Dia Mundial do Rinoceronte

Hoje, dia 22 de setembro, é comemorado o dia mundial de um dos mais imponentes animais: o rinoceronte. Criado pela organização WWF, o World Rhino Day – Dia Mundial do Rinoceronte – busca alertar sobre a urgência em conservarmos estes animais.

Que tal aproveitar a data para descobrir mais sobre os rinocerontes? Todo mês o Biofaces traz um post novo com os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo, e hoje trazemos várias curiosidades sobre estes gigantes. Vem conferir!

 

Foto: Cássia Bars Hering – Biofaces

 

Características Gerais

Em nosso planeta habitam cinco espécies de rinocerontes, o rinoceronte-branco (Ceratotherium simum) e o rinoceronte-negro (Diceros bicornis), que vivem na África, e o rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), o rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus) e o rinoceronte-indiano (Rhinoceros unicornis), que vivem nas florestas tropicais e pântanos asiáticos.

 

Foto: Thomaz Callado – Biofaces

 

Estes animais têm muitas características em comum, mas a que mais se destaca é justamente a que deu origem a seu nome: do latim rhinoceros, seu nome significa chifre no nariz. 

Além disso, os rinocerontes também se destacam pelo seu tamanho massivo. Algumas espécies como o rinoceronte-branco, podem chegar aos 2300 kg e 1,8 m de altura. Apesar do grande porte e da aparência ameaçadora, são animais herbívoros e não caçam nada além de plantas para se alimentar.

Eles costumam se alimentar durante as horas mais frescas do dia e descansar nas sombras durante as mais quentes. Algumas pessoas acreditam que, nessas horas de refresco, eles estejam dormindo em pé mas, na verdade, quando dormem, eles se deitam e descansam algumas horas por dia, se revezando em pequenos turnos. Nem nas horas de soneca os rinocerontes ficam totalmente relaxados. Ao menor sinal de ameaça, os rinocerontes conseguem se levantar com uma rapidez impressionante!

É comum encontrá-los, durante o dia, se refrescando na água e na lama. Isso protege a pele contra queimadura, ressecamento e evita que ela rache. Com essa familiaridade com a água, os rinocerontes se tornaram bons nadadores. Por incrível que possa parecer, também são hábeis escaladores, podendo subir com facilidade terrenos íngremes.

 

Sentidos

Apesar da visão fraca, os rinocerontes possuem o olfato e a audição muito apurados. São capazes de sentir o cheiro de um humano a pelo menos 200 m de distância, com apenas um vento leve a seu favor. O olfato, inclusive, faz parte da organização social destes animais. É comum a construção de pilhas de fezes e a liberação de urina em jatos de spray para demarcar territórios e trilhas.

 

Foto: The Quint

 

Além disso, eles também podem se comunicar através de sons, como assobios e ganidos.

Sua audição não fica para trás, mesmo dormindo suas orelhas se movimentam, alertas a sons estranhos. No entanto, essa combinação de sentidos apurados a uma visão baixa pode ser perigosa. Ao detectar ameaças, os rinocerontes escolhem uma direção, e fogem sem ver direito o que está em seu caminho. Isto, frequentemente, pode levar o rinoceronte a correr diretamente na direção do que está tentando fugir, fazendo parecer um ataque.

Por isso, aos fotógrafos de plantão fica a dica: caso esteja registrando um rinoceronte e, inadvertidamente, ele venha em sua direção, a melhor coisa é se fazer ser visto ou ouvido pelo animal, de modo que ele tenha tempo de se desviar.

 

O Corno do Rinoceronte

O famoso chifre do rinoceronte não é um chifre! Embora seja muito parecido com um, o rinoceronte possui o que chamamos de corno: uma estrutura coberta por queratina – a mesma substância encontrada em nossas unhas e cabelos. Os chifres, por sua vez, são estruturas ósseas, geralmente presentes em animais como veados, cervos, alces e renas.

Os rinocerontes podem apresentar um ou dois cornos, dependendo da sua espécie. Esta estrutura especial cresce diretamente da pele, não sendo conectada ao crânio do animal. 

Os cornos crescem continuamente, cerca de 60 a 100 mm por ano. Apesar disso, o comprimento de um corno nem sempre é relacionado à idade de um indivíduo e os cornos das fêmeas costumam ser mais longos e finos que o de machos.

 

Foto: Daniel Brazil – Biofaces

 

Os cornos de um rinoceronte formam uma arma que recebe manutenção constante: seus proprietários, os rinocerontes, as afiam em árvores, pedras e até mesmo em cupinzeiros. São resistentes e ao mesmo tempo maleáveis. Apesar disso, eles podem se partir durante ataques de outros rinocerontes ferozes ou de elefantes. Desde que se parta acima da área sensível, ele pode crescer novamente e, como essas estruturas não possuem nervos, ele não sente dor.

 

A parte triste de se ter cornos em um mundo de humanos

Existe um mercado lucrativo por trás desses aparatos. O tráfico de cornos de rinocerontes. Os mesmos são usados para ornamentação, além de serem muito procurados por suas supostas propriedades afrodisíacas e medicinais. No Iêmen, existe a tradição do uso desses cornos na fabricação de adagas dadas a jovens adultos que atingem a maturidade. 

Os rinocerontes não são animais que gostam muito de ser importunados, acabando ficando agressivos nesses casos, e a busca por seus tão cobiçados cornos é uma ótima desculpa para praticar a caça ilegal.

 

Mas pra você que gosta apenas de apreciar o animal na natureza, onde encontrar rinocerontes?

Os rinocerontes podem ser encontrados em alguns países africanos e asiáticos, e aqui vamos dar dicas dos melhores locais para garantir seus registros.

Um dos países africanos que se destacam em conservação desses bichões é a Namíbia, tendo uma população considerável de rinocerontes-brancos e negros. As principais populações são encontradas no Parque Nacional Etosha,  na região de Kunene e na reserva de Palmwag.

O Quênia é outro país com população considerável de rinocerontes, sendo o local com maior probabilidade de avistamento no Triângulo Mara, parte do Parque Nacional Maasai Mara. A Lewa Wildlife Conservancy é um projeto de conservação animal privado, mas que conta com acomodações turísticas. Próximo ao Quênia, na Tanzânia, também é possível avistar rinocerontes no Parque Nacional do Serengeti.

O Reino de Essuatíni, anteriormente conhecido como Suazilândia, é provavelmente o melhor lugar para avistar rinocerontes-negros em vida livre. A Reserva de Caça Mkhaya conta com passeios guiados onde é possível ver esses animais de perto.

A Índia conta com uma espécie que leva seu nome, o rinoceronte-indiano. Um dos locais com população de rinocerontes mais concentrada é o Parque Nacional de Kaziranga. O Nepal também conta com alguns rinocerontes, que podem ser encontrados no Parque Nacional de Chitwan.

Agora com todas essas dicas, que tal planejar a próxima viagem para contribuir com o Biofaces com seus registros? Estamos contando com você!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

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