Aranhas-caranguejeiras: os Artrópodes Gigantescos

As aranhas-caranguejeiras, famosas pela sua aparência peluda e seu grande porte, são o tema do nosso blog de hoje. Em um primeiro momento, podem parecer assustadoras, mas se tratam de animais fascinantes. 

 

Foto: Eduardo Vieira – Biofaces

 

Também conhecidas como tarântulas, as as aranhas-caranguejeiras são distribuídas por todos os continentes, com exceção da Antártida. As mais famosas pertencem à família Theraphosidae, que contém cerca de mil espécies. O Brasil possui a maior biodiversidade de caranguejeiras desse grupo do mundo, contando com cerca de 200 espécies, que podem ser encontradas por todo o território.

 

Características

As caranguejeiras são conhecidas pelo seu grande porte, podendo alcançar os até 28 cm da famosa aranha-golias (Theraphosa blondi). Dá pra imaginar uma aranha desse tamanho? Apesar de todo o tamanho, o veneno da maioria das caranguejeiras é inofensiva a humanos, sendo muito menos potente que o de uma abelha. No entanto, como acontece com muitos animais, a exceção está na Austrália. As aranhas do gênero Atrax possuem uma toxina potente, capaz até de matar humanos.

Apesar da grande maioria não levar à morte, ainda é preciso ter cautela com uma caranguejeira. Se perturbada, ela pode se defender através de uma dolorosa picada, ou liberando suas cerdas (pêlos). A liberação das cerdas em seu abdômen é uma estratégia de defesa: esses pêlos urticantes são liberados no ar quando a aranha se sente ameaçada, podendo levar a reações alérgicas (normalmente uma coceira). No entanto, desde que não sejam importunadas, as caranguejeiras podem ser consideradas inofensivas.

 

Foto: Ana Luzia Souza Cunha – Biofaces

 

Quanto à sua diversidade de cores, temos animais que vão desde o comum marrom até o azul cintilante. Este exoesqueleto (esqueleto externo característico de artrópodes), que pode ser colorido ou não, é trocado ao longo da vida da caranguejeira. Para crescer, ela realiza a ecdise, uma “troca de esqueleto”. Na ecdise, a aranha desenvolve um novo exoesqueleto e abandona o antigo, assim como muitos artrópodes fazem.

 

Foto: Mundo ecologia

 

Hábitos

As caranguejeiras, diferente da maioria das aranhas, não emboscam suas vítimas através das teias. A maioria de seus representantes vive em abrigos debaixo de rochas, folhas ou túneis. Destes que escavam túneis no solo, é comum que teçam uma portinha de fios de seda e terra. 

Uma vez que elas passam a maior parte de seu tempo em seus abrigos, sua estratégia de caça é, normalmente, aguardar que as presas se aproximem para dar o bote. Para isso você deve imaginar que elas têm uma visão e audição apurados, certo? Errado! As caranguejeiras costumam ter a visão baixa, principalmente por terem hábitos noturnos. Então, elas usam o seu “sentido aranha” para espreitar. Elas possuem órgãos especializados que sentem as vibrações ao seu redor, assim conseguem reconhecer quando uma presa (ou um predador) se aproxima.

E quais os tipos de presas essas aranhas são capazes de capturar? Dos mais variados tipos! Variam desde insetos até serpentes muito maiores do que a própria aranha. Existe uma espécie que até em seu nome já percebemos os seus hábitos de caça: a aranha-golias-comedora-de-pássaros. E isso só é possível devido às toxinas produzidas pela aranha, que paralisam a sua presa. 

 

Aranha-golias-comedora-de-pássaros. Foto: Luciano Bernardes – Biofaces

 

Ainda não se impressionou com esse bichão? Pois te digo mais, as caranguejeiras possuem uma longevidade impressionante! Existem espécies que alcançam os 30 anos de idade. 

Agora, já sabendo que as caranguejeiras são inofensivas (pelo menos a nós, humanos), na próxima vez que avistar uma, não a perturbe. No máximo a retire do local, cuidadosamente, caso ela esteja causando algum medo nas pessoas e a coloque em uma matinha próxima. E se quiser fazer mais alguma coisa a respeito, que seja registrá-la! E nisso o Biofaces te ajuda. Aqui vão algumas dicas para capturar o registro perfeito:

  • Tirar fotos pela manhã captura uma iluminação mais natural, suave e não muito direta;
  • Prender a correia da câmera e outros acessórios, de modo a minimizar os movimentos que podem espantar a aranha;
  • Buscar um ângulo mais paralelo com a aranha e aumentar a profundidade de campo, caso a intenção da foto não seja científica;
  • Dar preferência a lentes macros, já que elas possuem uma melhor óptica.

 

Essas dicas não são exclusivas para as aranhas, mas se aplicam muito bem nos registros desses animais. 

E agora é só preparar a câmera e colocar os registros aqui no Biofaces logo após. Estamos aguardando!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

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