Pangolim: o mamífero que mais sofre com o tráfico de animais no mundo

Pangolim, o mamífero que mais sofre com o tráfico de animais no mundo – Foto: Fred-Crema

*Por Fábio Paschoal

Coberto de escamas, o pangolim parece uma mistura de tamanduá com tatu. Possui garras afiadas que usa para destruir ninhos de formigas e cupins. Com sua grande língua, envolta por saliva pegajosa, os insetos são coletados sem nenhuma chance. Quando ameaçado, se enrola e se transforma em uma bola contra predadores, incluindo leões.

Todas as 8 espécies de pangolins estão ameaçadas de extinção – Foto: Louise Fletcher

O grande problema é que os pangolins são os mamíferos que mais sofrem com o tráfico de animais silvestres no mundo. Acredita-se que mais de um milhão foram capturados ilegalmente na natureza ao longo da última década. A cada 5 minutos, um pangolim é retirado da natureza por caçadores. 40,8 toneladas de produtos fabricados a partir de partes do animal foram apreendidas somente em 2019. A procura na Ásia é tão grande que não existem mais pangolins suficientes para atender à demanda e os traficantes começaram a caçar as espécies africanas.

As escamas dos pangolins, compostas de queratina (mesma substância encontrada nos chifres dos rinocerontes e também em nossas unhas e pelos), são utilizadas na medicina asiática tradicional há mais de dois mil anos para o tratamento de inúmeras doenças (de câncer à acne). Porém, não existe nenhum estudo científico que comprove as propriedades medicinais da estrutura. Outro problema é que a carne do animal é considerada afrodisíaca e é possível encontrar pratos feitos com carne ou feto de pangolim em alguns restaurantes asiáticos.

Segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), todas as oito espécies de pangolins estão ameaçadas de extinção. Então, nada mais justo do que um dia para lembrar da importância desses animais para o planeta.

Para destacar os esforços para a conservação de todas as espécies de pangolins encontradas no planeta (quatro na África e quatro na Ásia) foi criado o Dia Mundial do Pangolim (World Pangolin Day). A data foi criada pela ONG Annamiticus e é comemorada no terceiro sábado de fevereiro.

A página do Dia Mundial do Pangolim cita 12 coisas que você pode fazer para ajudar a preservá-lo:

  1. Nas redes sociais, use a hashtag #WorldPangolinDay (#DiaMundialDoPangolim)
  2. Curta a página do Pangolim (acima), o mamífero mais traficado no mundo
  3. Faça um post sobre os pangolins no Dia Mundial do Pangolim
  4. Compartilhe informações sobre os pangolins em suas redes sociais
  5. Faça pinturas, desenhos esculturas ou tatuagens de pangolins
  6. Faça uma apresentação sobre pangolins na sua escola
  7. Apoie organizações que trabalham com projetos de conservação de pangolins
  8. Faça uma festa ou um evento para celebrar o Dia Mundial do Pangolim (poste as fotos na página do Dia Mundial do Pangolim)
  9. Faça biscoitos ou bolos em forma de pangolim e poste as fotos na página do Dia Mundial do Pangolim
  10. Solicite a aplicação das leis e penalidades para o contrabando de pangolins (e outros animais selvagens)
  11. Informe as pessoas que prescrevem escamas de pangolins estão estimulando uma atividade ilegal. As escamas são feitas de queratina (mesma substância encontradas em nossas unhas, cabelos e nos chifres de rinoceronte) e não há nenhum estudo científico que comprove a propriedade medicinal da substância.
  12. Notifique as autoridades se você encontrar pangolins para venda em mercados ou em cardápios de restaurante e denuncie os traficantes de animais silvestres.

*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo do Biofaces e da GreenBond

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