Parque Nacional da Tijuca: bons lugares para fotografar a vida selvagem

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!

Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores e paisagens distintas, o que faz de cada espaço um lugar único.

O escolhido de Abril é o Parque Nacional da Tijuca, uma das primeiras áreas protegidas do mundo. Repleto de biodiversidade, esse verdadeiro paraíso de Mata Atlântica está localizado dentro da cidade do Rio de Janeiro! Continue acompanhando e o conheça melhor!

Floresta Protetora da Tijuca: uma das primeiras áreas protegidas no mundo!

A área do Parque, tornou-se protegida em 1861, antes mesmo da criação do famoso Parque de Yellowstone, o primeiro Parque Nacional criado no mundo, nos Estados Unidos. Com direção de D. Pedro II, as áreas da ”Floresta Protetora da União” foram desapropriadas e um intenso trabalho de reflorestamento se iniciou. Cerca de 100 anos depois, ela ganhou o título de Parque Nacional (PARNA).

Um verdadeiro paraíso na área urbana

Localizado na cidade do Rio de Janeiro, o PARNA conta com 3.953 hectares de Mata Atlântica, já em estágio avançado de regeneração. E presta um enorme serviço ecossistêmico à região, auxiliando no equilíbrio hídrico, climático, controle de erosão, prevenção do assoreamento, qualidade do solo, entre outros.

Em meio a seu relevo montanhoso, o Pico da Tijuca, o Corcovado e a Pedra da Gávea ganham destaque. A última é inclusive, considerada a maior estrutura composta por uma pedra única, também chamada de monolito, a beira mar do planeta.

Além disso, vários córregos e rios passam na Unidade de Conservação (UC), que já foi um importante centro de captação de água para a cidade do Rio e hoje ainda abastece bairros vizinhos. Com tanta água em meio a um relevo montanhoso, também são encontradas várias cascatas e cachoeiras por lá.

Biodiversidade

Tanto a flora quanto a fauna do Parque são muito biodiversas. Angico (Anadenanthera colubrina), quaresmeira (Tibouchina granulosa), embaúba (Cecropia glaziovii) e paineira (Ceiba speciosa) são apenas 4 das mais de 1600 espécies da flora distribuídas na UC. Dessas, mais de 400 estão ameaçadas de extinção. 

Na fauna, só entre os mamíferos são 63 espécies de médio e pequeno porte que vivem ali. Entre elas estão o animal símbolo do parque, o quati (Nasua nasua), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), a paca (Agouti paca), a preguiça-comum (Bradypus variegatus), o macaco-prego (Cebus apella), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e o morcego-beija-flor (Glossophaga soricina). Antes, também haviam mamíferos de grande porte, como antas e onças, ambas extintas devido à caça e a perda e fragmentação de habitat.

No que diz respeito às aves são encontradas mais de 220 espécies e já adiantamos, que só tem aves maravilhosas! O tucano-do-bico-preto (Ramphastos vitellinus), o tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata), o cuspidor-de-máscara-preta (Conopophaga melanops), a saíra-sete-cores (Tangara seledon), o gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea), o tangarazinho (Ilicura militaris), a maíra-da-mata (Hemithraupis ruficapilla) e a tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis) são algumas delas. 

E claro, não para por aí. Há quase 40 espécies de anfíbios, como a rãzinha (Adenomera marmorata) e a rã de Goeldi (Flectonotus goeldii) e cerca de 30 espécies de répteis, como o lagarto teiú (Tupinambis merianae) e as serpentes jararaca (Bothrops jararaca), a coral-falsa (Siphlophis compressus) e a cobra d’água (Liophis miliari). 

Já entre os invertebrados, libélulas, besouros e borboletas também são alguns dos encontrados, como a espécie Melinaea ludovica da foto abaixo.

Programa de Reintrodução de Fauna

Felizmente, essa incrível biodiversidade está acompanhada de um projeto maravilhoso de refaunação. Afinal, uma fauna dispersora de sementes é uma potencial aliada no reflorestamento e na manutenção da floresta a longo prazo! 

Assim, em 2009, iniciou-se uma soltura monitorada de cutias-vermelhas no PARNA, em 2015, soltura de bugios e em 2018, soltura de jabutis-tinga. Diversas aves, que existiam na região, mas tinham sido extintas, também foram soltas lá, como o tucano de bico preto e a araponga.

Esse programa faz parte do Projeto Refauna, que tem como objetivo refaunar as florestas do estado do Rio de Janeiro. Como curiosidade, outra floresta que participou do Projeto foi a Reserva Ecológica de Guapiaçu, onde foram reintroduzidas antas.

Atividades

Relaxar nas quedas d’água e apreciar a paisagem, a flora e a fauna (e aí, entra a comum observação de aves feita no PARNA, afinal, elas são abundantes em todos os setores do parque) são apenas três das várias atividades que a UC oferece. Rapel, skate, corrida, vôo livre, ciclismo, caminhada em trilha, escalada são outras atrações!

Todas essas atividades estão distribuídas pelos setores do Parque: Serra da Carioca, Floresta e Pedra Bonita e Gávea. Por exemplo, no setor Serra da Carioca é possível contemplar paisagens como o morro do Sumaré, comum nos cartões postais da cidade, e os famosos morro de Corcovado, com o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. 

Ainda neste setor, é possível visitar cachoeiras e rios, como o Rio Cabeça.

Para conhecer melhor as atrações pelos setores, clique aqui. 

Prepara-se para a visita e saiba como chegar

Com temperaturas que variam entre 18 e 26º, separe aquela sua roupa bem fresca para visitar o Parque. E, dependendo da época, também separe a sua capa de chuva, pois as chuvas abundantes chegam a mais de 1.500mm/ano.

Caso vá ficar um período maior, sugerimos o programa de voluntariado! Plantio de mudas e recuperação de trilhas são algumas das atividades planejadas para a manutenção de uma área tão importante como essa. Para saber mais, clique aqui.

E claro, não deixe de ler as orientações para a visitação. A área é morada de diversos animais e respeitá-los é preciso. Clique aqui e saiba o que é ou não permitido dentro dos limites da UC. 

Por fim, como cada setor do PARNA possui diferentes atividades e diferentes formas de acesso é melhor se planejar antes de ir. Na escolha das atrações que irá visitar, há instruções de como chegar em cada uma delas! Nesse link, você encontra um resumo de como chegar em cada setor! 

Aventure-se na Tijuca! E não esqueça de compartilhar seus registros no Biofaces!

Texto por: Jéssica Amaral Lara

Revisado por: Diego Rugno