Fauna brasileira comemora o dia da onça-pintada e do tamanduá

Hoje, dia 29 de novembro, é dia de celebrar dois dos maiores mamíferos brasileiros: a onça-pintada (Panthera onca) e o tamanduá (Myrmecophaga tridactyla). Comumente presentes em cenas de brigas capturadas por armadilhas fotográficas, os dois animais dividem quase todos os biomas brasileiros. Podem ser facilmente encontrados no Pantanal, Cerrado, Amazônia e até mesmo na Mata Atlântica. 

 

FICHA ANIMAL: onça-pintada 

A onça-pintada, também conhecida como Jaguar, é o maior felino da Américas e terceiro maior do mundo (ficando atrás apenas do tigre e do leão). São animais grandes e musculosos, e seu tamanho pode variar de acordo com o ambiente no qual está inserido. Em média, pesam entre 65 e 100 kg, porém machos com mais de 148 kg já foram registrados no Pantanal!

Foto: Steven Bobzien/Biofaces

 

Considerada um predador do topo da cadeia, a onça-pintada reina absoluta nos ambientes onde vive, alimentando-se de pequenos tatus, cutias, jacarés, antas, etc. Elas controlam populações de presas e são de extrema importância no equilíbrio dos ecossistemas onde estão inseridas. São carnívoras estritas, ou seja, alimentam-se exclusivamente de carne. Proporcionalmente, possuem a mordida mais poderosa entre os felinos, mais forte que a do tigre e a do leão! 

 

Características físicas 

A marca registrada do animal são suas rosetas (pintas) espalhadas pelo corpo. O que dá, inclusive, o nome popular ao bicho. Cada onça possui um padrão único de manchas, o que as torna únicas e facilita o reconhecimento por parte dos pesquisadores. Apenas pela análise do padrão de pintas é possível reconhecer cada indivíduo, sabia? 

Foto: Duston Larsen/Biofaces

 

Além do mais, as onças também podem ter o gene para o melanismo, o que deixa sua pelagem escura, quase toda preta. E, ao contrário de que muitos pensam, a onça-preta não é uma espécie diferente, ela apenas concentra maior quantidade de melanina. 

Foto: Bruce McAdam/Wiki Commons

 

Hábitos

As onças-pintadas, em geral, são animais com hábitos crepusculares e noturnos, mantendo maior atividade ao amanhecer e anoitecer.

Por muito tempo, acreditou-se que eram animais totalmente solitários, que não toleravam a presença de outras onças em seu território. No entanto, com o passar dos anos, pesquisadores descobriram que elas podem, sim, tolerar outros indivíduos. Especula-se que, quando o recurso alimentar é abundante, a tolerância entre os animais aumenta. Ou seja, compensa mais compartilhar o alimento do que correr o risco de se ferir ou morrer em uma briga.

Foto: Rafael Hoogesteijn-Panthera/Biofaces

 

Distribuição

Originalmente, a onça-pintada ocorria desde o sudoeste dos Estados Unidos até a região central da Argentina. Hoje, segundo dados da IUCN, ocorre desde o México até o norte da Argentina. 

 

Status de Conservação 

Onças-pintadas sofrem ameaça de extinção e são consideradas como “vulneráveis” (VU) de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio, 2018). Já de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2018), são consideradas como “quase ameaçadas” (NT).

 

Projetos de conservação da onça-pintada 

Hoje, existem alguns projetos de conservação que fazem um trabalho focado na onça-pintada, como o Projeto Onças do Rio Negro, Projeto Onças do Iguaçu, Onçafari, dentre outros. 

Os três projetos trabalham principalmente com pesquisas científicas e educação ambiental, ou seja, estudam de perto os animais e contribuem para a geração de conhecimento científico sobre o tema. 

O Onçafari, especificamente, ainda realiza um incrível trabalho de ecoturismo, trazendo pessoas do mundo inteiro para conhecer os bichos mais de perto, sem interferir nos seus comportamentos naturais. 

Foto: Edu Fragoso/Onçafari

 

FICHA ANIMAL: tamanduá 

Hoje, no Brasil, existem três espécies diferentes de tamanduás: tamanduaí, tamanduá-bandeira e tamanduá-mirim. Cada um possui características físicas e hábitos diferentes, tornando-os facilmente reconhecíveis. 

 

Tamanduaí (Cyclopes didactylus)

Foto: Jorge Luis Trelha Papadopulos Flores/Biofaces

 

Peso e Tamanho 

O animal possui cerca de 35 cm e pode ter até 20 cm de cauda. Os machos pesam aproximadamente 254 g, enquanto as fêmeas podem pesar em torno de 215 g

 

Longevidade 

Podem viver até os 15 anos (dados de cativeiro).

 

Hábitos

São animais estritamente noturnos; descansam durante todo o dia para iniciarem suas atividades no começo da noite. É um animal arborícola, ou seja, que fica no dossel das árvores. Vive de forma solitária, exceto na época reprodutiva e durante os cuidados com a cria.

Foto: Christopher Borges/Biofaces

 

Distribuição

Atualmente, o tamanduaí ocorre desde o sul do México até o leste da Bolívia. 

 

Status de conservação

Segundo a Red List da IUCN, a população amazônica está classificada como “pouco preocupante.” Já a população nordestina consta como “dados insuficientes”, devido à falta de informações sobre seu status populacional nesta região.

 

Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Foto: Lindolfo Souto/Biofaces

 

Peso e Tamanho 

Um tamanduá-bandeira pesa cerca de 31,5 kg e pode medir entre 1 a 1,2 m. 

 

Longevidade

Em cativeiro, o maior tempo de vida registrado foi de 32 anos. 

 

Hábitos

É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e cuidado parental. Podem ter atividade ao longo do dia e da noite, dependendo da temperatura e da umidade.

Foto: Marco Antonio Lemos/Biofaces

 

Distribuição 

Ocorre em parte da América Central até o norte da Argentina.

 

Status de conservação

De acordo com a IUCN, o tamanduá-bandeira está em nível de “vulnerabilidade”. É considerado o mamífero mais ameaçado da América Central, já estando extinto em Belize, Guatemala, e muito provavelmente na Costa Rica. Na América do Sul, está extinto no Uruguai.

No Brasil, consta em diversas listas regionais de espécies ameaçadas, e é listado como “Vulnerável” também no Livro Vermelho de Fauna Ameaçada do Ministério do Meio Ambiente.

 

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)

Foto: Duston Larsen/Biofaces

 

Peso e Tamanho 

O tamanduá-mirim pesa em torno de 5 a 8 kg e pode medir até 72 cm, com uma cauda de até 67 cm. 

 

Longevidade

Um indivíduo chegou a 17 anos de idade (em cativeiro).

 

Hábitos

O tamanduá-mirim é predominantemente arborícola, mas também pode se deslocar, se alimentar e descansar no solo. Parecem relacionar seus picos de atividade à disponibilidade de seus recursos alimentares e ao tipo de presa.

É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e o cuidado parental.

Foto: Leonardo Merçon/Biofaces.

 

Distribuição

Ocorre da Venezuela, parte da Colômbia, Bolívia, até o norte da Argentina. 

 

Status de Conservação 

A espécie está classificada como “Pouco Preocupante”, segundo a IUCN. Apesar disso, suas populações estão expostas a diversas ameaças regionais ao longo de sua distribuição.

 

Projeto Tamanduá 

O Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil, chamado de Projeto Tamanduá, surgiu em 2005 com a missão de desenvolver ações de pesquisa, educação e fomento à políticas públicas, visando a conservação das 30 espécies viventes de tatus, tamanduás e preguiças.

No campo da pesquisa acadêmica, o Projeto desenvolveu estudos pioneiros com tamanduás, tatus e preguiças nas áreas de biologia, ecologia, sistemática, genética da conservação e educação ambiental, sendo hoje referência no desenvolvimento de pesquisas científicas para geração de informações necessárias na conservação destas espécies e de seus habitats.

Acesse o site da instituição e conheça todos os incríveis trabalhos realizados por eles! 

 

 

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