Bons lugares para fotografar vida selvagem: Parque Nacional das Araucárias
Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!
Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores, cheiros e paisagens distintas, o que faz de cada espaço um lugar único.
Palco da preservação de uma natureza rara, o Parque Nacional das Araucárias vai te encantar com as paisagens majestosas de um dos últimos refúgios desta biodiversidade única.
Parque Nacional das Araucárias
Abrangendo uma, das poucas áreas remanescentes de Mata de Araucária no Brasil, o Parna das Araucárias encontra-se entre os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia (SC), a cerca de 500 km da capital Florianópolis.
Criado em 2005, o parque tem o objetivo preservar seu ecossistema natural, que é de grande importância ecológica. A Mata de Araucária representa um ecossistema único do bioma Mata Atlântica que, em 2010, já se encontrava reduzida a menos de 3% da sua área original. A
lém de ser responsável pela manutenção da sua rica biodiversidade, a Mata de Araucária é fundamental para a qualidade de importantes corpos d’água da região, como os rios Chapecó, Chapecozinho, do Mato, e Caratuva.
Características Naturais
Mesmo os acostumados com altas temperaturas podem preparar seus agasalhos! As temperaturas mantêm uma média anual de 18°C, mas a região é conhecida por registrar temperaturas próximas de zero durante o inverno.
A presença de vários corpos d’água na extensão do Parna promove um clima ainda mais gelado, então planeje bem a época certa para a sua visita.
O relevo da região é marcado por variações de altitude com presença de montes e vales. Apesar disso, o Parna oferece opções de trilhas que apresentam dificuldades fácil e média.
Fauna e Flora
A espécie característica da região e que dá nome ao parque é a araucária, árvore imponente que pode alcançar até 50 metros de altura e 2 metros de diâmetro. Essas guerreiras que podem chegar aos 700 anos de idade, estão resistindo a uma pressão antrópica por muitos anos. Sua madeira leve e sem falhas levou à uma intensa exploração no passado, mas ainda a faz visada atualmente.
A ocorrência da araucária é associada a de várias espécies que, assim como ela, são raras e/ou ameaçadas de extinção. Entre os exemplares da flora, é estimada a ocorrência de 174 espécies diferentes no Parna, como o xaxim, a canjerana e a imbuia.
Entre a fauna, encontramos exemplares característicos da Mata Atlântica: onças-pardas, lontras, bugios, mãos-peladas, jaguatiricas, cachorros-do-mato, veados, antas, tatus, mas não só isso. O Parna conta com uma variedade de 227 espécies de aves, como a gralha-azul, pica-pau-cara-de-canela, macuco, jacu, curicaca e, graças ao Instituto Espaço Silvestre, o papagaio-do-peito-roxo.
Reintrodução do Papagaio-de-peito-roxo
O Instituto Espaço Silvestre é o responsável pela reintrodução de sucesso dos papagaios-de-peito-roxo no Parna. O desmatamento, somado ao tráfico da espécie, levaram à sua extinção local em meados do século XIX. Até que em 2010, o instituto deu início ao projeto que reabilitou e soltou animais vítimas do tráfico na região. Atualmente, 186 papagaios alcançaram a liberdade e estão sendo monitorados pela sua equipe. Agora, no segundo semestre de 2021, está prevista a maior soltura do projeto.
Mais sobre esse projeto e sobre esse parceiro do Biofaces você pode acompanhar pelas redes sociais (@espacosilvestre), ou pelo site oficial.
Atrativos Turísticos
O Parna das Araucária traz o turismo através de trilhas ecológicas, além de trilhas interpretativas e de observação de fauna e flora. As diversas cachoeiras e corredeiras dentro do parque também promovem a possibilidade de práticas esportivas, como rappel e rafting.
As trilhas oferecidas variam entre 1,5 a 4,5 km de ida e volta, sendo de dificuldade fácil ou média, variando o objetivo – a Trilha das Aves é ideal para a observação de aves, a Noturna para a de animais noturnos, e a da Cachoeira dos Xaxins e do Poço da Espuma são ideais para quem busca admirar a paisagem e tomar um banho nas águas dos rios da área.
Como chegar e Valores
O aeroporto mais próximo do Parna das Araucárias é o de Chapecó, por volta de 100 km de distância. Partindo do aeroporto, o trajeto mais rápido é via BR-282 (cerca de 2 horas). Para quem vem de Florianópolis, a via mais rápida também é a BR-282 (cerca de 7 horas). Outro acesso importante é via BR-153, para quem vem de regiões mais ao norte do parque.
Segundo o ICMBio, a visita ao Parna é gratuita, mas há algumas regras a seguir durante o período da pandemia de COVID-19. Deve ser feito o agendamento prévio através do e-mail (ngi.palmas@icmbio.gov.br), de grupos de até 5 pessoas. São permitidos, no máximo, 4 grupos por dia durante a semana e 6 aos fins de semana, com permanência máxima de duas horas. O horário de visitação é das 08:00 às 17:00, sendo a entrada permitida até as 15:00. A entrada do Parna está sendo feita somente pela Portaria Portal Passos Maia – Linha Rio do Poço, que dá acesso a três trilhas abertas: a Trilha das Aves, a Cachoeira dos Xaxins e o Poço da Espuma.
Depois dessas dicas, é só planejar a viagem, preparar a câmera e adicionar o registros aqui no Biofaces!
Texto por Lidiane Nishimoto
Revisado por Fernanda Sá