Bons lugares para fotografar vida selvagem: Parque Nacional das Araucárias

Não é só de boas câmeras e dicas de fotos que vive o fotógrafo de vida selvagem. Ele também precisa estar no lugar certo, na hora certa. Pensando nisso, nós listamos os maiores e melhores Parques Nacionais para você se conectar à natureza, encontrar os bichos em vida livre e fazer incríveis registros!

Uma vez por mês abordamos um parque diferente, trazendo opções de todos os cantos do Brasil, para você aproveitar ao máximo a rica biodiversidade brasileira! De acordo com a região onde estão situados, os parques podem te surpreender com animais, vegetações, cores, cheiros e paisagens distintas, o que faz de cada espaço um lugar único.

Palco da preservação de uma natureza rara, o Parque Nacional das Araucárias vai te encantar com as paisagens majestosas de um dos últimos refúgios desta  biodiversidade única.

 

Parque Nacional das Araucárias. Foto: Marcos Alexandre Danieli – The North Face

 

Parque Nacional das Araucárias

Abrangendo uma, das poucas áreas remanescentes de Mata de Araucária no Brasil, o Parna das Araucárias encontra-se entre os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia (SC), a cerca de 500 km da capital Florianópolis.

Criado em 2005, o parque tem o objetivo preservar seu ecossistema natural, que é de grande importância ecológica. A Mata de Araucária representa um ecossistema único do bioma Mata Atlântica que, em 2010, já se encontrava reduzida a menos de 3% da sua área original. A

lém de ser responsável pela manutenção da sua rica biodiversidade, a Mata de Araucária é fundamental para a qualidade de importantes corpos d’água da região, como os rios Chapecó, Chapecozinho, do Mato, e Caratuva.

 

Parque Nacional das Araucárias. Foto: Apremavi

 

Características Naturais

Mesmo os acostumados com altas temperaturas podem preparar seus agasalhos! As temperaturas mantêm uma média anual de 18°C, mas a região é conhecida por registrar temperaturas próximas de zero durante o inverno.

A presença de vários corpos d’água na extensão do Parna promove um clima ainda mais gelado, então planeje bem a época certa para a sua visita.

O relevo da região é marcado por variações de altitude com presença de montes e vales. Apesar disso, o Parna oferece opções de trilhas que apresentam dificuldades fácil e média.

 

Fauna e Flora

A espécie característica da região e que dá nome ao parque é a araucária, árvore imponente que pode alcançar até 50 metros de altura e 2 metros de diâmetro. Essas guerreiras que podem chegar aos 700 anos de idade, estão resistindo a uma pressão antrópica por muitos anos. Sua madeira leve e sem falhas levou à uma intensa exploração no passado, mas ainda a faz visada atualmente.

A ocorrência da araucária é associada a de várias espécies que, assim como ela, são raras e/ou ameaçadas de extinção. Entre os exemplares da flora, é estimada a ocorrência de 174 espécies diferentes no Parna, como o xaxim, a canjerana e a imbuia.

Entre a fauna, encontramos exemplares característicos da Mata Atlântica: onças-pardas, lontras, bugios, mãos-peladas, jaguatiricas, cachorros-do-mato, veados, antas, tatus, mas não só isso. O Parna conta com uma variedade de 227 espécies de aves, como a gralha-azul, pica-pau-cara-de-canela, macuco, jacu, curicaca e, graças ao Instituto Espaço Silvestre, o papagaio-do-peito-roxo. 

 

Bugio-ruivo (Alouatta guariba). Foto: Marcelo Madeira – Biofaces

 

Reintrodução do Papagaio-de-peito-roxo

O Instituto Espaço Silvestre é o responsável pela reintrodução de sucesso dos papagaios-de-peito-roxo no Parna. O desmatamento, somado ao tráfico da espécie, levaram à sua extinção local em meados do século XIX. Até que em 2010, o instituto deu início ao projeto que reabilitou e soltou animais vítimas do tráfico na região. Atualmente, 186 papagaios alcançaram a liberdade e estão sendo monitorados pela sua equipe. Agora, no segundo semestre de 2021, está prevista a maior soltura do projeto.

Mais sobre esse projeto e sobre esse parceiro do Biofaces você pode acompanhar pelas redes sociais (@espacosilvestre), ou pelo site oficial.

 

Papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea). Foto: Instituto Espaço Silvestre – Biofaces

 

 

Atrativos Turísticos

O Parna das Araucária traz o turismo através de trilhas ecológicas, além de trilhas interpretativas e de observação de fauna e flora. As diversas cachoeiras e corredeiras dentro do parque também promovem a possibilidade de práticas esportivas, como rappel e rafting.

As trilhas oferecidas variam entre 1,5 a 4,5 km de ida e volta, sendo de dificuldade fácil ou média, variando o objetivo – a Trilha das Aves é ideal para a observação de aves, a Noturna para a de animais noturnos, e a da Cachoeira dos Xaxins e do Poço da Espuma são ideais para quem busca admirar a paisagem e tomar um banho nas águas dos rios da área.

 

Sinalização das trilhas. Foto: Trilhas do NGI

 

Como chegar e Valores

O aeroporto mais próximo do Parna das Araucárias é o de Chapecó, por volta de 100 km de distância. Partindo do aeroporto, o trajeto mais rápido é via BR-282 (cerca de 2 horas). Para quem vem de Florianópolis, a via mais rápida também é a BR-282 (cerca de 7 horas). Outro acesso importante é via BR-153, para quem vem de regiões mais ao norte do parque.

Segundo o ICMBio, a visita ao Parna é gratuita, mas há algumas regras a seguir durante o período da pandemia de COVID-19. Deve ser feito o agendamento prévio através do e-mail (ngi.palmas@icmbio.gov.br), de grupos de até 5 pessoas. São permitidos, no máximo, 4 grupos por dia durante a semana e 6 aos fins de semana, com permanência máxima de duas horas. O horário de visitação é das 08:00 às 17:00, sendo a entrada permitida até as 15:00. A entrada do Parna está sendo feita somente pela Portaria Portal Passos Maia – Linha Rio do Poço, que dá acesso a três trilhas abertas: a Trilha das Aves, a Cachoeira dos Xaxins e o Poço da Espuma.

Depois dessas dicas, é só planejar a viagem, preparar a câmera e adicionar o registros aqui no Biofaces!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

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