Conheça 7 unidades de conservação do Pantanal e toda sua biodiversidade

Todo mês, o Biofaces aborda lugares do mundo, ambientes singulares, ricos em biodiversidade e logo, ótimos para fotografar a vida selvagem. Neste mês, em homenagem ao Dia do Pantanal (12/11), iremos falar de 7 unidades de conservação do bioma para a proteção e observação da biodiversidade de uma das maiores planícies alagadas contínuas do mundo!

Sendo o menor bioma do Brasil, apresenta 151.000 km² e fica localizado na Bacia do Alto Paraguai formando uma planície. No país se encontra nos estados do Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, porém o Pantanal fica, em sua totalidade, por 3 países: Brasil, Bolívia e Paraguai.

É reconhecida pela UNESCO como uma Reserva da Biosfera e ainda, um Patrimônio Natural da Humanidade, sendo completamente rico em biodiversidade, com mais de 4.700 espécies e principalmente pelo fato de ser um complexo de ecossistemas, ou seja, possui o encontro de 5 biomas diferentes. 

Quer conhecer mais desse belíssimo bioma? Fica com a gente que vamos te mostrar.

 

Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT)

O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense é uma unidade de conservação de proteção integral, ou seja, que visa a proteção da biodiversidade, do ecossistema tanto para realização de pesquisas científicas quanto para visitação turística e atividades educativas ao público sobre a natureza, já falamos um pouco dele por aqui, vem ver

O parque foi fundado em 1981 e possui cerca de 135.000 hectares, ficando na bacia dos rios Paraguai e Cuiabá.

 

Parque Nacional do Pantanal Matogrossense – Foto: Divulgação / OEco

 

Lá existe uma infinidade de espécies, principalmente a onça-pintada (Panthera onca), um dos maiores motivos de visitação ao Pantanal, ícone e símbolo da conservação.

 

Onça-pintada no Pantanal / Foto: Gustavo Figueirôa – Biofaces

 

Além das onças, existem diversos animais, como o gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), sendo todas protegidas pela unidade, já que estão sob algum grau de ameaça de extinção. Além dessas, uma infinidade de outras espécies também ocorrem por lá. 

 

Ariranha / Foto: Mauricio Godoi – Biofaces

 

Atualmente, o parque não é aberto a visitações turísticas, somente pesquisadores e funcionários do ICMBio têm acesso ao local para realização de suas pesquisas.

 

Parque Estadual Encontro das Águas (MT) 

O Parque Estadual Encontro das Águas também é uma unidade de conservação de proteção integral. Criado em 2004, possui cerca de 108.130 ha e fica na divisa entre os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. 

Encontra-se na bacia dos rios: Cuiabá, Cassange,  Alegre, Pirigara, Piquiri e Três Irmãos. 

 

Parque Estadual Encontro das Águas – Foto: Divulgação / Pousada Porto Jofre

 

Também localizado no Mato Grosso, indo do município de Poconé até o de Barão de Melgaço. O acesso se dá pela estrada que liga Poconé a Porto Jofre, sendo cerca de 147 km até o destino final, em Bacanal, onde fica o parque.

É recomendado visitar o bioma nas épocas entre abril e setembro, em que as águas começam a baixar e o avistamento da fauna torna-se melhor. A época chuvosa perdura de outubro até começo de abril.

Ao todo, o Pantanal abriga cerca de 650 espécies de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 espécies de peixes de água doce, mais de 1.100 de borboletas. 

 

Araras-azuis em Barão do Melgaço / Foto: Gustavo Figueirôa

 

E é neste parque e no seu entorno, que ocorre a maior concentração de onças-pintada do mundo.

 

Onça-pintada com seu filhote / Foto: Paulo Dimas Mascaretti – Biofaces

 

A biodiversidade é encantadora, porém, este parque foi afetado pelos incêndios do bioma em 2020 e mais de 80% da área foi atingida pelo fogo e milhares de espécies morreram

Hoje, podemos ver o parque em seu processo de recuperação, mas levarão anos para regenerar suas áreas degradadas.

Já é possível  observar a fauna voltando ao seu estado natural, podendo ser vistos jacarés, onças-pintadas, primatas, capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris), antas (Tapirus terrestris), o tuiuiú (Jabiru mycteria) e outras grandes espécies. 

 

Tuiuiú / Foto: Zêila Lemos Pereira – Biofaces

 

Atualmente, o parque só existe devido ao turismo ecológico que auxilia muito em sua manutenção, onde os guias mostram a importância do local e de sua biodiversidade. Além disso, o parque tem importante papel social, ajudando também diversas populações que residem no Pantanal.

Isso é super importante! Pois sabemos que o bioma sofre intensamente com os incêndios florestais, desmatamento, conflitos com fazendeiros de gado e turismo predatório. 

 

Parque Estadual do Guirá e Estação Ecológica Taiamã (MT)

As unidades ficam localizadas em Cáceres, no Mato Grosso – na divisa com a Bolívia – O Parque Estadual foi criado em 2002, com o intuito de preservar a natureza e sua biodiversidade nativa e possui mais de 114.000 ha. Já a Estação Ecológica Taiamã foi criada em 1981.

 

Estação Ecológica Taiamã / Foto: Daniel Kantek

 

As duas unidades contam com grande quantidade de espécies, possibilitando o avistamento  de onças, ariranhas, jabutis, bugios e diversas outras.

 

Bugio-preto (Alouatta caraya) fêmea com seu filhote no Pantanal / Foto: Mauricio Godoi – Biofaces

 

O turismo ecológico em Cáceres é muito grande, devido sua natureza exuberante, que possui as mais diversas espécies de aves, mamíferos e répteis. 

 

Tatu-bola (Tolypeutes matacus) em Cáceres / Foto: Nina Attias – Biofaces

 

Mas claro, não podemos deixar de lembrar que o ser humano é responsável por impactar negativamente a vida dos animais, como por exemplo, realizando a pesca ou turismo predatórios e a caça, por isso, não podemos deixar de lutar pela preservação da natureza, para continuarmos fotografando muitos desses animais de forma linda e respeitosa.

 

Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (MS)  

Esta é a maior área de proteção integral do Mato Grosso do Sul, que fica em Corumbá e Aquidauana. O parque, quando somado a duas reservas particulares de patrimônio natural (RPPN) ao redor, forma um conjunto de áreas protegidas, totalizando mais de 100.000 ha.

 

Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro / Foto: Mauricio Copetti

 

A região do parque fica alagada periodicamente e é formada por vegetação aquática e com áreas abertas, formando os campos limpos. O local apresenta a maior planta aquática do mundo: a vitória régia. A região é banhada pelo Rio Negro e por outras baías.

O local é um grande refúgio de vida silvestre, apresentando diversas espécies de animais ameaçados de extinção.

 

Araçari-castanho (Pteroglossus castanotis) comumente encontrado no Pantanal / Foto: Sonia Maria de Souza – Biofaces

 

Lá, você consegue observar inúmeras espécies, como a sucuri-amarela (Eunectes notaeus), o tiriba-fogo (Pyrrhura devillei), além das onça-pintada, arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), abelhas nativas e muitas outras.

 

Sucuri-amarela / Foto: Paulo Quadros de Menezes – Biofaces

 

Em todas as estações ecológicas, parques nacionais, estaduais e outras unidades de conservação de proteção integral a pesca, a caça, incêndios florestais e desmatamento são ILEGAIS por lei

 

Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal (MS) 

Mudando um pouco o tipo de Unidade de Conservação, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal é uma RPPN, isto é, uma área preservada que não é administrada pelo poder público, mas sim, por propriedades particulares. 

Pessoas que possuem um terreno e querem conservar a natureza, costumam transformá-las em RPPNs

 

Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal / Foto: Ecotropica

 

Pensando nisso, a RPPN Acurizal fica no Mato Grosso do Sul em Corumbá, na divisa com o Mato Grosso e Bolívia, muito próximo ao Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, ela foi fundada em 1997.  

Essa área tem o objetivo de proteger os recursos hídricos e a beleza cênica do Pantanal, além de receber visitantes que auxiliam a manter a unidade viva e divulgar a importância de sua conservação. 

 

Macaco-prego (Sapajus spp.) se alimentando no Pantanal / Foto: Paulo Dimas Mascaretti – Biofaces

 

Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (MT)

Por fim, a RPPN Sesc Pantanal é a maior reserva particular do estado do Mato Grosso, localizada a oeste do Barão de Melgaço e na parte sul do estado, foi fundada há cerca de 25 anos, em 1997. A reserva possui mais de 108.000 ha. 

 

RPPN Sesc Pantanal / Foto: Sesc

 

É considerado um verdadeiro laboratório do Pantanal, riquíssimo em vida e importante local de estudos das mais antigas formas do bioma. 

Somente lá, ocorrem mais de 630 espécies de vertebrados, como peixes, répteis, mamíferos, anfíbios e aves. 

E possui 12 espécies ameaçadas de extinção, sendo de extrema importância para sua conservação e preservação. 

O local presta diversos serviços ecossistêmicos, ou seja, serviços fundamentais que a natureza exerce e que garantem a nossa sobrevivência e a de todos os animais. Dentre esses benefícios estão: Purificação das águas, solo fértil, redução dos eventos climáticos, tudo isso, por ter uma natureza intacta e saudável. 

 

Antas (Tapirus terrestris) nadando no Pantanal / Foto: Leonardo Avelino Duarte – Biofaces

 

Para chegar no local, pega-se a estrada de Cuiabá até Poconé e depois até Porto Cercado, uma viagem de mais de 147 km. Para chegar até o Sesc, tanto no período da vazante do rio quanto na época de cheia, só é possível chegar através do rio.

O local possui ótima infraestrutura tanto para pesquisadores quanto para turistas, com hotéis, parques e muito mais. Além disso, auxilia diversas comunidades locais que geram renda através da reserva. 

 

Acauã (Herpetotheres cachinnans) / Foto: Agnaldo Correa de Assis – Biofaces

 

O Pantanal é um verdadeiro paraíso de fauna e flora, o avistamento das espécies é muito comum, principalmente, quando feito na época correta. 

Aposto que você ficou com vontade de ir visitar e fotografar a vida selvagem pantaneira, né?! Temos certeza disso! Todos que visitam o bioma se apaixonam. Se programe para visitar o Pantanal na sua próxima viagem, já que a visitação também é uma das formas de conservar o bioma.

E lembre-se, quando for, compartilhe seus registros com a gente.

 

Texto por: Giovanna Leite Batistão

Revisado por: Juliana Badari

1 Comment

Join the discussion and tell us your opinion.

Acirreply
16 de dezembro de 2022 at 07:03

Muito bacana esse bioma, já estive duas vezes no Pantanal,fiz passeios em bonito e recentemente conheci o Sesc Pantanal, foi maravilhoso, próximo ano estou programando para ir em Porto Jofre , para avistamento de onça pintada 👋👋

Leave a reply