Conheça os Big Five do Pantanal

Hoje é Dia do Pantanal, a maior área úmida continental do planeta. Com uma área de mais de 60 milhões de hectares, sendo a maior parte em território brasileiro, o Pantanal é um refúgio da biodiversidade. Com tanta pluralidade, o bioma brasileiro tem seus próprios “Big Five”, assim como as cinco estrelas dos safáris africanos.

Antes usado por caçadores para se referirem aos animais mais cobiçados da África, hoje “Big Five” foi ressignificado pelas empresas de turismo como campanha de marketing. Apesar de não haver consenso sobre os Big Five do Pantanal, o Biofaces decidiu seguir os eleitos pelo Onçafari. São eles a anta, a capivara, o cervo-do-pantanal, a onça-pintada e o tamanduá-bandeira.

 

Tamanduá-bandeira. Foto: Marcelo Calazans – Biofaces

 

O blog de hoje é dedicado a essas cinco grandes atrações do Pantanal, com mais algumas de bônus, porque essa fauna merece destaque. Vem conhecer um pouco mais sobre eles!

 

Onça-pintada

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas, e o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas do tigre e do leão. Apesar de ocorrer em quase todos os biomas brasileiros, a onça-pintada é um dos símbolos do Pantanal, tendo papel essencial no turismo da região.

Predadora de topo de cadeia, a onça-pintada faz um papel de controle populacional de suas presas. Por isso, elas são essenciais aos ecossistemas de onde vivem. Além disso, elas ainda são o que chamamos de espécie guarda-chuva, ou seja, elas necessitam de uma grande área preservada para viver. Sendo assim, ao proteger a área de vida da onça-pintada, várias outras espécies acabam se beneficiando também.

Onça-pintada. Foto: Gustavo Figueirôa – Biofaces

 

Anta

Outro gigante presente no Pantanal é a anta (Tapirus terrestris), o maior mamífero terrestre brasileiro, chegando a pesar 300 kg. Com ampla distribuição geográfica, a anta também pode ser encontrada na maioria dos biomas brasileiros, mas mostram uma certa preferência a ambientes que tenham fontes abundantes de água. Com dieta herbívora, as antas se alimentam de folhas, fibras e frutos de diversas espécies. Assim, elas acabam desempenhando um papel importante para o ecossistema onde vivem: dispersoras de sementes. Elas são tão boas nesse trabalho que são chamadas carinhosamente de jardineiras das florestas.

Anta. Foto: Hudson Soares – Biofaces

 

Tamanduá-bandeira

Com características peculiares, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é inconfundível. Medindo mais de 2 metros, o bandeira é a maior das espécies de tamanduás. Apesar de originalmente distribuídos por toda a América do Sul e parte da América Central, atualmente sua população se encontra reduzida, porém ainda encontrada em vários biomas, como o Pantanal.

Sem dentes e com uma língua comprida, o tamanduá-bandeira é o que chamamos de mirmecófago. Ele se alimenta de formigas e cupins, podendo consumir cerca de 35 mil formigas em um único dia!

Tamanduá-bandeira. Foto: Mauricio Godoi – Biofaces

 

Cervo-do-pantanal

O cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus) é o maior veado da América do Sul, com cerca de 2 metros de altura. Com preferência por ambientes úmidos, é mais comumente encontrado no Pantanal e na Ilha do Bananal, no Tocantins.

Os machos possuem chifres que caem e são substituídos a cada ano. Além disso, as ramificações de seus chifres costumam aumentar a cada ano, podendo indicar quais indivíduos são mais velhos.

Cervo-do-pantanal. Foto: Leonardo Avelino Duarte – Biofaces

 

Capivara

A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é um roedor gigante, o maior do mundo. Distribuída por quase toda a América do Sul, a capivara tem uma incrível habilidade de se adaptar a condições adversas, desde que próximas à água. Por exemplo, é comum encontrar capivaras nas margens de rios poluídos, como o rio Tietê, em São Paulo (SP) e até mesmo, de lagoas como a Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).

Apesar de seu tamanho avantajado, com média de 50 kg, as capivaras são uma presa difícil de alcançar na água, sendo exímias nadadoras.

Capivara. Foto: Flavio Bastos – Biofaces

 

Ariranha

A maior espécie de lontra também ocorre no Pantanal. A ariranha (Pteronura brasiliensis) mede cerca de 180 cm, sendo o maior mustelídeo brasileiro. Elas podem ser identificadas através de suas manchas brancas no pescoço, que não se repetem entre os indivíduos.

Caçadoras exímias, as ariranhas podem comer cerca de 3 kg de peixes por dia, que podem ser consumidos na água, mas costumam ser levados para as margens dos rios. Embora façam parte da dieta das onças-pintadas, já foram observados casos em que grupos de ariranhas expulsaram onças de seu território através de comportamentos agressivos e vocalizações.

Ariranha. Foto: Genival Gonzaga – Biofaces

Tatu-canastra

Outro gigante do Pantanal é o tatu-canastra (Priodontes maximus). A maior espécie de tatu do mundo chega a um metro e meio de comprimento. Um animal de tamanho avantajado, porém de difícil observação, por passar grande parte da vida dentro dos seus imensos túneis.

No entanto, esse comportamento rendeu ao tatu-canastra o título de engenheiro do ecossistema. Ao escavar tocas e túneis, o tatu acaba criando abrigo para muitos outros animais, cerca de 70 outras espécies.

Tatu-canastra. Foto: Projeto Tatu-canastra – IPÊ

 

Tuiuiú

Para fechar com chave de ouro, temos a ave que é um dos símbolos do Pantanal: o tuiuiú (Jabiru mycteria). Com cerca de 1,6 metros de altura e 3 de envergadura, o tuiuiú é uma das maiores aves do mundo com capacidade de voar.

Os tuiuiús formam um casal para toda a vida, e constroem ninhos que são as maiores estruturas feitas por aves do Pantanal, cabem toda a família! Além disso, o casal usa o mesmo ninho a cada ciclo reprodutivo.

Tuiuiú. Foto: Kennedy Borges-Road – Biofaces

 

E então, ficou encantado com essa fauna incrível e doido pra conferir de pertinho? Só não esquece de trazer seus registros para o Biofaces depois!

 

Texto por Lidiane Nishimoto

Revisado por Jéssica Amaral Lara

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