Dia Nacional do Pampa: Conheça esse Bioma

Restrito ao estado do Rio Grande do Sul, mas não ao Brasil, o Pampa pode parecer um bioma pouco diverso com seu predomínio de campos nativos, mas, na realidade, possui uma rica biodiversidade. Patrimônio natural, genético e cultural, hoje, dia 17 de dezembro, é dia de celebrar a importância vital do Pampa.

Em homenagem ao seu dia, trouxemos várias informações para vocês conhecerem melhor esse bioma e a biodiversidade que ele abriga. E mais, trouxemos dicas de várias Unidades de Conservação, onde é possível vê-lo de perto e registrar a vida que ele abriga! Vem conhecê-lo melhor!

Foto: Fabio Olmos – (o)eco

 

O Pampa

Uma imensidão de campos limpos, com gramíneas, poucos arbustos e árvores formam uma paisagem singela, mas que enche os olhos. Apesar do Pampa ser associado principalmente aos campos, ele é formado por vários ecossistemas, que abrigam cerca de 3 mil espécies de plantas.

No que diz respeito à fauna, o bioma já foi abrigo de grandes herbívoros como cavalos, lhamas e até preguiças gigantes. Atualmente, ele conta com cerca de 480 espécies de aves, entre elas a ema, a perdiz, o quero-quero, o joão-de-barro, o beija-flor-de-barba-azul, o picapauzinho-chorão e o caboclinho-de-barriga-verde. E mais de 100 espécies de mamíferos, entre elas o cervo-do-pantanal, o tatu-mulita, o graxaim e o veado-campeiro.

Há também espécies exclusivas, que só ocorrem ali. Entre elas estão o sapinho-de-barriga-vermelha e o tuco-tuco.

Heliomaster furcifer. Foto: Geiser Trivelato – Biofaces

 

Além de abrigar uma biodiversidade própria, o Pampa também abriga a maior parte do aquífero Guarani. E não é por aí que acaba sua importância biológica, afinal, ele também apresenta uma importante contribuição no sequestro de carbono e no controle da erosão.

Apesar disso, ele é o bioma que tem menos representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por Unidades de Conservação. Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), cada bioma brasileiro deveria ter pelo menos 17% de áreas terrestres representativas de sua heterogeneidade, protegidas.

Foto: Diego Pereira – SEMA/RS

 

Dentre as áreas protegidas, não existe ainda um Parque Nacional totalmente dedicado a esse bioma. Por isso, hoje o Biofaces quebra um pouco a tradição: invés de trazer informações sobre um Parque Nacional, um bom lugar para fotografar a vida selvagem, trouxemos várias opções de Unidades de Conservação onde é possível encontrar o bioma e conhecer melhor a sua biodiversidade.

 

Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã

A Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã situa-se no estado do Rio Grande do Sul, abrangendo quatro municípios (Alegrete, Quaraí, Rosário do Sul e Santana do Livramento). Ela é uma unidade de conservação que protege uma porção significativa do Pampa com seus 316 mil hectares.

Entre as principais atrações estão o Cerro do Tarumã, com 308 metros de altitude, de onde é possível apreciar a paisagem da APA; o Morro das Caveiras, com registros fósseis e artefatos de populações indígenas; e a Lagoa do Parové.

Foto: Carlos Souto – Wikimedia Commons

 

Não há portaria nem cobrança de ingressos. Mais informações sobre a APA do Ibirapuitã podem ser obtidas através do e-mail é apa_ibirapuita@yahoo.com.br ou do telefone (55) 3243-6755.

 

Parque Estadual do Espinilho

Localizado em Barra do Quaraí (RS), o parque engloba áreas importantes para a conservação do ecossistema, incluindo parte do curso do arroio Quaraí-chico, até a sua foz com o rio Uruguai. O Parque é importante para a conservação da formação vegetal única que só ocorre na região. A fauna associada à flora se destaca como atração, a observação de aves é atividade praticada no parque.

Foto: SEMA/RS

 

O Parque Estadual do Espinilho está aberto à visitação com agendamento. O contato é através do e-mail peespinilho@sema.rs.gov.br ou pelo telefone (55) 3419-1015.

Parque Estadual de Itapuã

Localizado no município de Viamão, próximo à capital Porto Alegre (RS), o Parque Estadual de Itapuã abriga a biodiversidade e os sítios arqueológicos da região. Entre as atrações principais estão o Farol de Itapuã, o lago Guaíba e a laguna dos Patos.

Foto: Luiz Ferreira – WikiParques

 

Aberto de quartas-feiras a domingos, das 09h às 19h, o parque oferece infraestrutura e vende ingressos na entrada. Mais informações estão disponíveis pelo e-mail peitapua@sema.rs.gov.br ou pelo telefone (51) 3494-8083.

 

Parque Natural Municipal Pedra do Segredo

Localizado no município de Caçapava do Sul (RS), o parque abriga a biodiversidade da Serra do Segredo. As formações rochosas são atração turística para os amantes da natureza e aventureiros. Um dos maiores atrativos é a Pedra do Segredo, com cerca de 120 metros de altura.

Foto: Pedra do Segredo

 

O Parque Natural Municipal da Pedra do Segredo recebe visitas de terça a domingo, das 09h às 18h, com venda de ingressos e perante agendamento. Para mais informações, é preciso entrar em contato pelo e-mail tunaecoturismo@gmail.com ou pelo telefone (55) 99955-1659.

 

Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos

Também no município de Viamão (RS), o Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos é abrigo da fauna nativa e migratória. A observação de aves é atração turística da unidade de conservação.

Foto: SEMA/RS

 

As visitas são agendadas para escolas e universidades em atividades didáticas, com palestras seguidas de percursos guiados em algumas das trilhas da unidade. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail banhadodospachecos@sema.rs.gov.br ou do telefone (51) 98442-6392.

 

E agora, é só preparar a câmera e ir descobrir as maravilhas desse bioma!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara

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