Fauna brasileira comemora o dia da onça-pintada e do tamanduá
Hoje, dia 29 de novembro, é dia de celebrar dois dos maiores mamíferos brasileiros: a onça-pintada (Panthera onca) e o tamanduá (Myrmecophaga tridactyla). Comumente presentes em cenas de brigas capturadas por armadilhas fotográficas, os dois animais dividem quase todos os biomas brasileiros. Podem ser facilmente encontrados no Pantanal, Cerrado, Amazônia e até mesmo na Mata Atlântica.
FICHA ANIMAL: onça-pintada
A onça-pintada, também conhecida como Jaguar, é o maior felino da Américas e terceiro maior do mundo (ficando atrás apenas do tigre e do leão). São animais grandes e musculosos, e seu tamanho pode variar de acordo com o ambiente no qual está inserido. Em média, pesam entre 65 e 100 kg, porém machos com mais de 148 kg já foram registrados no Pantanal!
Considerada um predador do topo da cadeia, a onça-pintada reina absoluta nos ambientes onde vive, alimentando-se de pequenos tatus, cutias, jacarés, antas, etc. Elas controlam populações de presas e são de extrema importância no equilíbrio dos ecossistemas onde estão inseridas. São carnívoras estritas, ou seja, alimentam-se exclusivamente de carne. Proporcionalmente, possuem a mordida mais poderosa entre os felinos, mais forte que a do tigre e a do leão!
Características físicas
A marca registrada do animal são suas rosetas (pintas) espalhadas pelo corpo. O que dá, inclusive, o nome popular ao bicho. Cada onça possui um padrão único de manchas, o que as torna únicas e facilita o reconhecimento por parte dos pesquisadores. Apenas pela análise do padrão de pintas é possível reconhecer cada indivíduo, sabia?
Além do mais, as onças também podem ter o gene para o melanismo, o que deixa sua pelagem escura, quase toda preta. E, ao contrário de que muitos pensam, a onça-preta não é uma espécie diferente, ela apenas concentra maior quantidade de melanina.
Hábitos
As onças-pintadas, em geral, são animais com hábitos crepusculares e noturnos, mantendo maior atividade ao amanhecer e anoitecer.
Por muito tempo, acreditou-se que eram animais totalmente solitários, que não toleravam a presença de outras onças em seu território. No entanto, com o passar dos anos, pesquisadores descobriram que elas podem, sim, tolerar outros indivíduos. Especula-se que, quando o recurso alimentar é abundante, a tolerância entre os animais aumenta. Ou seja, compensa mais compartilhar o alimento do que correr o risco de se ferir ou morrer em uma briga.
Distribuição
Originalmente, a onça-pintada ocorria desde o sudoeste dos Estados Unidos até a região central da Argentina. Hoje, segundo dados da IUCN, ocorre desde o México até o norte da Argentina.
Status de Conservação
Onças-pintadas sofrem ameaça de extinção e são consideradas como “vulneráveis” (VU) de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio, 2018). Já de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2018), são consideradas como “quase ameaçadas” (NT).
Projetos de conservação da onça-pintada
Hoje, existem alguns projetos de conservação que fazem um trabalho focado na onça-pintada, como o Projeto Onças do Rio Negro, Projeto Onças do Iguaçu, Onçafari, dentre outros.
Os três projetos trabalham principalmente com pesquisas científicas e educação ambiental, ou seja, estudam de perto os animais e contribuem para a geração de conhecimento científico sobre o tema.
O Onçafari, especificamente, ainda realiza um incrível trabalho de ecoturismo, trazendo pessoas do mundo inteiro para conhecer os bichos mais de perto, sem interferir nos seus comportamentos naturais.
Foto: Edu Fragoso/Onçafari
FICHA ANIMAL: tamanduá
Hoje, no Brasil, existem três espécies diferentes de tamanduás: tamanduaí, tamanduá-bandeira e tamanduá-mirim. Cada um possui características físicas e hábitos diferentes, tornando-os facilmente reconhecíveis.
Tamanduaí (Cyclopes didactylus)
Peso e Tamanho
O animal possui cerca de 35 cm e pode ter até 20 cm de cauda. Os machos pesam aproximadamente 254 g, enquanto as fêmeas podem pesar em torno de 215 g.
Longevidade
Podem viver até os 15 anos (dados de cativeiro).
Hábitos
São animais estritamente noturnos; descansam durante todo o dia para iniciarem suas atividades no começo da noite. É um animal arborícola, ou seja, que fica no dossel das árvores. Vive de forma solitária, exceto na época reprodutiva e durante os cuidados com a cria.
Distribuição
Atualmente, o tamanduaí ocorre desde o sul do México até o leste da Bolívia.
Status de conservação
Segundo a Red List da IUCN, a população amazônica está classificada como “pouco preocupante.” Já a população nordestina consta como “dados insuficientes”, devido à falta de informações sobre seu status populacional nesta região.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
Peso e Tamanho
Um tamanduá-bandeira pesa cerca de 31,5 kg e pode medir entre 1 a 1,2 m.
Longevidade
Em cativeiro, o maior tempo de vida registrado foi de 32 anos.
Hábitos
É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e cuidado parental. Podem ter atividade ao longo do dia e da noite, dependendo da temperatura e da umidade.
Distribuição
Ocorre em parte da América Central até o norte da Argentina.
Status de conservação
De acordo com a IUCN, o tamanduá-bandeira está em nível de “vulnerabilidade”. É considerado o mamífero mais ameaçado da América Central, já estando extinto em Belize, Guatemala, e muito provavelmente na Costa Rica. Na América do Sul, está extinto no Uruguai.
No Brasil, consta em diversas listas regionais de espécies ameaçadas, e é listado como “Vulnerável” também no Livro Vermelho de Fauna Ameaçada do Ministério do Meio Ambiente.
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Peso e Tamanho
O tamanduá-mirim pesa em torno de 5 a 8 kg e pode medir até 72 cm, com uma cauda de até 67 cm.
Longevidade
Um indivíduo chegou a 17 anos de idade (em cativeiro).
Hábitos
O tamanduá-mirim é predominantemente arborícola, mas também pode se deslocar, se alimentar e descansar no solo. Parecem relacionar seus picos de atividade à disponibilidade de seus recursos alimentares e ao tipo de presa.
É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e o cuidado parental.
Distribuição
Ocorre da Venezuela, parte da Colômbia, Bolívia, até o norte da Argentina.
Status de Conservação
A espécie está classificada como “Pouco Preocupante”, segundo a IUCN. Apesar disso, suas populações estão expostas a diversas ameaças regionais ao longo de sua distribuição.
Projeto Tamanduá
O Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil, chamado de Projeto Tamanduá, surgiu em 2005 com a missão de desenvolver ações de pesquisa, educação e fomento à políticas públicas, visando a conservação das 30 espécies viventes de tatus, tamanduás e preguiças.
No campo da pesquisa acadêmica, o Projeto desenvolveu estudos pioneiros com tamanduás, tatus e preguiças nas áreas de biologia, ecologia, sistemática, genética da conservação e educação ambiental, sendo hoje referência no desenvolvimento de pesquisas científicas para geração de informações necessárias na conservação destas espécies e de seus habitats.
Acesse o site da instituição e conheça todos os incríveis trabalhos realizados por eles!