Dia Mundial do Lêmure: 9 curiosidades sobre os lêmures

Hoje, dia 29 de outubro de 2021, é comemorado o Dia Mundial do Lêmure. Na última sexta-feira deste mês, lembramos da urgência em conservar esses animais incríveis. 

Para comemorar esta data, hoje o Biofaces traz 9 curiosidades sobre esses animais fascinantes. Vem aprender um pouco mais sobre eles com a gente!

 

  1. Lêmures são nativos de apenas um lugar

Ao lado da costa de Moçambique, encontra-se Madagascar, o único habitat natural dos lêmures em todo o mundo. Com a 4ª maior ilha do mundo em seu território, Madagascar possui uma biodiversidade única. Isto inclui os lêmures: é o único lugar do mundo onde eles ocorrem naturalmente!

Algumas espécies também podem ser encontradas nas ilhas de Comores, onde especula-se que foram introduzidas por humanos.

 

Propithecus coquereli. Foto: Camila AP Ferraz de Siqueira

 

  1. Existem lêmures de vários tamanhos e cores

São chamados de lêmures os primatas que pertencem à superfamília Lemuroidea ou à infraordem Lemuriformes, que abrangem mais de 110 espécies de animais. Ou seja, a diversidade destes animais é significativa.

Com tamanho variado, existem lêmures tão pequenos que caberiam na palma da mão, como o lêmure-rato-de-madame-berthe (Microcebus berthae), com tamanho médio de 9 cm. Também existem lêmures tão grandes quanto uma criança humana, como o indri (Indri indri), que pode atingir o tamanho de quase um metro de comprimento.

 

Microcebus berthae. Foto: Lemurs of Madagascar

 

A coloração dos pelos dos lemures é variada, com padrões diversos. Apesar disso, é comum que bichos que  vivem em áreas de florestas tenham os pelos mais escuros.

 

  1. Além dos humanos, lêmures são os únicos primatas que têm olhos azuis

Os primatas têm uma enorme variedade de cores e formatos de olhos mas, olhos azuis são extremamente incomuns. Até mesmo nos humanos, eles ocorrem em uma pequena porcentagem. Apesar disso, existe uma espécie de lêmure que apresenta essa particularidade: o lêmure-preto-de-olho-azul (Eulemir flavifrons) possui incríveis olhos azuis.

 

Eulemir flavifrons. Foto: Flickr

 

  1. As organizações sociais têm dominância feminina

Os lêmures costumam viver em grupos socias pequenos, com dominância de fêmeas adultas sobre os machos. Sua dominância se expressa através da marcação de território, da forma como elas ¨tomam¨ comida e locais de repouso dos machos e, até mesmo, através de agressões físicas. Os machos lutam uns contra os outros, e as fêmeas lutam entre si e contra os machos, para manterem seu status social.

 

Lepilemur ruficaudatus. Foto: Joao Quental

 

  1. Lêmures são essenciais para as florestas

Os lêmures ajudam a manter as florestas, atuando como dispersores de sementes e de pólen. Muitos indivíduos carregam pólen e sementes agarrados em seu pelo, enquanto buscam por alimento e, ao se moverem para outros locais, acabam realizando esse papel.

Além disso, algumas sementes também passam pelo seu sistema digestivo sem sofrer danos e, ao serem excretadas, acabam germinando longe dos seus locais de origem. 

Os lêmures são verdadeiros jardineiros, e muitas plantas dependem dos lêmures para sobreviver.

 

Indri indri. Foto: Jose Maria Franco – Biofaces

 

  1. Lêmures podem sentir o cheiro da fraqueza

Todos os lêmures apresentam glândulas em suas áreas genitais, embora somente os machos as apresentem em seus punhos e ombros. Cada uma delas produz um odor diferente e estes cheiros dizem muito sobre a saúde dos indivíduos. Um estudo feito com lêmures-de-cauda-anelada (Lemur catta) mostrou que animais feridos perdem até 10% de seu odor, por gastarem muita energia para produzi-lo.

Os lêmures usam seu odor individual para marcar o seu território e, com seu cheiro fraco, outros indivíduos podem vir a marcar por cima de sua assinatura. Isto afeta seu status social e as chances de se acasalar. As fêmeas também investigam as marcas de cheiro mais atenciosamente, provavelmente como forma de avaliar a saúde de oponentes.

 

Lemur catta. Foto: Jose Maria Franco – Biofaces

 

  1. Lêmures se medicam com piolhos-de-cobra

Os piolhos-de-cobra produzem algumas secreções tóxicas que mantêm os predadores afastados. Apesar dessa fama, já foram observados lêmures-da-face-vermelha (Eulemur collaris) mascando esses animais. Isso os induz a produzir uma grande quantidade de saliva que, juntamente com a secreção do piolho-de-cobra, é massageada  nos pelos, ao redor do rabo e dos órgãos sexuais. 

Os lêmures-da-face-vermelha são conhecidos por possuir uma variedade de parasitas gastrointestinais maior que qualquer outra espécie do grupo. Em contrapartida, os piolhos-de-cobra produzem uma substância com propriedades inseticidas e antimicrobianas. Por essa razão, acredita-se que esses lêmures possam estar usando as secreções desses artrópodes para se medicarem contra seus  parasitas intestinais. Incrível, né?

 

Eulemur collaris se alimentando de piolho-de-cobra. Foto: Japan Monkey Centre and Springer Japan

 

  1. Lêmures cantam

Uma espécie de lêmure, o indri, é capaz de cantar. Eles são os únicos lêmures que usam o canto para se comunicar, e até harmonizam uns com os outros. Através da análise de suas vocalizações, foi observado que eles apresentam padrões rítmicos também usados por humanos. Padrões que são, inclusive, encontrados em músicas, como “We Will Rock You” do Queen. Dá pra acreditar?

 

Indri indri. Foto: Jose Maria Franco – Biofaces

 

  1. Lêmures abraçam árvores

Alguns lêmures, da espécie sifaka-de-coquerel (Propithecus coquereli), já foram observados abraçando a base de árvores. É um comportamento raro, mas já foi observado em diferentes indivíduos. Isto ocorre quando o clima apresenta temperaturas elevadas. A temperatura na base da árvore costuma ficar alguns graus mais amena do que em outras partes e isso pode explicar o abraço de refresco.

Como os lêmures têm predadores terrestres, como a fossa, essa posição os deixa vulneráveis, por isso, esse é um comportamento raro.

 

Propithecus coquereli. Foto: Dr. Chloe Chen-Kraus

 

E então, gostou das curiosidades? Sabe de mais alguma? Conta pra gente!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Fernanda Sá

1 Comment

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Eliezer Assunção de Pauloreply
28 de outubro de 2022 at 12:45

muito bom

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