Dia Mundial dos Crocodilianos: conheça melhor os répteis milenares

Hoje (17/06) é comemorado o Dia Mundial dos Crocodilianos! A data alerta para a necessidade de conservação dos répteis milenares, que lutam bravamente pela sobrevivência de suas espécies há milhares de anos. 

 

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) | Foto: Alenilson Rodrigues

 

“Respeita a minha história!” 

A ordem de vertebrados dos crocodilianos, componente do grupo dos répteis, surgiu em nosso planeta há aproximadamente 200 milhões de anos! Aconteceram, claro, uma série de mudanças biológicas evolutivas, mas algumas espécies sobreviveram às adversidades e mudanças do planeta ao longo do tempo e são peças fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas até hoje. 

Pesquisas recentes realizadas na Coreia do Sul, que datam de 110 a 120 milhões de anos atrás, indicam que os crocodilos da antiguidade eram bípedes! Ao analisarem as distâncias entre as pegadas, além da falta de marcas das “mãos”, os pesquisadores concluíram que o animal andava sobre duas pernas.

 

Representação do crocodilo – Anthony Romilio

 

“As pegadas medem cerca de 24 centímetros, sugerindo que os criadores tinham pernas da mesma altura que as pernas humanas adultas. Estes eram animais longos que estimamos terem mais de três metros de comprimento. Enquanto pegadas estavam por toda parte no local, também não havia marcas de mãos”, afirmou Kyung Soo Kim, da Universidade Nacional de Educação de Chinju.

 

Características gerais dos crocodilianos

Os crocodilianos são animais de grande porte e semiaquáticos, ou seja, vivem boa parte da vida na água, mas também realizam algumas atividades sobre a terra. São ectotérmicos (não conseguem regular a temperatura corporal internamente, então necessitam de fontes externas de calor), apresentam respiração pulmonar e uma pele espessa, seca e muito queratinizada. Atributos, esses, que auxiliam na sobrevivência das espécies em ambientes terrestres. 

Os animais são ovíparos, o que significa que depositam seus ovos no meio externo durante o período de reprodução (mesmo local em que ocorre o desenvolvimento do bicho antes da eclosão dos ovos). 

A dieta dos crocodilianos é composta basicamente por carne de peixes, caranguejos, mamíferos e aves. Uma característica importante que ajuda na captura das presas são os dentes tecodontes. Isto é, possuem raízes nos alvéolos das maxilas, o que torna os dentes mais resistentes à força da mordida e evita que sejam perdidos ao abocanhar sua presa. 

 

Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) | Foto: Anderson Klier

 

Esta ordem contempla três famílias: a dos crocodilos (Crocodylidae), a dos gaviais (Gavialidae) e  dos aligatores, jacarés e caimões (Alligatoridae). Abaixo, você confere algumas informações específicas de cada uma.

 

Jacarés 

São os únicos representantes da Ordem Crocodylia que ocorrem no Brasil. Por aqui, é possível encontrar as espécies: jacaré-do-pantanal (Caiman yacare); jacaré-açu (Melanosuchus niger); jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) e jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus) e  jacaré-anão (Paleosuchus palpebrosus) por exemplo.

Eles se diferenciam dos crocodilos, principalmente, por conta da cabeça mais curta e larga, além das membranas interdigitais, que ajudam na movimentação dentro da água. Os tamanhos podem variar de acordo com a espécie, mas chegam a medir de 1 a 3,5 metros de comprimento e pesam até 300 quilos. O maior animal já registrado é o jacaré-açu, que ocorre na Amazônia.

 

Jacaré-açu (Melanosuchus niger) | Foto: José Augusto Rondon Ribeiro

 

Crocodilos

Os crocodilos são animais muito comuns na África, Ásia e Oceania. Aqui no Brasil não é possível encontrá-los. 

Uma característica interessante sobre essa família de répteis é o quarto dente de cada lado do maxilar inferior, que fica visível inclusive quando o animal está de boca fechada! Além do mais, os crocodilos possuem os dentes superiores e inferiores alinhados. 

 

Crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus) | Foto: Jose Maria Franco

 

Gaviais

Os animais são nativos da Índia e Nepal e encontram-se, infelizmente, criticamente ameaçados de extinção. Não possuem predadores naturais, no entanto a perda e a modificação de habitats, além da procura humana por sua carne, couro e ovos, acabaram dizimando as populações livres na natureza. Hoje, estima-se que hajam aproximadamente 650 indivíduos na natureza.

 

Gavial (Gavialis gangeticus) | Foto: João Quental

 

O reconhecimento dos animais é bastante simples: eles possuem um focinho alongado e estreito. A estrutura se apresenta como uma adaptação aos seus hábitos alimentares, uma vez que a dieta dos adultos é baseada apenas em peixes. 

 

Por fim, gostaríamos de reiterar a importância do Dia Mundial dos Crocodilianos. Todas as espécies são peças insubstituíveis no equilíbrio do meio ambiente e devem ser protegidas! Se em suas aventuras pela natureza, você avistar um desses répteis, não esqueça de registrá-lo e compartilhar conosco no Biofaces.

Juntos, podemos fazer muito mais pela conservação da fauna!

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