Animais Fantásticos e Onde Habitam: Baleia Franca Austral

Você sabia que no dia 31 de julho é comemorado o Dia da Baleia Franca? Todo mês o Biofaces traz um post novo com os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. E hoje é a vez dessas gigantes do mares, vamos falar sobre a baleia franca austral, também conhecida como baleia franca do sul.

Saiba o que as baleias francas do sul comem, onde elas vivem, quais seus hábitos, comportamentos, curiosidades e claro, conheça os melhores pontos para avistá-las! Continue acompanhando!

 

Fotografia de baleias francas austrais em San Vincente, Maldonado, Uruguai. Foto: Guillhermo Menéndez – Biofaces.

 

Quem são as baleias francas?

 

A família das baleias francas, a Balaenidae, é considerada a mais antiga entre as grandes baleias atuais, possuindo registros fósseis de 20 milhões de anos. O seu gênero (Eubalaena), entretanto, é mais recente, com dados de 2 a 2.5 milhões de anos.

Existem três espécies de baleias francas: a baleia franca do atlântico norte (Eubalaena glacialis), que, como seu nome diz, ocorre nas águas ao norte do Oceano Atlântico; a baleia franca do pacífico norte (Eubalaena japonica) que também se distribui no Hemisfério Norte, no Oceano Pacífico e por fim, a baleia franca austral ou baleia franca do sul (Eubalaena australis), que tem uma distribuição ampla nos oceanos do Hemisfério Sul e é a espécie tema do nosso texto. 

 

Baleia franca austral – uma baleia repleta de particularidades!

 

A baleia franca austral possui coloração negra, com manchas brancas em seu ventre e eventuais manchas brancas no dorso. Alguns detalhes são característicos da espécie, como as calosidades em sua cabeça (locais de espessamento natural da pele) de coloração cinza ou branca-amarelada, quando colonizadas por pequenos organismos marinhos.

 

Calosidades na cabeça da baleia franca do sul (Eubalaena australis) em Florianópolis / SC. Foto: Eduardo Bastos – Biofaces.

 

Outras características que auxiliam no reconhecimento da espécie são as nadadeiras em formato trapezoidal; a cauda larga, pontuda e preta e o borrifo em formato da letra ‘V’, que pode atingir até 8 metros de altura.

 

Cauda da baleia franca austral, registro feito em Península Valdes, Argetina. Foto: Paulo Gusmão – Biofaces.

 

Seu tamanho pode ser surpreendente! Os maiores indivíduos relatados possuíam cerca de 17 metros e 60 toneladas. Enormes, não é mesmo?!

Diferenciar o sexo não é uma tarefa fácil, a menos que, você veja um adulto com filhote, que no caso seria a fêmea. A grande diferença morfológica entre os sexos, está em um detalhe: a fêmea possui fendas mamárias ao lado da fenda genital. No macho, essas fendas são ausentes.

 

Características da fêmea de baleia franca austral. Foto: baleiafranca.org.br

 

Onde a baleia franca do sul vive?

 

No verão, as baleias francas estão concentradas na região Antártica, quando aproveitam para se alimentar.

Bom, e aqui entra outra grande questão: o que as baleias francas do sul comem? Com 250 pares de cerdas de barbatana em suas bocas, elas filtram micro-organismos marinhos, principalmente os pequenos copépodos (Calanus, Microcalanus, Pseudocalanus, Oithoma e Metridia) e os krills das espécies Euphasia superba e Munida gregaria.

 

Com o fim do verão, elas migram para águas mais quentes, onde ocorre todo o processo de reprodução. A maior população migra da Antártica para a Península Valdés, na Argentina. Mas, outras pequenas populações podem ser vistas na costa do Uruguai; na costa ocidental da África do Sul; no entorno das Ilhas Tristan da Cunha, Falkland e Malvinas; e, por fim, no Brasil, na região costeira do Sul do país (com registros pontuais de indivíduos ao longo do Sudeste e no Arquipélago de Abrolhos). 

As populações que migram para o território brasileiro, chegam nos meses de julho a novembro, com pico em setembro (ou seja, estamos em temporada de avistamento)! 

Nesta temporada, enquanto vários machos tentam acasalar com uma fêmea, outras fêmeas que já acasalaram no ano anterior dão à luz e amamentam os seus filhotes, que já nascem com cerca de 5 metros de comprimento e de 4 a 5 toneladas.

 

Mãe com seu filhote na Peninsula Valdés, Argentina. Foto: Marcio Lisa – Biofaces.

 

Os cuidados maternos podem durar cerca de 1 ano, quando os filhotes se afastam da mãe antes da migração para a temporada reprodutiva ou após chegar na área de reprodução.

 

Melhores pontos para avistamento de baleias francas austrais

 

Falando em temporada de avistamento, claro que trouxemos informações sobre os melhores períodos e locais para avistá-las no Brasil!

Primeiramente… Quando? O Instituto Australis, que monitora a migração da espécie no Brasil, considera o período que vai da segunda quinzena de agosto à primeira quinzena de outubro, o melhor para avistamento da espécie. 

Onde avistar as baleias? A Rota da Baleia Franca é uma rota turística que envolve os municípios de Garopaba, Imbituba e Laguna, em Santa Catarina. As praias destas cidades são verdadeiros berçários para as baleias francas e logo, são ótimos destinos para quem deseja visitá-las! No site oficial da Rota, você encontra opções de hospedagens, de gastronomia e claro, de empresas que fazem turismo de observação.

Claro, se for se aventurar pela rota da baleia franca, sugerimos que vá à praia de Itapirubá Norte, em Imbituba, uma das melhores para avistamento desses mamíferos aquáticos e onde está localizado o centro de visitantes do Instituto Australis.

É importante ressaltar, que os passeios de barcos estão proibidos em setores da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (área que abrange praias da rota turística) a fim de proteger as populações da espécie em recuperação. Logo, as empresas indicadas pela Rota da Baleia Franca, realizam o turismo em terra, o que é ótimo, já que as baleias se aproximam muito da costa. Assim, eles percorrem por carro e a pé, as melhores praias para avistamento.

 

Avistamento pela Amo Garopaba. Foto: Amo Garopaba.

 

Aproveitando a importante temática de observação de baleias, mesmo que em outros pontos da costa brasileira, há regras quando o turismo é feito embarcado. Como manter uma distância adequada, além de seguir algumas outras normas para garantir o bem estar delas e a segurança de todos. Essa matéria do Instituto Australis e essa da agência Greenbond explicam como um bom turismo de observação é feito.

Por fim, a título de curiosidade, nesta outra matéria contamos sobre os demais pontos de avistamento de outras espécies de baleias em toda a costa brasileira!

 

Curiosidades sobre as baleias francas

 

Baleia franca austral na Península Valdés, Argentina. Foto: Cláudio Timm – Biofaces.

 

Para finalizar nosso conteúdo sobre essas fascinantes gigantes dos mares, trouxemos algumas das várias curiosidades que elas carregam:

FATO 1 – Idade das baleias francas austrais: A maior longevidade registrada foi de 62 anos! Mas, provavelmente elas vivem ainda mais;

FATO 2 – Comunicação entre indivíduos: Elas se comunicam entre si através de oito padrões sonoros básicos, que podem ser utilizados de diferentes maneiras. Acredita-se que além de se comunicar com os sons, elas também possam entender sobre o ambiente à sua volta por meio da qualidade acústica deles.

FATO 3 – Leite materno poderoso: o leite materno é repleto de gordura, permitindo ao filhote ganhar, nas primeiras semanas de vida, cerca de 50 quilos diários!

 

Gostou de conhecer melhor as baleias francas austrais?! Programe a sua viagem e não se esqueça de tirar belos registros e compartilhá-los conosco no Biofaces!

 

Texto por: Jéssica Amaral Lara

Revisado por: Juliana Cuoco Badari

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