Animais fantásticos e onde habitam: Mico-leão-dourado

A partir de hoje, iniciaremos uma série de posts trazendo os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. Hoje falaremos de um primata que quase foi extinto, mas graças a projetos de conservação, hoje esta prosperando na Mata Atlântica. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia).

Quer saber mais sobre a história por trás da espécie e as dicas de onde encontrá-la? Então divirta-se com o texto abaixo!

 

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Foto: Hudson Soares – Biofaces

 

A pergunta que não quer calar. Onde ocorrem micos-leões dourados?

O mico-leão-dourado, Leontopithecus rosalia, é uma espécie endêmica do Rio de Janeiro e Espírito Santo, sendo que atualmente se encontra extinto na região do Espírito Santo.

Isso mesmo, nativos dessa região de Mata Atlântica, os micos nunca foram encontrados em outras regiões do Brasil ou do mundo, ou seja, não existe ocorrência dessa espécie na Amazônia, como muitos acreditam por aí.

 

Características

A principal características da espécie é a sua pelagem em tons de dourado a  vermelho-dourado. Possuem longas caudas que permitem uma locomoção ágil e acrobática em todos os substratos da floresta e o comprimento médio dos indivíduos é de 587 mm com o  peso de 500g a 700g, sendo os maiores do seu gênero.

 

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Foto: Fernanda Abra – Biofaces

 

O mico-leão-dourado vive cerca de oito anos e tem hábitos diurnos. Sua alimentação é bastante diversificada, variando desde frutos, animais invertebrados à até pequenos vertebrados. Alguns estudos mostram que o mico-leão-dourado come mais de 60 espécies de plantas e depois de digeri-las, eliminarem as sementes intactas nas fezes, sendo um importantíssimo dispersor de sementes. Além disso, controlam a população de aves ao consumir os ovos nos ninhos. Sendo assim, esses bichinhos são animais fundamentais para a manutenção da vida na floresta e tem sido utilizado como espécie determinante para a preservação da Mata Atlântica, principalmente no Estado do Rio de Janeiro.

Podem ser reproduzir uma ou duas vezes por ano e não há diferenciação de cor e tamanho entre machos e fêmeas e, quando nascem os filhotes, tanto o pai quanto a mãe ajudam na criação.

 

A quase extinção

O pequeno primata esteve bem próximo da extinção há cerca de 40 anos. 

Sua beleza e peculiaridade de cores foram causadoras de grandes problemas.

Quando os europeus chegaram ao Brasil, se depararam com uma fauna exuberante  e se encantaram com tanta beleza. O mico-leão-dourado é claro, chamou bastante atenção e passou a ser importado como animal de estimação. Ele inclusive é representado em quadros da realeza espanhola. Desde então o animal é alvo frequente de tráfico. 

 A destruição da Mata Atlântica também é um grande problema enfrentado pela espécie. Com a perda do seu habitat natural, eles foram cada vez mais confinados a “ilhas” de vegetação. Ele chegou a habitar 24 municípios do Rio de Janeiro, incluindo a região metropolitana da capital, mas em 2015, só podia ser encontrado em oito cidades.

A população chegou a atingir a triste marca de apenas 200 animais, atingindo o status de “criticamente ameaçado” de extinção, mas os esforços para protegê-lo produziram resultados e fizeram sua população aumentar. 

Em 2003, a espécie passou a ser classificada como “ameaçada” de extinção, ou seja, o risco diminuiu mas ainda é alto. 

Há dois anos haviam cerca de  3,7 mil micos, mas um novo problema surgiu. Um surto de febre amarela os afetou drasticamente diversas espécies de primatas, incluindo os micos-leão-dourados. Muitos animais morreram e, atualmente, estima-se que existam  menos 2,5 mil indivíduos na natureza.

 

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Foto: Fred Crema – Biofaces

 

É possível conhecer e fotografar esses primatas tão especiais em vida livre?

Para a nossa felicidade, hoje sim!

A associação mico-leão-dourado (AMLD)  recebe grupos de ecoturistas interessados em caminhar pela Mata Atlântica e ver esse lindíssimo animal de pertinho.

Eles estão localizados em Silva Jardim e Casimiro de Abreu, cerca de 1hora e meia de viagem desde a cidade do Rio de Janeiro e visita inclui:

  • Avistamento na floresta
  • Visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado na Reserva Biológica de Poço das Antas (a primeira Reserva Biológica do país)
  • Visita à exposição no Centro Educativo Adelmar Coimbra Filho
  • Palestra sobre a espécie e o trabalho da AMLD
  • Compras na Micolojinha
  • E termina com a trilha interpretativa do Boi Branco (optativa)

 

Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Foto: Fernanda Abra – Biofaces

 

Agora é só marcar a sua visita e não se esqueça de tirar lindas fotografia e postar no Biofaces. Boa trilha!

 

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