Parque Nacional do Alto Cariri – Bons lugares para fotografar a vida selvagem

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!

Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores e paisagens distintas, o que faz de cada espaço um lugar único.

Estendendo-se pelo sul da Bahia, o Parque Nacional (PARNA) do Alto Cariri abriga o último conjunto de remanescentes da Mata Atlântica da região. O Parque é o último refúgio do estado onde ainda ocorre o muriqui-do-norte e é o destino certo para quem deseja avistar uma rica biodiversidade, se encantar com as serras e águas e, até mesmo, praticar esportes radicais. E então, ficou curioso? Vem com a gente descobrir mais sobre esse lugar incrível!

O Parque Nacional do Alto Cariri

Localizado no município de Guaratinga (BA), o PARNA conta com cerca de 19 mil hectares de Mata Atlântica. Juntamente com o Parque Estadual Alto Cariri e o Refúgio de Vida Silvestre Mata dos Muriquis, forma um dos maiores trechos contínuos desse bioma. Sendo assim, é essencial na manutenção da preservação de espécies ameaçadas como o muriqui-do-norte  (Brachyteles hypoxanthus), o maior primata das Américas.

Com abundância de água, a área protegida também abriga cerca de 700 a 800 nascentes que formam mais de uma dezena de cursos d’água que compõem a bacia do rio Buranhém. Inclusive, ela é considerada a “caixa d’água” da Costa do Descobrimento, localização de outro importante Parque da região, o PARNA do Descobrimento.

Além disso, ainda conta um complexo de serras de tirar o fôlego, sendo um destino visado por quem busca aventuras. É comum a prática de trilhas, a pé ou de bicicleta. E com picos que alcançam até 1000 metros de altitude, há ainda quem arrisque a modalidade de voo livre.

Fauna e flora

Com uma típica biodiversidade da Mata Atlântica, o principal destaque da Unidade de Conservação é a presença do muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), espécie endêmica do bioma e criticamente ameaçada de extinção. Apesar de não ser o único primata que ocorre no Parque, por sua raridade e por ser o maior primata da América do Sul, esse animal acaba recebendo maior visibilidade.

Além disso, o local conta também com uma grande diversidade de aves e anfíbios, sendo alvo do turismo de observação. Entre as aves, destacam-se o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o balança-rabo-canela (Glaucis dohrnii), a araponga (Procnias nudicollis) e o urubu-rei (Sarcoramphus papa). Também ocorrem na região as onças pintadas (Panthera onca) e pardas (Puma concolor), tatus, pacas e até lontras.

Não suficiente, há uma exuberante mata nativa, com exemplares seculares do jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra. Vellozo), vinhático (Plathymenia foliolosa) e jequitibá (Cariniana sp.).

Como chegar e valores

O Parque Nacional do Alto Cariri não cobra taxa de visitação, mas é necessário se preparar bem para a sua visita. Localizado na cidade de Guaratinga, é preciso encarar cerca de 30 km de asfalto em más condições, depois seguir para São João do Sul até o distrito de Monte Alegre. Em seguida, existem diferentes rotas para seguir, mas todas levam à uma subida de serra, sendo recomendado o uso apenas de veículos com tração e observando sempre a previsão do tempo.

Para acessar o município de Guaratinga e o PARNA, é possível seguir pelo sul ou pelo norte através da BR-101. Existem linhas de ônibus que levam diretamente à cidade, ou o Aeroporto Internacional de Porto Seguro (BA), a uma distância de aproximadamente 120 km.

E aí, tudo pronto para conhecer essa paisagem exuberante? Ainda temos poucos registros do muriqui-do-norte em nossa plataforma, que tal aproveitar esse lugar maravilhoso e compartilhar seus registros conosco?

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara