Importância do Turismo Ecológico na Preservação da Fauna

Nossa plataforma conta com diversos registros fotográficos de apaixonados pela fotografia, por viagens e pelos animais. Pensando nisso, é sempre muito importante estar atento à forma como os animais são tratados e com a maneira com que lidamos com o meio ambiente. 

Por isso, no Dia do Turismo Ecológico (01/03), te contamos  as diferenças entre esse tipo de turismo e o turismo predatório, mostrando de que forma o ecoturismo contribui com a conservação da fauna. 

Continue com a gente até o final, para juntos, entendermos como podemos lutar pela preservação da biodiversidade fazendo o que mais amamos, fotografando.

 

Turismo Predatório

 

O turismo predatório recebe esse nome devido aos fatores que englobam esse tipo de atividade, alguns deles correspondem ao mau gerenciamento do lixo, tanto do local quanto das pessoas que o visitam, que muitas vezes não se responsabilizam pelo resíduo gerado e não dão o destino correto à ele, gerando inúmeros impactos ambientais, além disso a priorização dos interesses do comércio, deixando de lado as questões e impactos ambientais e, assim, degradando a natureza e prejudicando comunidades locais, entre muitos outros fatores. 

Aqui, vamos focar no turismo predatório relacionado aos animais. 

Bom, como o próprio nome já diz, este tipo de turismo explora a fauna local para satisfazer as vontades do turista, sem pensar no bem-estar do animal. Alguns exemplos desse tipo de atividade são os famosos shows de golfinhos, baleias e focas, montar elefantes, nadar com botos ou outros animais marinhos, tirar selfies segurando animais silvestres ou mesmo, alimentá-los. 

Essa prática, afeta o comportamento natural da fauna, estressa os animais e na grande maioria dos, perpetua os maus tratos que estão envolvidos. 

 

Foto: Luiz Antonio Gambá.

 

Atualmente, existem cerca de 3 mil golfinhos vivendo em cativeiro para entreter turistas. 

 

Foto: Proteção Mundial Animal.

 

Esses animais são retirados da natureza e separados de seus grupos, para ficarem em locais onde muitas vezes são privados de comida, isto ocorre em diversos locais no mundo, como por exemplo, no Japão, nos Estados Unidos, Cuba, Punta Cana, entre outros. 

No Brasil, também existe esse tipo de problema, principalmente na Amazônia, onde diversas agências de turismo oferecem passeios que possibilitam nadar e interagir com animais silvestres, alimentar, segurar, fotografar e tocar em botos, preguiças, sucuris e macacos. E é importante ressaltar que na maioria das vezes, as espécies “oferecidas” são capturadas ilegalmente. 

 

Ecoturismo

 

Mas, vamos focar agora no turismo sustentável, o que favorece e ainda ajuda na conservação da nossa amada fauna. E claro, aquele a maioria dos nossos biofacers fazem parte, o turismo de observação de fauna

Essa prática conecta, genuinamente, o ser humano com a natureza. Mas é importante que as especificações para exercer o ecoturismo sejam respeitadas. 

As empresas que realizam esses passeios precisam seguir uma série de critérios, se comprometendo a tomar as medidas ideais para o bem-estar do turista, das comunidades locais, dos animais e da natureza num todo. 

 

Foto: Sesc SP.

 

O ecoturismo é uma atividade sustentável que visa beneficiar os aspectos econômicos, sociais e ambientais, utilizando de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, mantendo o equilíbrio entre esses pilares e ainda, gerando emprego para as comunidades locais. 

Além disso, em muitos locais há a preocupação em promover a ciência cidadã e incentivar o ensinamento das pessoas através da educação ambiental. 

Um bom exemplo disso, é a prática do birdwatching (turismo de observação de aves), que pode ser realizado em grupos e acompanhado por um guia capacitado. 

 

Observação de Aves / Foto: ICMBio.

 

É importante ressaltar que mesmo nesse tipo de atividade ainda podem existir impactos sobre a fauna, como por exemplo, devido ao uso excessivo e incorreto dos playbacks (podendo estressar e até causar perda de território da ave) e alimentação das aves em reservas ambientais (modificando o comportamento alimentar da ave, transmissão de doenças e há mais proximidade com humanos, facilitando o tráfico dos mesmos). 

Mas se a atividade de observação for feita da maneira correta, os visitantes criam laços com os animais e podem ser sensibilizados pela força da natureza.

Outro exemplo de sucesso, são os safáris fotográficos de onças-pintadas, movimentam a economia, promovem o desenvolvimento das comunidades e contribuem com a conservação da biodiversidade do Pantanal e Amazônia

A realização dessas atividades auxilia na criação de novas medidas governamentais para preservação de espécies animais que estão ameaçadas, já que milhares de pessoas do mundo inteiro vem ao Brasil para avistá-los, o que movimenta a economia e aumenta a visibilidade da enorme biodiversidade brasileira. 

Quanto maior a divulgação, maior sensibilização da população que planeja visitar o país, o que contribui para que   os turistas  ajudem a pressionar o governo brasileira a criar medidas mais efetivas para a conservação, como por exemplo, a criação de unidades de conservação.

 

Turismo de Observação de Onça-Pintada no Pantanal / Foto: Giovanna Leite – Biofaces.

 

Assim como a observação de cetáceos no litoral brasileiro, que ajuda na conservação das baleias e no desenvolvimento da comunidade local. 

O turismo de observação de mamíferos marinhos vem sendo muito procurado por turistas. Muitos moradores de comunidades tradicionais caiçaras têm a pesca como principal fonte de renda, mas existem muitos projetos de conservação que atuam nessas comunidades, divulgando a ciência e transmitindo informações importantes para redução de impactos. 

Muitos deles, através da sensibilização da população e devido o aumento da procura pelo avistamento destes animais, vem investindo na capacitação dos moradores, o que vem levando muitos a migrar de área, tornando o turismo de observação sua fonte de renda. Assim, utilizam seus barcos para levar pessoas para observar os gigantes do mar.

 

Baleia-Jubarte / Foto: Leonardo Merçon – Biofaces.

 

Cada vez mais pessoas procuram por locais que realizam um turismo mais sustentável, por isso, esse ramo está crescendo a taxas de 15 a 25% por ano. O faturamento atual do ecoturismo mundial é de $260 bilhões de dólares (equivalente a 70 milhões de reais). 

Além das citadas, existem diversas outras atividades, como a observação da flora, visitação a cavernas, caminhadas, trilhas, observação de estrelas, entre muitas outras opções.

Claro! Mesmo com essa proposta, ainda é necessário que cada um siga fazendo a sua parte, sendo responsável e consciente sobre seus hábitos e atitudes, buscando gerar o menor impacto ao local visitado. Sem a consciência individual, este tipo de turismo ainda pode se tornar prejudicial, por isso, é importante buscar as orientações corretas e estar acompanhado de guias especializados.

Há maneiras de nos conectarmos com a natureza de forma respeitosa e pura. E aí, ficou interessado em turistar de maneira mais sustentável? 

 

Texto por: Giovanna Leite Batistão

Revisado por: Juliana Cuoco Badari

 

 

 

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