Parques do Mundo: 3 ótimos parques para ver lêmures em Madagascar!

Todo mês, o Biofaces aborda um Parque Nacional do mundo, ambientes singulares, ricos em biodiversidade e logo, ótimos para fotografar a vida selvagem. Em comemoração ao Dia Mundial dos Lêmures (27/10), animais super curiosos que habitam unicamente a ilha de Madagascar, neste mês não vamos falar apenas de um parque, mas sim de uma seleção dos três ótimos parques para vê-los. Saiba quais espécies de lêmures encontrar em cada parque da nossa lista, demais pontos turísticos e veja dicas para planejar a sua viagem para Madagascar! 

 

Lêmure de cauda anelada. Foto: Camila AP Ferraz de Siqueira – Biofaces.

 

Antes de começar, o que é um lêmure?

 

Lêmure marrom de cara vermelha (Eulemur rufifrons). Foto: José Maria Franco – Biofaces.

 

Antes de começar, vamos explicar o que é um lêmure, afinal, como esses animais são exclusivos de Madagascar, poucos já tivemos a oportunidade de vê-los e conhecê-los melhor e logo, a dúvida sobre o que ele é pode facilmente surgir. Será que os lêmures são marsupiais? Ou ainda, será que eles são macacos? 

Primeiramente: os lêmures são macacos. Eles pertencem à subordem de primatas chamada Strepsirrhini. Dentro desta, eles correspondem à superfamília Lemuroidea, que inclui a família dos lêmures verdadeiros (Lemuridae) e uma família com apenas um representante vivo, o aie-aie (Daubentonia madagascariensis), espécie que só possui um registro no Biofaces (família Cheirogaleidae).

 

Aie-aie, um dos primatas de Madagascar. Foto: Marcio Lisa – Biofaces.

 

Ao todo, há mais de 100 espécies de lêmures na ilha. Cada uma com seus diferentes hábitos alimentares e sociais! Por exemplo, enquanto alguns são onívoros, outros são herbívoros. Já no que diz respeito aos grupos sociais, enquanto alguns vivem em casais ou pequenos grupos, outros vivem em bandos de cerca de 20 indivíduos.

 

Indri, a maior espécie de lêmure é herbívora. Na foto, o animal está se alimentando de folhas. Foto: Camila AP Ferraz de Siqueira – Biofaces.

 

Uma curiosidade é que Madagascar se separou do continente africano há cerca de 160-155 milhões de anos, ou seja, bem antes da sua colonização por mamíferos. Por outro lado, estima-se que os lêmures chegaram à ilha há 55 a 60 milhões de anos, data próxima ao surgimento desses primatas.

Assim, várias hipóteses buscam explicar como os ancestrais dos lêmures colonizaram Madagascar. Uma das mais aceitas é que eles se dispersaram nadando, com a ajuda de “jangadas naturais”. Caso tenha interesse, esse estudo discorre mais sobre as diferentes hipóteses e nessa matéria do nosso blog, contamos outras 9 grandes curiosidades sobre eles!

 

Onde fica Madagascar?

Falamos tanto em Madagascar, mas ainda não situamos onde o lar dos lêmures está localizado. Madagascar é uma ilha localizada no sudeste da África, banhada pelo oceano Índico e separada do continente africano pelo canal de Moçambique.

 

Onde fica Madagascar. Mapa: Microsoft via Apolo11.com

 

O que fazer em Madagascar?

Sem sombra de dúvidas, se você gosta de natureza e de paisagens paradisíacas, você terá muito o que fazer nessa ilha!

 

Avenida dos Baobás. Foto: Shutterstock

 

Madagascar possui várias praias maravilhosas, com direito a atividades de mergulho para ver lindos recifes de corais, várias áreas protegidas com beleza natural e biodiversidade surpreendentes, sem falar em outras atrações diferentes de quaisquer outras que você já viu, como a Reserva Natural Tsingy de Bemaraha, que conta com cavernas subterrâneas e rochas calcárias de até 70 metros de altura, além de 85% de fauna e flora endêmica, ou seja, que só existe lá.

 

Reserva Natural Tsingy de Bemaraha. Foto: Shutterstock

 

Melhores parques para ver lêmures

Parque Nacional Andasibe-Mantadia:

Parque Nacional Ansadibe-Mantadia. Foto: Heinonlein – Wikimedia commons.

 

Localizado a 140 km da capital de Madagascar, a cidade de Antananarivo, o Andasibe-Mantadia possui cerca de 15 mil hectares e é um dos mais famosos parques da ilha. Nele é possível avistar 14 espécies de lêmures, sendo a atração principal, ver e ouvir o Indri (Indri indri), o maior lêmure, encontrado principalmente na Reserva de Analamazaotra, localizada dentro do parque nacional. Com cerca de 65cm de comprimento e um peso de até 9,5kg, os indris são conhecidos por sua alta vocalização, sendo capazes até mesmo de cantar!

 

Indri em Andasibe. Foto: José Maria Franco – Biofaces.

 

Além do indri, outras espécies que ocorrem no parque são:

  • sifaka diademado (Propithecus diadema);
  • lêmure de ventre vermelho (Eulemur rubriventer);
  • lêmure marrom (Eulemur fulvus);
  • lêmure grisalho do bambu (Hapalemur griseus);
  • lêmure rato de Goodman (Microcebus lehilahytsara);
  • lêmure doninha saltador (Lepilemur mustelinus);
  • varecia preto e branco (Varecia variegata);
  • lêmure anão grande (Cheirogaleus major);
  • lêmure anão de orelhas peludas (Allocebus trichotis e Cheirogaleus crossleyi);
  • lêmure grande do bambu (Prolemur simus);
  • lêmure lanoso oriental (Avahi laniger);
  • aie aie (Daubentonia madagascariensis).

 

Sifaka diademado. Foto: João Quental.

 

Parque Nacional Ankarafantsika:

Parque Nacional Ankarafantsika. Foto: madagascar-library.com

 

Este parque está localizado na região de Boeny, nos distritos de Marovoay e Ambato-Boeny e possui cerca de 136 mil hectares. Ele é lar de 8 espécies de lêmures:

  • sifaka de coquerel (Propithecus coquereli);
  • lêmure mangusto (Eulemur mongoz);
  • lêmure marrom (Eulemur fulvus);
  • lêmure rato cinza (Microcebus murinus);
  • lêmure anão de cauda grossa (Cheirogaleus medius);
  • lêmure lanudo ocidental (Avahi occidentalis);
  • lêmure esportivo de Milne-Edwards (Lepilemur edwardsi);
  • lêmure rato dourado amarronzado (Microcebus ravelobensis).

 

Sifaka de coquerel. Foto: Marcio Lisa – Biofaces.

 

Mas o destaque aqui vai para o lêmure rato dourado amarronzado, que é endêmico da área protegida, ou seja, ele só existe no Parque Nacional Ankarafantsika.

 

Parque Nacional Ranomafana:

Parque Nacional Ranomafana. Foto: traveltriangle.com

 

Em 41 mil hectares de área protegida, localizados a 410 km a sudeste da capital Antananarivo, o Ranomafana abriga 12 espécies de lêmures:

  • lêmure dourado do bambu (Hapalemur aureus);
  • lêmure grisalho do bambu (Hapalemur griseus);
  • lêmure grande do bambu (Prolemur simus);
  • lêmure de ventre vermelho (Eulemur rubriventer);
  • lêmure marrom (Eulemur fulvus);
  • varecia preto e branco (Varecia variegata);
  • sifaka de Milne-Edwards (Propithecus edwardsi);
  • lêmure lanoso oriental (Avahi laniger);
  • lêmure esportivo de dentes pequenos (Lepilemur microdon);
  • lêmure anão grande (Cheirogaleus major);
  • lêmure rato vermelho (Microcebus rufus);
  • aie aie (Daubentonia madagascariensis).

 

Lêmure grisalho do bambu. Foto: José Maria Franco – Biofaces.

 

Destes, as estrelas da área protegida são o lêmure grande do bambu e o lêmure dourado do bambu.

Claro que, além desses 3 parques, há diversas áreas protegidas que abrigam outras espécies fantásticas de lêmures. Mas, ao visitar a nossa seleção, com certeza você terá a oportunidade de ver um bom leque de espécies diferentes!

 

Varecia preto e branco, espécie que habita Ranomafana e também outras regiões. O registro foi feito no Parque Nacional Andasibe-Mantadia. Foto: José Maria Franco – Biofaces.

 

De qualquer forma, caso queira ampliar o seu roteiro, sugerimos essa matéria da Bradt Guides, com outras sugestões de locais para avistamento de lêmures. Entre eles estão a Reserva Berenty e o Parque Nacional Isalo, onde é possível avistar o Rei Julien, do filme “Madagascar”: o lêmure de cauda anelada (Lemur catta).

 

O famoso Rei Julien (Lemur catta) do filme Madagascar. Foto: José Maria Franco – Biofaces.

 

Dicas de viagem para Madagascar

Quando visitar Madagascar? A melhor época para ir à ilha e ver a sua vida selvagem é entre abril a outubro, no inverno local. Nos meses posteriores, mais quentes, há muitas chuvas e as estradas de algumas regiões acabam se tornando de difícil acesso, devido ao barro.

Outra dica importante é contratar uma agência de viagem para otimizar a sua aventura ou caso opte por ir sem apoio turístico, pesquisar bastante e reservar com antecedência as etapas da sua programação.

Falando em agência de viagem, temos uma ótima dica em mãos: o fotógrafo e biofacer Marcio Lisa, frequentemente acompanha expedições a diferentes locais com o Photo Safari Expedições, e inclusive, há uma programação de ida à Madagascar (de 26/09 a 12/10/2024, totalizando 17 dias). Clique aqui e saiba mais.

 

Lêmure varecia preto e branco, fotografado durante o Photo Safari Madagascar 2018. Foto: Photo Safari Expedições

 

Esperamos que você possa conhecer essa ilha paradisíaca e compartilhar seus encontros com os lêmures (e toda a fauna) no Biofaces. Será uma honra acompanhar o seu passeio!

 

Texto por: Jéssica Amaral Lara

Revisado por: Juliana Cuoco Badari

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