leoas também podem ter jubas? É raro, mas existem casos de fêmeas desenvolvendo jubas. Já foi visto em cativeiro, mas também em vida livre. Na realidade, é comum ver leoas com juba no Delta do Okavango, na Botswana. O motivo disso ainda não é conhecido, mas acredita-se que se trata de alguma anomalia genética.

 

Onde encontrar

Existem duas subespécies de leão, o leão-africano (Panthera leo leo) e o leão-asiático (Panthera leo persica). Atualmente, é estimado que existam aproximadamente 20 mil indivíduos em vida livre. A espécie encontra-se com status vulnerável na IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), tendo desaparecido em mais 90% da sua área de ocorrência. Só nos últimos 15 anos, estima-se que a população caiu pela metade.

Apesar disso, a espécie ainda se encontra presente em 28 países africanos e em 1 asiático. E aqui, separamos alguns dos principais destinos turísticos onde é possível ver essas feras em vida livre:

 

 

E aí, que tal celebrar o Dia Mundial do Leão planejando a próxima viagem para ver esse bichão de pertinho? Só não pode esquecer de deixar seus registros no Biofaces quando voltar!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

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