Animais fantásticos e onde habitam: Os 6 primatas mais ameaçados da América

Todo mês um post novo trazendo os melhores lugares para observar os animais fantásticos que habitam o Brasil e o mundo. Os escolhidos desse mês são os famosos primatas. Faremos desse blog uma homenagem, afinal, em setembro, especificamente 01/09 comemora-se o Dia Internacional dos Primatas. 

Os primatas são divididos em 2 grupos: os do Velho Mundo e os do Novo Mundo. Os macacos do Velho Mundo são os que se encontram na Europa, África e Ásia, como gorilas, babuínos, mandris, hominídeos, entre outros. 

Já os do Novo Mundo são os primatas encontrados nas Américas, como por exemplo, os bugios, macacos-prego, micos. No blog de hoje, eles serão nosso foco, pois iremos abordar os 6 primatas mais ameaçados da América. Fica ligado que tá super importante. 

 

1. Sagui-Caveirinha (Callithrix aurita)

O sagui-caveirinha é um primata endêmico, ou seja, reside somente no Brasil, mais especificamente, na Mata Atlântica, somente do Leste de São Paulo, Rio de Janeiro ao sudeste de Minas Gerais.

As populações dessa espécie são comumente encontradas em regiões montanhosas da Mata Atlântica.

 

Distribuição geográfica do Sagui-caveirinha / Foto: IUCN

É um pequeno macaco, que apresenta uma característica bem marcante para sua identificação: a coloração branca de seu rosto realmente se assemelha a uma caveira, por isso o nome. 

Possuem uma alimentação variada de frutos, sementes, larvas de borboletas e mariposas, baratas, alguns lagartos, caramujos, anuros, ovos e filhotes de aves. 

 

Sagui-caveirinha / Foto: Sérgio Re.Oli – Biofaces

 

O macho e a fêmea apresentam o mesmo tamanho, com cerca de 22 cm e uma cauda de 31 cm. 

Ele se encontra Em Perigo, segundo a IUCN, devido a crescente perda e fragmentação de habitat, surto de febre amarela, mas uma das principais causas, é a competição com espécies invasoras, que foram trazidas do nordeste e centro-oeste, também do gênero Callithrix, os sagui-de-tufo-branco e sagui-de- tufo-preto. Além das espécies híbridas, já que houve o cruzamento dessas duas espécies que foram introduzidas. 

Devido a isso, as populações não nativas, estão substituindo as populações do sagui-caveirinha.

 

2. Sauim-de-Coleira (Saguinus bicolor)

O sauim-de-coleira pertence à família Callitrichidae, também só existem no Brasil, porém da Floresta Amazônica. Ocorre em um pequeno território, no norte do Rio Amazonas e a leste do Rio Negro, em grande parte na cidade de Manaus. 

Distribuição geográfica do Sauim-de-Coleira / Foto: IUCN

 

Com características marcantes, o sauim-de-coleira possui o rosto sem pelos e de coloração preta. Além disso, a pelagem de seu corpo é dividida em duas cores, metade branca e a outra metade marrom, dando origem a seu nome científico (S. bicolor). Apresenta um tamanho que pode variar de 28 a 32 cm, mais a sua cauda, que possui, em média, 40cm.

Possui uma dieta baseada em frutos, goma de flores de maracujá selvagem, além de larvas e alguns insetos adultos. 

 

Sauim-de-Coleira / Foto: Priscilla Diniz

 

Esse primata tão característico, está Criticamente em Perigo, segundo a IUCN. A região onde vive sofre intensa pressão antrópica, sendo elas, expansão urbana, estradas, agricultura, pecuária, causando enorme desmatamento e fragmentação de seu habitat. 

Além disso, são muito impactados por viverem próximo a cidade, por conta das linhas elétricas, da captura para o comércio ilegal e ataques de animais domésticos, como cães e gatos.

 

3.Capuchinho-de-testa-branca-Equatoriano (Cebus aequatorialis)

O capuchinho-de-testa-branca-equatoriano é uma espécie de macaco-prego, localizada no oeste do Equador e noroeste do Peru. Esse primata habita as florestas tropicais e subtropicais de ecorregiões em Chocó e Tumbes. 

 

Distribuição geográfica do Capuchinho-de-testa-branca-Equatoriano / Foto: IUCN

Apresentam uma coloração branco-amarelada na região da cabeça, a cauda e o dorso são marrons, parte de seus membros inferiores são acastanhados e a parte ventral é mais pálida. Porém, há uma leve variação na cor para cada indivíduo. 

Este primata apresenta um porte médio, com um tamanho de 35 a 51 cm e uma cauda com comprimento de 40 a 50 cm, os machos são um pouco maiores do que as fêmeas. 

Sua dieta inclui frutos maduros e plantas, além de insetos, ovos e pequenos vertebrados. 

 

Capuchinho-de-testa-branca-Equatoriano / Foto: Ronald Bravo

 

Estes macacos são considerados Criticamente Ameaçados pela IUCN. São procurados para o comércio ilegal, mas também caçados por agricultores, pois os animais entram nas plantações de milho, banana e cacau. 

A distribuição desse primata foi reduzida para menos de 1% da extensão original nas últimas décadas e 70% da vegetação original do Equador foi desmatada para uso agrícola e pecuária, onde ocorreu a destruição e fragmentação do habitat da espécie.

Hoje, a espécie vive em diversas áreas de preservação públicas ou privadas, incluindo diversos parques locais, pois são os únicos lugares onde a vegetação ainda é presente. 

 

4. Olalla Brothers’ titi monkey (Plecturocebus olallae)

O Olalla Brothers’ titi é uma das duas espécies de primatas que só existem na Bolívia, sendo bastante rara, depois de sua descrição não houve mais nenhuma informação dessa espécie durante 60 anos. Além disso, vive em uma área extremamente restrita, em florestas próximas ao Rio Yacuma, no sudoeste do Departamento de Beni. 

 

Distribuição do Olalla Brothers’ titi / Foto: IUCN

 

Possui uma coloração marrom, é uma espécie monogâmica e sua dieta é praticamente frugívora, mas também se alimenta de folhas e flores e de vez em quando, insetos entram em seu cardápio. 

 

Olalla Brothers’ titi / Foto: Jesús Martínez

 

Está Criticamente Ameaçado, de acordo com a IUCN, principalmente por conta da perda de habitat, devido a criação de gado para pecuária, onde realizam queimadas anuais para aumentar o espaço dessa criação, mas também devido ao desmatamento para construção de rodovias.

 

5. Bugio-ruivo (Alouatta guariba)

O Bugio-ruivo é endêmico da Mata Atlântica, sendo encontrado do litoral sul da Bahia, passando por São Paulo até Santa Catarina, sendo que, na Ilha de Santa Catarina, o bugio foi considerado extinto da natureza, existindo somente em cativeiro em centros de triagem.

 

  

Distribuição do Bugio-ruivo / Foto: IUCN

 

Sua coloração é um castanho alaranjado. O tamanho entre machos e fêmeas varia, sendo o macho maior, apresentando 55 cm e sua cauda 59,5 cm, já a fêmea tem 49 cm e sua cauda 52,5 cm. 

É um primata que apresenta a cauda preênsil, ou seja, utilizam a cauda para auxiliar em sua locomoção. 

A dieta é praticamente inteira de folhas, mas também podem comer frutos e flores em estações secas.

 

Bugio-ruivo macho / Foto: Rafael del Prete – Biofaces

 

Essa espécie está Vulnerável segundo a IUCN e sofreu muito com os surtos de febre amarela, diminuindo drasticamente suas populações.

Além disso, o atropelamento e a degradação e desmatamento das florestas da Mata Atlântica (só restam 11,7% da mata original) também reduzem muitos os números populacionais.

 

6. Macaco-aranha-de-Geoffroy (Ateles geoffroyi)

O macaco-aranha-de-Geoffroy ocorre na América Central, distribuído do México até o Panamá. 

 

Distribuição do macaco-aranha-de-Geoffroy / Foto: IUCN

 

Apresenta um comprimento que varia de 30 a 60 cm e sua cauda é maior que seu corpo, medindo de 60 a 80 cm. Possui uma coloração mesclada, com as cores pretas, brancas e marrons, sendo sua face mais pálida, também dispõem de cauda preênsil.

Uma característica marcante do gênero Ateles é os braços e pernas bem compridos. Essa espécie se alimenta quase totalmente de frutos, precisando de um grande espaço para forragear. 

 

Macaco-aranha-de-Geoffroy / Foto: Jenny Warren

 

Esse primata é considerado Em Perigo pela IUCN e o gênero Ateles é considerado o mais ameaçado dos Neotrópicos. Isso acontece devido a crescente perda e fragmentação de seus habitats, mas também por conta do comércio ilegal e caça. 

 

Conservação

Muitos desses primatas vêm sofrendo ameaças, mas claro, sempre há esperança, já que muitas pessoas têm se unido para trabalhar em prol da conservação desses magníficos. 

Utilizando da pesquisa científica, da educação ambiental, do monitoramento, do desenvolvimento de corredores ecológicos para unir os vários fragmentos de floresta, muitos pesquisadores têm pesquisado sobre estratégias para mitigar todos os outros impactos.

Assim, conseguimos conhecer estes primatas, para assim, preservarmos e, obviamente, fazer muitos registros deles, não é?!

 

Texto por Giovanna Leite

Revisado por Jéssica Amaral Lara

 

 

1 Comment

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Penha Emerickreply
25 de dezembro de 2022 at 07:54

Excelente matéria sobre os primatas mais ameaçados do Novo Mundo. Com fotos e mapas com a ocorrência das espécies.

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