Foto da Semana: Confira os 10 últimos registros de sapos ganhadores

Hoje, 20 de março, é celebrado o Dia Mundial do Sapo. Esses animais apresentam uma grande diversidade em tamanhos, formas e, até mesmo, em mecanismos de defesa. Apesar disso, os sapos ainda estão entre as criaturas mais vulneráveis do planeta.

Pensando nisso, e na sua importância para a saúde dos ecossistemas, foi instituído o Dia Mundial do Sapo. Nós, do Biofaces, já aproveitamos a data para contar um pouco sobre algumas curiosidades e para desvendar alguns mitos que envolvem esses animais.

Este ano, resolvemos celebrar a data trazendo os últimos 10 registros destes anfíbios que ganharam a Foto da Semana na nossa plataforma. Vem com a gente se encantar pela beleza peculiar dessas criaturas e pelo talento da nossa comunidade!

 

Fotos da Semana:

 

Um dos ganhadores da Foto da Semana é a rã-folha-malhada (Phasmahyla guttata), registrada pelo Biofacer Thiago Silva Soares, em Maricá, Niterói (RJ). Uma curiosidade a respeito desse anfíbio é sua capacidade de mudar sua cor, chamada de polifenismo. Ou seja, há uma variação em suas características físicas, em outros nomes, em seu fenótipo. A cor de seu corpo pode variar entre o verde, como visto nesse incrível registro, ao marrom. Essas cores são associadas à sua capacidade de se camuflar em diferentes ambientes.

Mas não só essa defesa, suas cores fortes nas laterais do corpo também servem como um aviso a potenciais predadores. Geralmente associadas a impalatabilidade ou toxicidade, esse mecanismo de defesa pode ser considerado uma forma de aposematismo.

 

Phasmahyla guttata. Foto: Thiago Silva-Soares – Biofaces

 

Outra Foto da Semana é da perereca (Pithecopus gonzagai), registrada pelo Biofacer Alenilson Rodrigues, em Olho d’Água das Flores (AL). Esse anfíbio foi alvo de extensos estudos. Separada pelo rio São Francisco de uma parente próxima, até recentemente, elas eram consideradas apenas uma espécie, até que sutis diferenças foram apontadas.

Agora descrita como uma espécie diferente, a P. gonzagai foi inclusive apresentada como tema de uma música. Em um videoclipe foi contada, de forma lúdica, a descoberta da nova espécie. Daniel Gonzaga, neto de Gonzagão e filho de Gonzaguinha é o dono da voz que  canta a história da Pithecopus gonzagai.

 

Pithecopus gonzagai. Foto: Alenilson Rodrigues – Biofaces

 

O próximo registro vencedor é a perereca-macaco (Pithecopus nordestinus), registrada pelo Biofacer Tiago Felipe em Currais Novos (RN). Espécie “irmã” da Pithecopus gonzagai, a perereca-macaco se difere devido aos seus movimentos lentos e ocasionais saltos, hábitos incomuns entre as pererecas.

Além disso, outro destaque que a perereca-macaco recebe é a secreção que ela produz. É comum que anuros secretem alguma substância, para evitar a desidratação ou como mecanismo de defesa. Mas, no caso da perereca-macaco, além de evitar a desidratação, a sua secreção também tem potenciais antibióticos, protegendo-a de infecções bacterianas.

 

Pithecopus nordestinus. Foto: Tiago Felipe – Biofaces

 

A próxima ganhadora foi a perereca-pontilhada (Boana punctata), registrada pelo Biofacer Antonino Gonçalves Medina em Sinop (MT). Essa perereca apresenta uma característica peculiar, a fluorescência. Através de um composto na sua própria pele, ela se torna capaz de absorver a pouca luminosidade disponível e devolvê-la para o ambiente, gerando fluorescência. 

Assim, a perereca-pontilhada reflete uma luz verde, supostamente para facilitar o encontro de parceiros sexuais durante o período em que são mais ativas, à noite.

 

Boana punctata. Foto: Antonino Gonçalves Medina – Biofaces

 

Quem também ganhou o título de Foto da Semana foi o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus spectabilis), registrada pelo Biofacer Frederico Acaz Sonntag em Concórdia (SC). Endêmica do Brasil, a ocorrência da espécie se restringe apenas aos estados de Santa Catarina e Paraná.

Apesar de ter sido descrita em 1951, ainda se sabe pouco sobre os hábitos da espécie, o que só torna esse registro ainda mais raro e especial!

 

Melanophryniscus spectabilis. Foto: Frederico Acaz Sonntag – Biofaces

 

Outro premiado é o sapinho-pingo-de-ouro (Brachycephalus ephippium), registrado pelo Biofacer Alex S. Rosa, em Santo Antônio do Pinhal (SP). Esse é um registro difícil, já que o tamanho médio da espécie varia entre 12 e 20 mm. Ou seja, o tamanho de um grão de milho!

Apesar disso, sua cor chamativa facilita a visualização da espécie, enquanto alerta os predadores. E não é sem motivo, esses sapinhos secretam uma potente neurotoxina chamada tetrodotoxina, que é fatal para humanos.

 

Brachycephalus ephippium. Foto: Alex S. Rosa – Biofaces

 

Seguindo a lista de vencedores, o próximo registro foi o da perereca-geográfica (Hypsiboas geographicus), feito pelo Biofacer Antonino Gonçalves Medina, em Sinop (MT). Essa espécie possui uma variação grande de cores, que vai desde o marrom escuro até o branco.

Uma curiosidade sobre esses animais é o costume em ver seus girinos agrupados. Eles ficam de um tamanho considerável, de fácil visualização e, ainda, se agrupam. O motivo para isso pode ser assustar possíveis predadores tentando aparentar um animal de porte maior. Outra especulação é que o agrupamento agita mais a água do ambiente em que se encontra, desse modo facilitando a obtenção de partículas em suspensão para se alimentar.

 

Hypsiboas geographicus. Foto: Antonino Gonçalves Medina – Biofaces

 

A nossa próxima Foto da Semana é da Boana pardalis, registrada pelo Biofacer Edson Roberto, em Pindamonhangaba (SP). Endêmica do Brasil, essa espécie pode ser encontrada na região sudeste do país. 

Com cores neutras e um padrão corporal pouco vistoso, esses animais se camuflam perfeitamente ao ambiente que habitam, sendo difíceis de visualizar. Isso, somado aos seus hábitos noturnos, só nos faz valorizar ainda mais esse belo registro.

 

Boana pardalis. Foto: Edson Roberto – Biofaces

 

O próximo vencedor da lista é o sapo-comum-sul-americano (Rhinella margaritifera), registrado pelo Biofacer Diego Mosquera, no Parque Nacional Yasuní, no Equador. Presente no norte da América do Sul, é uma espécie associada ao ambiente da Amazônia.

Abrangendo uma grande variedade, a espécie apresenta diferentes cores, desde marrom escuro ao cinza claro. Os padrões também variam, podem parecer com folhas até ter listras. O registro em questão traz um indivíduo tão pequeno que consegue se abrigar dentro de um fungo, o Cookeina speciosa.

 

Rhinella margaritifera. Foto: Diego Mosquera – Biofaces

 

E, para fechar, trazemos a última Foto da Semana, um sapinho-da-areia (Odontophrynus maisuma), registrado pelo Biofacer João Marcus, em Barra do Ribeiro. Os indivíduos desse gênero são conhecidos pelos seus hábitos de escavação. Eles costumam permanecer a maior parte do ano em abrigos subterrâneos, essa espécie em questão em ambientes de dunas de areia.

Quando finalmente passam mais tempo fora de seus abrigos, é em busca de se reproduzirem, geralmente em pequenos lagos ou riachos temporários, após períodos chuvosos.

 

Odontophrynus maisuma. Foto: João Marcus – Biofaces

 

E aí, se inspirou em tantos registros maravilhosos? Que tal celebrar essa data divulgando essas criaturinhas incríveis? Compartilhe!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara

1 Comment

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Luiz F Bravoreply
20 de março de 2022 at 11:48

Eu adoro esses bichinhos!

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