Parque Nacional do Descobrimento – Bons lugares para fotografar vida selvagem

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!

Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores, cheiros e paisagens distintas, o que faz de cada espaço um lugar único.

Um fragmento de Mata Atlântica ao sul da Bahia, o Parque Nacional do Descobrimento conta com uma diversidade de animais singular e ameaçada. Um dos últimos abrigos do mutum-do-sudeste, o Parque é o destino certo para quem deseja ver espécies raras, percorrer trilhas, ou até mesmo visitar as aldeias residentes na região. Quer conhecer mais? Então vem com a gente!

 

Foto: Parque Nacional do Descobrimento – Instagram

 

O Parque Nacional do Descobrimento

Localizado no município de Prado, ao sul da Bahia, o Parque Nacional do Descobrimento protege uma área de 22,6 mil hectares de Mata Atlântica. Situa-se próximo ao Rio Cahy, o primeiro ponto onde atracou a armada de Pedro Álvares Cabral, em 1500. Inclusive, essa é a origem de seu nome: Descobrimento.

De grande importância, a região em que o Parque Nacional (PARNA) se localiza conta com uma estratégia de conservação em larga escala: o Projeto Corredor Central da Mata Atlântica. Além disso, faz parte do Sítio do Patrimônio Mundial Natural da Costa do Descobrimento e é considerado Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

 

Foto: ICMBio

 

Fauna e flora

No local há uma alta riqueza biológica, sendo essa um dos principais atrativos da área protegida. Com cerca de 250 espécies de aves registradas, destacam-se a ocorrência de mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii), papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha), macuco (Tinamus solitarius), harpia (Harpia harpyja), pica-pau-de-coleira-do-sudeste (Celeus torquatus tinnunculus), cabeça-encarnada (Ceratopipra rubrocapilla) e balança-rabo-canela (Glaucis dohrnii).

 

Mutum-do-sudeste. Foto: Leonardo Merçon – Biofaces

 

Há também exemplares de maior porte, como o queixada (Tayassu pecari), a anta (Tapirus terrestris), a onça-parda (Puma concolor), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o tatu-galinha (Dasypus novemcintus).

 

Queixada. Foto: Mauricio Godoi – Biofaces

 

Refúgio de uma fauna tão diversa, a flora do PARNA também não deixa a desejar. Ele abriga um número significativo de árvores imponentes, como o jacarandá-da-Bahia (Dalbergia Nigra), pau-brasil (Paubrasilia echinata), a juerana‐vermelha (Parkia pendula), a gameleira (Ficus adhatodifolia), a braúna (Melanoxylon brauna), a imbiruçu (Pseudobombax grandiflorum), a gindiba (Sloanea guianensis) e o paraju (Manilkara huberi).

 

Juerana-vermelha. Foto: Parque Nacional do Descobrimento – Instagram

 

Atrações

Com grande potencial para o ecoturismo, o turismo de observação de fauna e o etnoturismo, a Unidade de Conservação possui uma estrutura básica para visitação. Para entrar, é recomendada a contratação de condutores de visitantes.

Sua equipe conta com profissionais autorizados, treinados para oferecer apoio nas várias trilhas em áreas de mata contínua da região. Dentre elas, destacam-se a Trilha da Gameleira (6,9 km), que leva à uma árvore gameleira centenária, a Trilha da Juerana (4,5 km), com uma vista incrível para os vales, a Ciclotrilha do Tambor (11,7 km), de nível difícil, e a Travessia do Descobrimento II (12,9 km), que chega à Lagoa Só Não Vou e à Aldeia Gurita, do povo Pataxó.

Em caso de visitação não conduzida, a recomendação é restringir os passeios à Trilha do Macaco-prego (450 m) e à Travessia do Descobrimento (11,5 km), de menor risco. Essas trilhas estão disponíveis para acesso através do Wikiloc do Parna.

 

Foto: Átila Ximenes – ICMBio

 

Como chegar e valores

O Parque Nacional do Descobrimento não cobra taxa de visitação, mas é necessário preencher um formulário online para confirmação e agendamento da visita. Caso haja interesse na contratação de condutores de visitantes, é possível entrar em contato com o responsável, através do número (21) 9 7214-0396 (WhatsApp) ou via e-mail condutoresdevisitantes.pnd@gmail.com.

Para acessar o município de Prado e o Parna é possível seguir do sul pela BR-101, até o acesso no trevo de Teixeira de Freitas à direita e percorrer mais 78 km de estrada asfaltada. Já pelo norte, também através da BR-101, o acesso se dá à esquerda em Itamaraju e mais 52 km de estrada asfaltada.

O aeroporto mais próximo fica em Porto Seguro (BA), a cerca de 210 km de distância. Agências de ônibus fazem viagens diretas a Prado, partindo de cidades como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Goiânia.

 

Papagaio-chauá. Foto: Luciano Bernardes – Biofaces

 

E aí, tudo pronto para conhecer essa região incrível? Não deixe de registrar tudo e trazer para o Biofaces!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara

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