Todo mês o Biofaces traz um post novo com os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. Neste mês, em comemoração ao Dia Internacional do Tubarão Baleia (30/08), te contaremos um pouco sobre esse animal fascinante. Afinal, como não falar do maior peixe do mar?

Gigante por natureza – como é o tubarão baleia

O tubarão baleia (Rhincodon typus) é o maior peixe do mundo. O maior indivíduo registrado atingiu inacreditáveis 20 metros de comprimento. São realmente gigantes! Mas, falando assim, nem parece que eles nascem tão “pequenos”: o menor recém-nascido visto nadando em vida livre tinha pouco menos de meio metro, exatos 46 cm, um mini tubarão baleia. Outra curiosidade é que eles podem pesar cerca de 20 toneladas!

A espécie possui coloração acinzentada, azulada ou acastanhada em seu dorso e  laterais, com manchas brancas entre listras pálidas verticais e horizontais, que formam uma malha quadriculada ao redor dos pontos brancos. Já o seu ventre é branco. Sua cabeça é achatada e larga, assim como sua boca, que fica próxima ao focinho.

Sabe-se que esses animais atingem a maturidade sexual com cerca de 9 metros de comprimento e são ovovivíparos, ou seja, eles desenvolvem ovos que eclodem ainda dentro do corpo, dando a luz já aos filhotes.

Outras curiosidades são que eles chegam a cerca de 60 anos de idade e, apesar do tamanho, os tubarões-baleias podem ser presas! Isso mesmo e não estamos falando só da ameaça humana – jovens da espécie já foram encontrados no estômago de um tubarão azul (Prionace glauca) e no intestino de um marlin azul (Makaira nigricans).

Casos de predação de indivíduos adultos também já foram relatados, em que foram predados por grupos de indivíduos grandes de tubarões brancos (Carcharodon carcharias) e de tubarões tigre (Galeocerdo cuvier).

O que o tubarão baleia come

O tubarão baleia é uma espécie filtradora. Ou seja, dentro de sua boca há várias “peneiras”, mais especificamente, 20 filtros, utilizados para selecionar o seu alimento em meio à água. Mas, o que ele come? O tubarão baleia come microrganismos marinhos, pequenos crustáceos, cardumes de peixes, ocasionalmente, atum e lulas e também, espécies vegetais, desde organismos minúsculos à algas maiores.

As “peneiras” associadas a uma impressionante capacidade de sucção da água, permitem que ele filtre cerca de 20 quilos de plâncton (organismos aquáticos microscópicos) por dia. Um estudo sugeriu que tubarões baleias maiores se alimentam de presas maiores, principalmente em áreas superficiais de mar aberto, enquanto os menores, alimentam-se de presas menores, principalmente em áreas superficiais mais costeiras.

Vale ressaltar que ele também possui pequenos dentes em sua boca, mas que não estão relacionados com a alimentação, não possuindo sequer uma função bem definida.

Onde o tubarão baleia vive

O tubarão baleia é encontrado em águas quentes e temperadas de todo o globo.

No entanto, em certos períodos, provavelmente relacionados à proliferação de plâncton e eventos de desova de peixes e corais, eles ficam agregados em áreas costeiras específicas, para alimentação. Algumas das áreas conhecidas são: Madagascar, Moçambique, Galápagos, Seychelles, Maldivas, recife de corais Ningaloo na Austrália e México.

Toda a sua movimentação tem a influência das correntes marinhas, que os permitem realizar migrações entre oceanos de 20.000 km. Quanta água pela frente, em?!

Ele está ameaçado

Infelizmente, o tubarão baleia é considerado Em Perigo de extinção pela IUCN e sofre uma série de ameaças. As principais são as capturas de pesca e as capturas acessórias em redes, por exemplo, na prática de pescaria de atum – muitas vezes, os tubarões baleias são associados a uma alta presença de atum e assim, muitos pescadores jogam redes em seu entorno, o que acaba por levar a mortalidade de parte desses animais. Caso queira ver um pouco dessa ameaça na prática, esse vídeo lindo no YouTube mostra um resgate de 4 tubarões baleias emaranhados em redes de pesca.

Outro desafio importante que eles enfrentam são os atropelamentos por embarcações – isto pois eles se alimentam na superfície, ficando mais suscetíveis ao contato com as hélices.

Por fim, além desses há desafios locais, como o turismo inadequado e a poluição marinha (por exemplo, por derramamento de óleo).

Fotografe o tubarão baleia

Como os tubarões baleias ocorrem por todo o globo, há muitos locais (ênfase no muitos) que oferecem turismo para a sua observação. Além disso, a concentração desses gigantes varia nas diversas áreas costeiras ao longo do ano. Por isso, achamos interessante compartilhar com vocês o mapa da Divessi, que mostra os melhores pontos de encontros com eles a cada mês e inclusive, os passeios oferecidos em cada um. Assim, você consegue planejar melhor a sua viagem.

Mas, já adiantando, três entre os melhores pontos para fotografar os tubarões baleias são:

• México (especialmente, as ilhas Holbox, Contoy e Mujeres), onde há passeios de mergulho com snorkel do meio de maio ao meio de setembro, sendo julho e agosto os melhores meses para avistamento;
• Recife Ningaloo, na Austrália, uma área extremamente biodiversa. O melhor período para observação é no outono australiano, de março a junho;
• Gladden Spit, uma área protegida em Belize, ótima para observação da vida marinha e tubarões baleias, principalmente nos meses de março a junho;

Aprofunde-se no assunto, lendo essa e essa matéria com os 18 e 10 melhores locais, respectivamente, para observá-los.

No Biofaces temos apenas 4 registros da espécie: as duas primeiras fotos desta matéria (das biofacers Paula Prist e Cássia Bars, respectivamente) e outros dois vídeos, também da Cássia Bars. Assista aos vídeos feitos em Cancun, México, fora d’água e dentro d’água.

Caso você também consiga se aventurar em um mergulho com esses animais majestosos, já sabe, né?! Compartilha todos os seus registros conosco em nosso site!

Texto por: Jéssica Amaral Lara

Revisado por: Juliana Cuoco Badari